domingo, 30 de junho de 2013

PAU-FERRO: um patrimônio cultural com 91 anos de idade em Bom Jesus

    É inegável a relação afetiva que toda a comunidade bonjesuense possui com a árvore Pau-Ferro existente na Praça Governador Portela em Bom Jesus do Itabapoana. Afinal, quem não faz em sua memória uma correlação direta e natural entre a Praça e o Pau-Ferro? Quantas e quantas pessoas cresceram e envelheceram vendo seu tronco encorpar e se agigantar? Quantas e quantas histórias da cidade não passaram sob as sombras de seus galhos? 

    Essa relação é que faz com que nosso Pau-Ferro possa ser considerado um patrimônio cultural da cidade: patrimônio natural no âmbito da preservação do patrimônio cultural.

    Padre Mello, com seu aguçado interesse, extrema sensibilidade pelas coisas de nossa terra e visão futurista, conta mais detalhes sobre esse pau-ferro tão especial na edição do jornal A Voz do Povo, de 23/02/47:

Pau-Ferro

      Com este título encontra o leitor em outro local desta folha uma poesia referida à bela árvore que ornamenta o nosso jardim. Apraz-me acrescentar aqui algumas notas acerca desse monumento vegetal que entre vários que figuram entre praças e jardins me parece merecer o primeiro lugar.
       Recomendo ao leitor que guarde estas notas para um dia, passados anos, compará-las com as que lhe oferecer o mesmo Pau-Ferro nessa atualidade.
    Idade: presume-se de quinze anos; altura total 13m; diâmetro médio da copa 17,50m;  altura do tronco até os dois grossos galhos 2,5m; altura do ponto em que os 6 galhos procedentes daqueles se subdividem em muitos outros que dão origem ao maciço da folhagem 6m; forma da abóbada: profundamente côncava; altura dos bordos em média 3,3m; circunferência do tronco acima das catenas 1,6m; dita a 2 metros: 1,45m; área da projeção da copa em plano horizontal 240 m quadrados.
       Nesta área podem colocar-se sem aperto mil pessoas.
     No segmento do setor que fica fora da linha do jardim podem acomodar-se 10 automóveis.
     Bom Jesus, 17 de fevereiro de 1947.
Padre Mello

    Em primeiro de março de 1947, Padre Mello volta a comentar no jornal A Voz do Povo sobre o Pau-Ferro, corrigindo sua idade:
    
Ainda o Pau-Ferro do nosso jardim

      Na referência que fiz a essa bela árvore no último número deste semanário dei-lhe a idade de 15 anos. Agora, mais bem informado, e por pessoa competente o antigo jardineiro Vade, o nosso Pau-Ferro vai fazer neste mês de Março 25 anos que veio de Niterói com um metro de altura. Acredito que com essa correção não lhe vai ofensa nem tristeza porque ele não é rapaz vaidoso nem a nova idade o coloca fora da mocidade com que se ufana e enfeita.
[...]
Padre Mello



O PAU-FERRO
de Bom Jesus

Mais que o de Campos de universa fama
és tu, Pau-Ferro de Bom Jesus
copado e largo em viridente ramo
que nos dá sombra, sem tirar a luz.

Sob esta copa de mediana altura
vem respirar de salutar frescor
quem os raios do sol na lida atura
a quem no próprio lar sofre calor.

Em tão propício ponto colocado
automóveis abrigam ramos teus
que em curvado setor mais avançado
são como agentes do amor de Deus.

E assim baixinhos para o chão pendentes
dir-se-á que escutam as conversações,
umas rudes e frias, outras quentes
conforme os cérebros e os corações.

Quando o outono parece dar-te a morte
despem teus ramos o habitual verdor,
mas quando o sol voltando lá do norte
traz em seus raios o estival calor,

eles vestem de novo a coma verde,
mais ampla sombra vem cobrir o chão;
e se acaso no inverno algo se perde
bem compensado volta no verão.

Porque se ficas nu, de aspecto triste,
o princípio vital na seiva tens.
És o mesmo Pau-Ferro que resiste
e mais crescido e mais viçoso vens.

Deus te conserve! e sejas no futuro
o rei dos vegetais neste jardi.
Tens fortes fibras, no tecido duro,
resiste aos ventos! viverás sem fim!

Fevereiro de 1947
                                       Padre Mello

Fica aqui o convite a todos para seguir o conselho de Padre Mello e fazer nova medição e descrição desse companheiro bonjesuente na atualidade!

Neste dia de 30 de junho de 2013, é fácil perceber como se mantém a imponência de nosso Pau-Ferro e sua presença compartilhada em nossas vidas e tradições:





Fotos: Paula Borges Bastos


O Pau-Ferro é uma árvore nativa da Mata Atlântica, e seu nome científico é Caesalpiniae ferrea Mart.
Para saber um pouco mais sobre o Pau-Ferro:  http://www.umpedeque.com.br/site_umpedeque/arvore.php?id=613


sexta-feira, 28 de junho de 2013

INSTITUTO DE MENORES ROBERTO SILVEIRA RECEBE DOAÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICAIS QUE COMPUNHAM A BANDA MARCIAL DO COLÉGIO RIO BRANCO





    

        O Instituto de Menores Roberto Silveira recebeu, nesta quarta-feira, 26 de maio, a doação feita pelo Espaço Cultural Luciano Bastos, de instrumentos musicais que compunham a Banda Marcial Olívio Bastos, do Colégio Rio Branco. 

        A diretora da instituição, Irmã Sara Elizabeth Pelegrini, agradeceu ao Espaço Cultural Luciano Bastos, dizendo da importância dessa iniciativa, uma vez que os instrumentos musicais doados pelo ECLB darão oportunidade aos menores de se desenvolverem plenamente, por meio da música, aumentando sua autoestima. 

       A Presidente do ECLB, Claudia Bastos do Carmo, emocionada ao fazer a doação, lembrou a figura do pai, Luciano Bastos, que sempre fazia questão da participação ativa das normalistas do Colégio Rio Branco em várias festividades do Instituto de Menores, por entender que com essa interação todos eram grandemente beneficiados. 

Instituto de Menores, 1981: Raul Lopes, Luiz Teixeira (Cedae), Antonio Borges, Jorge Teixeira Azevedo, Luciano Bastos (Presidente do Centro Popular), Sebastião Alfeu (homenageado), Dr. Salim Tannus e Dr. Oliveiro Teixeira.
     
   Além disso, lembrou também que Luciano Bastos enquanto Presidente do Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, sempre colaborou para o crescimento do Instituto de Menores. Em edição de 06 de agosto de 1994, de O Norte Fluminense, publicou: 

        “O Instituto de Menores tem importante papel no amparo ao menor e prestado relevantes serviços nesse setor, indispensável mesmo à harmonia social de nossa sociedade. Nunca se cogitou em fechar as portas, ao contrário, os esforços serão feitos no sentido de ampliar suas atividades amparando as crianças e adolescentes desvalidos.” 

Claudia Bastos do Carmo, do ECLB, entre a assistente social Daniele Péres Brites Moraes e a Diretora do Instituto de Menores, Irmã Sara Elisabeth Pelegrini.

         Foram entregues: vinte e um taróis, sete cornetas, duas tubas, dois pares de pratos, quatro surdos, três bumbos, dois tambores e uma escaleta. 








quarta-feira, 26 de junho de 2013

DESTAQUE NO JORNAL A VOZ DO POVO

      Destaque no jornal A VOZ DO POVO  do evento Exposição Colecionar Para Quê?, realizado no dia 13 de maio último, durante a 11ª Semana de Museus, com enorme sucesso.




segunda-feira, 24 de junho de 2013

MEMORIAL DO IMIGRANTE: NOITE DE EMOÇÃO NO ECLB



Bandeira dos Açores 


          Em uma noite de muitas emoções, a família Vieira Seródio se reuniu nesta sexta-feira, 21 de junho, no Espaço Cultural Luciano Bastos, onde foi realizada a segunda etapa do Memorial do Imigrante, denominada: “Dos Açores ao Brasil, uma História a Contar”.
       O evento foi idealizado pelo Dr. Nino Moreira Seródio, em parceria com o Instituto de Letras e Artes Dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo (ILA), cuja Presidente, Dra. Nisia Campos Teixeira, comandou a apresentação.
          Na coordenação do encontro estiveram as professoras Regina Márcia e Jandira Moreira (Branca), que se dedicaram intensamente para o importante resgate histórico, através de apresentação de fotos, árvore genealógica e exposição.
           Os imigrantes Joaquim Vieira Seródio e Maria da Conceição, oriundos da ilha de São Miguel, nos Açores, chegaram ao Brasil em 1889 e tiveram seis filhos. Vieram para a Fazenda São Domingos, em Itaperuna, e posteriormente para Vargem Alegre, em Pirapetinga, Bom Jesus do Itabapoana, onde se fixaram.
        Hoje, nossa cidade pode se orgulhar desses imigrantes, que deixaram sua terra natal e adotaram Bom Jesus como novo lar. A semente aqui lançada produziu muitos frutos. Foi o que constataram seus descendentes, nesse emocionante reencontro com as origens.


Dr. Marco Seródio e esposa Maria do Socorro, com o filho, Dr. Marco Antonio Seródio e esposa.

Marcelo Seródio, esposa e filha. Ao centro, o irmão Dr. Rogério Seródio.

Lucinha Seródio e Joaquim Jacinto Seródio.

Dr. Agostinho, Dr. Rogério e Marcelo Seródio
Dra.  Nisia e seu irmão, José Carlos Seródio Melo, relembraram o tempo em que estudaram no Colégio Rio Branco


Os irmãos Nilce, Julia e Antonio Moreira conferindo a Exposição do Memorial do Imigrante no ECLB

Regina Moreira, uma das coordenadoras do Memorial do Imigrante e Manoel Camilo.


Sargento Irineu Araújo Neto se surpreendeu com a informação de que o Tiro de Guerra de Bom Jesus teve início dentro do Colégio Rio Branco.



Lira Operária Bonjesuense chega ao antigo Colégio Rio Branco, hoje Espaço Cultural Luciano Bastos, para abrilhantar o evento.
Sargento Irineu, Maestro Nilo, da Lira Operária Bonjesuense, Diretora de Cultura Martha Salim, Ana Lucia, representando A Voz do Povo e Dr. Gino Borges Bastos, representando o ECLB, formaram a mesa diretora do Memorial do Imigrante, capitaneada pela Presidente do ILA, Dra. Nisia Campos Teixeira.


Entrada das famílias




Momento solene: entrada da Bandeira do Brasil
Dr. Nino Moreira Seródio, idealizador do Memorial do Imigrante, adentrando no Auditório do ECLB.


Esposa do dr. Nino Seródio com os filhos, encantadores com traje típico.


Monsenhor Paulo Pedro Seródio em momento de louvor: emoção ao relembrar o avô açoriano, Manoel Seródio. 

As irmãs Regina e Jandira Moreira narraram a saga da família Vieira Seródio. Presença na mesa dos Padres Vicente Osmar Batista e Wallace, Luis Pereira, Juvenal Bessa e a sra. Maria Ângela Borges, que representou o marido, Dr. Airton Borges Seródio.
     

Após emocionada exposição de seu projeto, Dr. Nino faz entrega do brasão da família Bastos ao Dr. Gino. 












Nos trilhos do trem viajou a Família Bastos para o Vale do Itabapoana em dia de São João

Muito ainda há que se contar sobre a importância das estradas de ferro para a interiorização e colonização do interior do país. Foram quilômetros e quilômetros de trilhos concretos que se converteram em trilhas afetivas para diversas famílias, construindo uma história social a partir da rede formada entre cidades que se fundaram ou prosperaram em função dos trilhos e apito do trem.


Para contribuir com essa história social, o ECLB vem contar a história de um destacado funcionário brasileiro da ferrovia inglesa Leopoldina Railway Ltda, o qual foi nomeado para ocupar o cargo de administrador da Estrada de Ferro Itabapoana, na pequena estação de Bom Jesus do Norte.

Estamos falando do Sr. Olivio Bastos e sua esposa Vivaldina Martins Bastos, que saíram de Campos dos Goytacazes, percorrendo as sendas mineiras de Carangola e Ponte Nova, abertas pela ferrovia, até chegarem ao Vale do Itabapoana, nas duas Bom Jesus.

A chegada se deu em dia de São João, há exatos 80 anos, no dia 24 de junho de 1933. Essa data vai marcar profundamente os filhos do casal, em especial os pequenos Maria Ruth e Luciano Augusto, por toda uma simbologia de acolhimento e festividade exalada no ar, lembranças constantemente rememoradas por anos a fio entre os dois irmãos todos os dias de São João.

A família rapidamente integrou-se à sociedade bonjesuense, tendo Sr. Olívio Bastos e seus filhos Ésio Bastos, Luiz Carlos e Luciano Augusto Bastos trabalhado incansavelmente em nome da terra que os acolheu e a qual se dedicaram integralmente.
 
Dia de São João: data nacional e data familiar que marcou para sempre o destino de uma família que, se não foi bonjesuense de nascimento, passou a sê-lo de coração.



O Sr. Olívio Bastos e a Sra Vivaldina Martins Bastos tiveram cinco filhos: Paulo Emílio (falecido antes da chegada a Bom Jesus), Ésio, Luiz Carlos, Maria Ruth e Luciano Augusto. Todos os netos do casal nasceram no Vale do Itabapoana.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

MEMORIAL DO IMIGRANTE É ATRAÇÃO NO ESPAÇO CULTURAL LUCIANO BASTOS





       Acontece nessa sexta-feira, 21 de Junho, às 19h30m, no Espaço Cultural Luciano Bastos, a segunda edição do Memorial do Imigrante, numa parceria entre o idealizador do evento, Dr. Nino Moreira Seródio, e o Instituto de Letras e Artes Dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo (ILA). 

      Dentro de esmerada programação, haverá um emocionante encontro da família Vieira Seródio, no auditório d. Carmita, e também Exposição, com o tema “Dos Açores ao Brasil – Uma História a Contar”, numa organização  das professoras Regina e Branca Moreira. 

           O Espaço Cultural Luciano Bastos se sente honrado em receber o Memorial do Imigrante, que tem por missão resgatar, preservar e divulgar a memória de seus antepassados.

domingo, 16 de junho de 2013

Grupo Musical Amantes da Arte se apresenta no Espaço Cultural Luciano Bastos

  


     Nesta sexta-feira, 14 de junho, o Grupo Musical Amantes da Arte se apresentou no Espaço Cultural Luciano Bastos, conduzidos por Ana Maria Teixeira Baptista, com seu teclado, ao som do afoxé e triângulo de Pininha, do atabaque de Cristóvão Colombo Pires e do violão de Amílcar Gonçalves.

  Os integrantes do Grupo encantaram o público com sua interpretação em clássicos como "Carolina", de Chico Buarque, "Uirapuru", de Pena Branca e Xavantinho, "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, "Comitiva Esperança", de Almir Satter, dentre outras. Destaque para os solos de Gutemberg Melo, Janice do Carmo, Emilia Moulin e Marisa Valinho.

   Destaque também para a canção "Xote das Meninas", clássico de Luiz Gonzaga, acompanhada por todos ao som de palmas. 

   "Rio da minha terra", de Oliveiro Teixeira, Tertuliana Simão Teixeira e Ana Maria Teixeira Baptista, e "Marcha a Bom Jesus", (Hino da cidade), de Salim Tannus, cantaroladas por todos,  também fizeram parte do repertório, fechando a emocionante apresentação.
       



Dra. Nísia Campos Teixeira dedicando a apresentação aos saudosos André Megre e Maria José Lengruber: momento de emoção

Diretora de Cultura Martha Salim e Saulo prestigiaram o evento






































sexta-feira, 14 de junho de 2013

ALUNOS DA ESCOLA ESTADUAL HORÁCIO PLÍNIO, EM VISITA À EXPOSIÇÃO COLECIONAR PARA QUÊ, TÊM ENCONTRO COM O COLECIONADOR GILMAR GONÇALVES


 
Cecilia Souza Dias, do ECLB, recebe professores e alunos da Escola Estadual Horácio Plínio, de Bom Jesus do Norte
     
        A Exposição Colecionar Para Quê?, inaugurada no dia 13 de maio último, recebeu hoje a visita de alunos e professores da Escola Estadual Horácio Plínio, de Bom Jesus do Norte, ES.
      A convite do ECLB, Gilmar Gonçalves gentilmente ali esteve para mostrar aos estudantes sua coleção de cédulas e moedas. Colecionador e apaixonado por objetos antigos, Gilmar mostrou aos jovens, de maneira informal, importantes informações sobre a evolução do nosso dinheiro.
 
 
Gilmar Gonçalves e sua coleção de cédulas
 

Alunos com Professora Maria de Fátima Oliveira em visita à Exposição no ECLB