quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Mas afinal, o que é a cultura?

          A noção de cultura é muito ampla, compreende a memória dos povos, ou seja, as tradições, os modos de divertir-se , de relacionar-se, de contraternizar, os costumes, o modo de vida cotidiano, os hábitos culinários e o mundo do trabalho, cabendo aí todas as atividades do ser humano, de maneira que podemos relacionar com o que se poderia chamar de "vida do espírito".
         Inclui, é claro, o espaço artístico-literário, porém é maior que isso, o que explica que se mantenha na vida das comunidades e constitua um componente indispensável para articular a sociedade, para estabelecer vínculos entre aqueles que a integram. Com estas características, a cultura é única e ao mesmo tempo diversa.

(Tradução livre do texto de Graziella Pogolotti Jacobson)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Telefones antigos: uma viagem através do tempo

 Telefone de parede com campainha. Acervo: Espaço Cultural Luciano Bastos 


O telefone foi inventado por Alexander Graham Bell em 1876. O que pouca gente sabe é que D. Pedro II teve papel de destaque em chamar a atenção para o invento do referido professor. O fato ocorreu no mesmo ano, na Exposição Internacional nos EUA em comemoração ao Centenário da Independência Americana. Meses após o início da Exposição, D. Pedro II fez uma visita ao local. Como conhecia Graham Bell, cumprimentou-o, acercando-se do aparelho. O inventor estendeu o fio do telefone através da sala. O imperador, agora na extremidade do fio que se encontrava no canto oposto ao do transmissor, ao ouvir a voz de Graham Bell exclamou: - Meu Deus, isto fala!

No Brasil, por ordem de D. Pedro II, o primeiro telefone foi construído em 1879, sendo instalado no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, antiga residência do imperador, e que hoje funciona como Museu Nacional, no Rio de Janeiro. 

No ano de 1883 o Rio de Janeiro já podia se comunicar com Petrópolis, cidade de veraneio do imperador, através da primeira linha interurbana do país.

Em 1910 a ligação telefônica entre Rio de Janeiro e Niterói ocorria através de cabo submarino.

Os primeiros telefones necessitavam do auxílio da telefonista, que era quem fazia as ligações entre os aparelhos.

No Brasil, foi no ano de 1923 que surgiu, em São Paulo, a primeira central telefônica automática.

Ao longo do tempo o telefone foi se transformando, de acordo com a tecnologia e a estética.


Telefone de mesa, sem discador e com manivela. Acervo: Espaço Cultural Luciano Bastos



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Artigo do jornal O Norte Fluminense, de 8 de janeiro de 1950.
Acervo: Espaço Cultural Luciano Bastos


Telefone da segunda metade do século XX: colorido e com discador.
Acervo: Espaço Cultural Luciano Bastos


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

As enchentes em 1906...






















Como era a relação cidade-rio-população nos estados fluminense e mineiro no início do século XX ? A Revista Kosmos, de 1906, pode nos dar algumas pistas...











































Revista Kosmos, 1906: Acervo Espaço Cultural Luciano Bastos







domingo, 22 de janeiro de 2012

Boi PIntadinho em Bom Jesus: uma tradição cultural

Boi Pintadinho no ECLB



                              BOI PINTADINHO
                             (Soneto humorístico)

                                                   Elício Freitas

Boi Bilontra porque você não berra?
Por que você não tem pele e nem couro?
Não cava com a pata a dura terra,
Só se ouve o seu tambor, rufando estouro.

Você não pasta no arredor da serra...
Não abana com a cauda o vil besouro...
Não puxa o carrocel que se emperra...
Não muge entre os raios de um sol de ouro.

Boi Bilontra qual é o seu mistério?
Será você mundéu do cemitério?
Ou relíquia pintada ricamente?

-Vou revelar agora o meu segredo:
Eu sou de pano e pau cheio de enredo,
E para o povo eu sou apenas gente!


O Boi Pintadinho, em Barra do Pirapetinga, ao lado de sua criadora, D. Maria Borges.

O Boi Pintadinho é uma manifestação cultural bastante difundida no Estado do Rio de Janeiro, algumas localidades de Minas Gerais e no sul do Estado do Espírito Santo. A difusão do Boi Pintadinho pelo sul capixaba teve sua origem a partir de Bom Jesus, irradiando-se daí para as cidades ao norte do rio Itabapoana.

As localidades que cultivam o Boi Pintadinho acabam por inserir nesse folguedo suas características locais. Em Bom Jesus o Boi Pintadinho apresenta uma dança alegre e divertida, que agrada a todas as idades.



Boi Pintadinho no ECLB

sábado, 21 de janeiro de 2012

Luciano Bastos: uma vida em prol de Bom Jesus




Há 84 anos nascia Luciano Augusto Bastos, mais precisamente no dia 21 de janeiro de 1928, em Carangola, MG, filho de Olívio Alves Bastos e Vivaldina Martins Bastos.                       

O pequeno Luciano veio com 5 anos para Bom Jesus do Itabapoana

Seu pai, funcionário graduado da Leopoldina Railway Cia. Ltda. - pertencente aos ingleses - veio para Bom Jesus com a missão de administrar a Cia. Ferroviária Itabapoana em Bom Jesus do Norte, ES, trazendo a família, da qual Luciano era o caçula.

Uma vez no Vale do Itabapoana, Luciano Bastos assumiu essa terra como sua, sentindo-se tão bonjesuense quanto os que aqui nasceram.

Estudou o primário, o antigo Ginasial e o curso de Contabilidade no Colégio Rio Branco local.


Mais tarde ingressou na Faculdade de Direito de Campos (turma pioneira), formando-se em dezembro de 1964.

Formatura em Direito, na cidade de Campos dos Goytacases, dezembro de 1964

Como advogado, marcou época em quase 40 anos de profissão. Foi representante da OAB em Bom Jesus do Itabapoana, tendo conseguido, junto com seus colegas, a criação da Subseção da Ordem dos Advogados no município.                                              


Arquibancada do Olímpico Futebol Clube:  um dos melhoramentos promovidos por Luciano Bastos como presidente do Olímpico F.C.

No Esporte, foi um dos fundadores da Liga Bonjesuense de Desportos, que presidiu. Presidente do Olímpico F.C., construiu em sua gestão a Arquibancada coberta, que foi a primeira do noroeste fluminense (1961-1962). Tendo sido presidente em duas gestões, atuou promovendo a construção de diversas instalações e benfeitorias, recebendo posteriormente do Clube o título de Benemérito do Olympico FC.                          
Homenagem prestada pelo Olímpico F.C. a Luciano Bastos. Ao seu lado o craque e amigo Braz Roberto Viceconti. 

Foi um dos fundadores do Bom Jesus Tênis Clube e seu dirigente, além de ter participado ativamente no Aero Clube.

Foi criador dos Jogos Estudantis e do Campeonato Rural de Futebol em Bom Jesus do Itabapoana.

Confira aqui o artigo "Luciano Bastos, atleta", sobre sua vida esportiva.
                            

Na Educação, iniciou como Diretor do Colégio Rio Branco em 1958, quando sucedeu seu pai. Ocupou o cargo por mais de 50 anos, até seu falecimento, em 2011.

Foi Secretário Municipal de Educação em 1989 no Governo Carlos Garcia e em 2001 no Governo Miguel Motta, com destacadas atuações.

Ocupou a presidência da FAESP (Fundação de Apoio ao Ensino Superior), cargo não remunerado, tendo sido um dos grandes batalhadores pela implantação de cursos superiores em Bom Jesus.

Na Cultura, foi membro da Academia Bonjesuense de Letras, tendo sido também seu presidente, e membro do Instituto de Letras e Artes Dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo (ILA).

Sua ação na preservação da História Bonjesuense pode ser avaliada por seu valioso acervo documental e fotográfico sobre fatos históricos da região, e os artigos que publicava no jornal O Norte Fluminense. Como escritor, tem dois livros voltados para esse assunto: De Município a Distrito: Primeira Emancipação de Bom Jesus do Itabapoana (1890-1892) e Bom Jesus nas folhas do Itabapoana (1906), o primeiro jornal.




Participou do Rotary Club de Bom Jesus, tendo sido seu presidente, ocasião em que promoveu a construção da Secretaria do Clube.

Luciano Bastos discursando no Jubileu de Ouro do Rotary Club de Bom Jesus. 13/06/1997


Foi presidente do Centro Popular Pró-Melhoramentos por vários mandatos, e por vários anos membro do Conselho Deliberativo desse órgão, que englobava o Hospital São Vicente de Paulo, Instituto de Menores e Casa das Meninas.

                                   
   Os irmãos Ésio e Luciano Bastos, companheiros de uma vida inteira.


Na Imprensa, foi colaborador de O Norte Fluminense desde sua fundação, passando a Diretor do periódico após o falecimento de seu irmão, Ésio Bastos.

Foi um dos fundadores da Associação Comercial de Bom Jesus.

Na Política, Luciano Bastos teve destacada atuação, sendo um dos fundadores do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) em 1966 mantendo-se posteriormente no PMDB. 

Faleceu no dia 08 de fevereiro de 2011.

Confira abaixo a biografia completa de Luciano Augusto Bastos publicada no livro de sua autoria "De Município a Distrito: Primeira Emancipação de Bom Jesus do Itabapoana (1890-1892), v. 1. Ed. O Norte Fluminense, 2008.              


No dia 27 de janeiro de 2016, foi inaugurado o Destacamento Corpo de Bombeiros "Dr. Luciano Augusto Bastos", em Bom Jesus do Itabapoana.

Foto: André Luiz de Oliveira. Fonte: Blog O Norte Fluminense.


(Atualização em 20/01/2021)





sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O primeiro jornal de Bom Jesus do Itabapoana

Em 1906 surgia em Bom Jesus o primeiro jornal local: "Itabapoana", semanário que funcionou, em sua primeira fase, de 1º de agosto de 1906 a 29 de dezembro de 1907.
Seu diretor foi o jornalista Sylvio Fontoura, de Campos dos Goytacases, cuja vinda para Bom Jesus foi incentivada por Pedro Gonçalves da Silva, o Coronel Pedroca. Este, além de Secretário foi colaborador do jornal. O cargo de Gerente foi ocupado por Francisco Teixeira de Oliveira. O tipógrafo e impressor de "Itabapoana" era conhecido como Joaquim Ouropretano Mineiro do Brasil, o qual teve como auxiliar, quando ainda criança, o bonjesuense Oto Paranhos.


Os originais desse periódico fazem parte da coleção de jornais doados por Pedro Gonçalves Dutra ao Dr. Luciano Bastos, para que este os mantivesse preservados. Com sua disposição natural para compartilhar os conhecimentos sobre sua querida Bom Jesus, e sabedor da raridade e fragilidade de tal acervo, Dr. Luciano Bastos dispôs em livro a transcrição do "Itabapoana" em dois volumes: o primeiro abarca o período de 1º de agosto a 23 de dezembro 1906; o segundo compreende o ano de 1907, de janeiro a agosto.



Prefácio

Esse livro é uma forma de preservar a memória de um tempo em que Bom Jesus, ainda incipiente, dava seus primeiros passos na consolidação de uma cidade nos moldes do novo século XX que se iniciava. O período era a República Velha, e o presidente Rodrigues Alves terminava seu mandato, passando o coargo para seu sucessor, Afonso Penna. As grandes cidades, em especial o Rio de Janeiro, sofriam uma nova política de urbanização, com abertura de grandes avenidas e novas formas de habitação. O transporte ferroviário ampliava suas linhas de comunicação, facilitando a integração de diversas regiões, como é o caso de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, através da The Leopoldina Railway Company Ltd. O Ciclo da Borracha fez com que a região norte do país despontasse no cenário nacional e internacional. Na área da saúde, Oswaldo Cruz, à frente da Diretoria Geral de Saúde Pública, lutava contra diversas moléstias que assolavam o país, como a febre amarela e a peste bubônica.
Toda essa realidade o leitor arguto detectará nas páginas desse jornal de uma pequena localidade do interior fluminense. Dizemos "pequena localidade" porque, é bom lembrar, após a 1ª emancipação, tema do volume 1 desta Coleção, Bom Jesus voltou a pertencer ao município de Itaperuna, permanecendo nessa condição até o ano de 1938, quando conquista sua segunda e definitiva emancipação.
Em "Itabapoana" quantas e quantas famílias bonjesuenses e da região não identificarão seus sobrenomes marcando a construção de nossa história?
E não apenas história, mas também geografia, língua portuguesa, literatura, matemática e biologia, entre outros, são alguns dos diversos aspectos em que se pode abordar o texto que se descortina, sendo um ótimo referencial para professores e alunos desenvolverem em sala de aula.
Também um pesquisador poderá se debruçar sobre essas páginas e encontrar farto material para seu trabalho.
Mas não apenas para a erudição nos convidam "Itabapoana". Há aqui uma singeleza de chistes, troças, quadrinhas, charadas, anúncios e crônicas que denotam o sabor local e que com cer4teza garantem o prazer de uma letura descompromissada voltada para o simples ato do prazer. De ler e viajar no tempo.
O convite está feito!.




Através de alguns anúncios, pode-se detectar a vida social e econômica de Bom Jesus e região nesse período:


 









A coleção de jornais acima referida faz parte atualmente do acervo do Espaço Cultural Luciano Bastos.




 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

História de Bom Jesus do Itabapoana

A seguir apresentamos mais alguns livros  de inestimável valor que narram sobre a História de Bom Jesus do Itabapoana e estão catalogados na Biblioteca do Espaço Cultural Luciano Bastos para consulta local:


 


"Bom Jesus do Itabapoana".

Autor: Francisco Camargo Teixeira. 

Editado por Georgina Mello Teixeira (Nina). 3ª ed. ampliada.

Bom Jesus do Itabapoana, 2005.









 


"Páginas Memoráveis de Bom Jesus do Itabapoana".

Autor: Antônio Dutra.

Editor: Delton de Mattos.

Rio de Janeiro: Editora Textus, 2004.













"Bom Jesus do Itabapoana (1822-2002): memorial da colonização do município, da frustrada emancipação de 1890 e das eleições municipais (1947-2000)".

Autor: Pedro Teixeira.

Bom Jesus do Itabapoana, 2003.








"70 crônicas escolhidas".

Autor: Romeu Couto.

Seleção e editoração de Delton de Mattos.

Rio de Janeiro: Editora Textus, 2003.








 

"Só uma penca de bananas: crônicas de uma cidade do interior".

Autor: Delton de Mattos

Brasília: Thesaurus, 1994.



















quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Histórias de Bom Jesus - A primeira emancipação de Bom Jesus do Itabapoana

A biblioteca do Espaço Cultural Luciano Bastos possui uma seção destinada à Bom Jesus e região. Composta de vários títulos em diversas áreas temáticas, abrange principalmente as áreas de literatura e história.
 
Esse rico material está a disposição para consulta local, e é uma ótima oportunidade para se conhecer um pouco mais sobre a história de Bom Jesus e região.


No mês em que completaria 84 anos, destacamos aqui o livro de autoria de Luciano Augusto Bastos "De Município a Distrito: primeira emancipação de Bom Jesus do Itabapoana (1890-1892)".



No livro, que é uma coletânea de artigos publicados por Luciano Bastos no jornal "O Norte Fluminense" quando do centenário dessa primeira emancipação, encontram-se trechos das atas da Intendência desse período, bem como considerações do autor sobre os acontecimentos de então.


Destacamos, abaixo, alguns trechos do livro:


A emancipação:


A instalação do município de Itabapoana ocorreu no dia 25 de dezembro de 1890, em decorrência do Decreto nº 150 de 24 de novembro de 1890, assinado pelo Governador Francisco Portela.
É bom lembrar aos leitores que estávamos apenas a um ano da República, implantada pelo Marechal Deodoro da Fonseca, chefe do Governo Provisório, instalado pelo golpe que derrubou a Monarquia. Não havia uma Constituição Republicana. (p.15)


Estamos trazendo para conhecimento da comunidade, fatos históricos da maior relevância, quase que desconhecidos de nossa gente, referentes a primeira emancipação de Bom Jesus, efetivada em 24/11/1890. (p.23)

Esses bravos que há cem anos lutaram e conseguiram a emancipação, plantaram novas ideias. Essas germinaram, pois nossa gente, mesmo com o revés da cassação de 1892, não se entregou ao desânimo, e a luta continuou, incorporando novos idealistas, até chegar à emancipação definitiva de 1938. (p. 36)

Como se sabe, posteriormente, em 1892, foi cassada a emancipação por motivos políticos decorrentes da renúncia do Marechal Deodoro da Fonseca ao poder presidencial e como consequência também a renúncia do Governador Francisco Portela, em solidariedade ao Marechal.  (p. 37) 


A epidemia de cólera:

No expediente foi lido ofício do Governador Portela, autorizando a Intendência a promover despesas que fossem necessárias para o tratamento dos indigentes acometidos de "febres de mau caráter", que grassam no município, pedindo, entretanto, a maior economia nos gastos. (p. 39)



Doação da cópia das atas da Intendência:
 
Devo dizer aos leitores que nossas pesquisas e publicações visam perpetuar fatos históricos da maior importância para nossa comunidade. Devo confessar que de certo modo estou desobrigando-me do compromisso feito comigo mesmo, quando meu velho amigo Professor Pedro Gonçalves Dutra confiou-me o valioso acervo histórico deixado pelo seu pai, historiador Antonio de Souza Dutra. (p.77)


A importância da preservação da história:

Essas histórias dos que lutaram pela emancipação primeira não pode ser relegada e é necessário que se evidenciem os fatos, os nomes, tudo que representa o elo do passado com o presente, preservando a memória do nosso povo. (p. 24)












segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ALAUZET


Foto: Diadorim Ideias/Cris Izidoro

Máquina de impressão francesa fabricada no final do século XIX, essa Alauzet é uma das raridades do Museu do Espaço Cultural Luciano Bastos.
Nesse período, existiam poucas dezenas de impressoras Alauzet em todo o Brasil, sendo que muitas delas pertenciam à antiga Imprensa Régia (atual Imprensa Nacional).
Com a modernização no início do século XX, muitas dessas máquinas foram vendidas ou doadas para jornais de pequenas cidades do interior do país.
Em Bom Jesus do Itabapoana, essa máquina tipográfica imprimiu os jornais "A Voz do Povo" e "O Norte Fluminense".


Acervo da Sala da Imprensa no ECLB


O acervo da Sala da Imprensa no Espaço Cultural Luciano Bastos é composto basicamente de objetos pertencentes à antiga Gráfica Gutemberg e ao jornal “O Norte Fluminense”, ambos dirigidos na segunda metade do século XX por Ésio Martins Bastos, em Bom Jesus do Itabapoana.

Além do jornal “O Norte Fluminense”, a Gráfica fabricava cartões de visita e de casamento, além de cartazes e outros papéis impressos. As máquinas foram adquiridas da Tipografia Almeida, que imprimiu durante muitos anos o jornal “A Voz do Povo”.

O Dr. Luciano Bastos, consciente da importância histórica dessas antigas máquinas da imprensa, as manteve como parte de seu acervo pessoal, mesmo após a impressão do jornal “O Norte Fluminense” passar à era digital, no século XXI.

Foto Diadorim Ideias/Cris Isidoro
Acervo do Museu do ECLB: À esquerda, a Máquina Impressora francesa Alauzet. À direita, duas Máquinas de Impressão Minerva, de origem alemã, fabricadas provavelmente antes da década de 1930. Ao fundo, guilhotina manual de ferro.


Foto Diadorim Ideias/Cris Isidoro

Acervo do Museu do ECLB: Máquinas de prensa manual e Máquina de Encadernação. Nas paredes, fac-símile de jornais de Bom Jesus do Itabapoana publicados na primeira metade do século XX.



Acervo do Museu do ECLB: Clichês e tipos (letras) montados em componedores utilizados para montagem dos textos dos jornais.



Máquina de impressão Alauzet
Foto Cris Izidoro/ Diadorim Ideias, Mapa de Cultura


Máquina de impressão francesa fabricada no final do século XIX, essa Alauzet é uma das raridades do Museu do Espaço Cultural Luciano Bastos. Nesse período, existiam poucas dezenas de impressoras Alauzet em todo o Brasil, sendo que muitas delas pertenciam à antiga Imprensa Régia (atual Imprensa Nacional).

Com a modernização no início do século XX, muitas dessas máquinas foram vendidas ou doadas para jornais de pequenas cidades do interior do país. Em Bom Jesus do Itabapoana, essa máquina tipográfica imprimiu os jornais "A Voz do Povo" e "O Norte Fluminense".

O Sr. Helton de Oliveira Almeida (Heltinho), em entrevista ao jornal O Norte Fluminense (O Tipógrafo que frutificou), contou que o pai, José Tarouquela de Almeida, comprou a impressora francesa Alauzet, em 1925, de Tebas Ananias, de São José do Calçado (ES), desmontada. O italiano Vitório Cassamali, ajudou a montá-la em Bom Jesus, surgindo então a gráfica e o jornal A Voz do Povo.


     


Bom Jesus do Itabapoana, RJ e Minas Gerais: uma estreita relação


A diretora do Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB), Paula Borges Bastos, esteve em Itaguara, MG, visitando as instalações do futuro Museu Sagarana.


O jovem prefeito do município, Alisson Diego, doou à Biblioteca do ECLB o livro “O baixo-sertão de Guimarães Rosa”, de Ariosto da Silveira.


No livro encontra-se a transcrição de uma afirmação da filha do grande romancista, Vilma Guimarães Rosa, dizendo que os quase dois anos vividos por Guimarães Rosa em Itaguara “influíram enormemente na produção literária de meu pai. Inspirado pela terra, os costumes, as pessoas e as acontecências do cotidiano, ele os colecionava, anotando as terminologias dos seus ditos e falas, a fim de distribuí-los pelas estórias que certamente já estava escrevendo”.



O artista plástico cubano Francisco Rivero, idealizador do símbolo do ECLB, realizou no Museu Sagarana uma pintura mural tendo como temática Guimarães Rosa e a cultura itaguarense.


A diretora do ECLB diz “Bom Jesus guarda uma estreita ligação com Minas. O trajeto rodoviário que leva de Itaguara, MG, a Bom Jesus, RJ, passa por cidades como Rio Pomba, Cataguases, Leopoldina e Palmas. Esse trecho é o mesmo caminho que muitos dos nossos antepassados fizeram: desbravadores mineiros que aqui chegaram na segunda metade do século XIX e ajudaram a construir a história de Bom Jesus do Itabapoana.