quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Reunião sobre o Plano Estadual de Cultura

O ECLB esteve presente na reunião promovida hoje pela Secretaria Estadual de Cultura, em Itaperuna, que tratou do Plano Estadual de Cultura. Participantes dos diversos municípios do noroeste fluminense apontaram as necessidades para o fomento à cultura na região. A minuta do Plano está disponível para consulta pública e pode ser consultada na página:


Reunião do noroeste fluminense sobre o Plano Estadual de Cultura, em Itaperuna.
A participação de todos é fundamental para apontarmos os rumos para a cultura a serem estabelecidos para os próximos 10 anos. Participe, contribua!!!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

AGENTES CULTURAIS da nossa região podem ajudar a construir o PLANO ESTADUAL DE CULTURA!




   Agentes culturais de toda a região (Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre-Sai) se reunirão nesta quinta-feira, dia 31 de janeiro, em Itaperuna - que sediará a importante Reunião Regional Noroeste -  para debater as propostas contidas no Plano Estadual de Cultura.
    O encontro será realizado pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro (SEC-RJ) em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Itaperuna.
   Qualquer pessoa ou entidade pode participar!

Local: Campus V da Universidade Iguaçu (UNIG) – Itaperuna – RJ 
Endereço: BR-356 / KM 02 
Data: 31/01/2013 ((5ª feira)
Horário: Das 13h às 18h
                   
   

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

OS PRIMÓRDIOS DA IMPRENSA EM BOM JESUS

          


      Documentos antigos são uma fonte inesgotável de luz sobre o nosso passado. Para conhecer um pouco mais sobre o início da imprensa em Bom Jesus do Itabapoana, o texto abaixo, do jornal A Voz do Povo, de 04.02.1939, nos dá ricas informações:


IMPRENSA BONJESUENSE

       Quem teria fundado o primeiro jornal nesta terra de Bom Jesus?
          Eis aqui a pergunta que me fizeram, numa roda em que se falava sobre a imprensa local e os periódicos que aqui se publicaram; uns, de curta duração e outros de existência um pouco longa; todos, afinal, luctando tenazmente por se manterem, a despeito do indefectível apoio moral que "tout le monde et son pére” sempre tiveram para dar, (naquelles tempos já se vê) para emprestar e jogar fora...
       Pois o primeiro jornal que veio à luz nesta hoje cidade de Bom Jesus, foi  o “Itabapoana”, dirigido por Sylvio Fontoura, o combativo jornalista d’ “A Notícia”, de Campos, e que, nos presentes dias, velho, alquebrado, ainda possue aquelle humorismo candente que jamais o abandonou nas suas chronicas ferinas que são a delícia dos leitores desalmados, gosadores do desespero alheio, alvo de phraseado irreverente do jornalista.
         Pois é. Sylvio Fontoura foi o que primeiro botou jornal a circular, aos domingos, nesta terra de Bom Jesus. Que prélo, mon Dieu!! Vi-o, mais tarde, quando ainda menino vim para aqui. Digno de museu. Não tinha nenhuma apparencia desse machinismo que então existia noutros logares mais adeantados – a hoje archaica Boston – que na época era coisa formidável à arte que immortalizou Guttemberg.
      Digna de museu a engenhoca do jornal de Sylvio Fontoura! Vejamos os seus característicos: uma táboa grossa, de 1 metro quadrado, qual gaveta rasa, sob outra taboa grossa, móvel por intermédio de dobradiças, dispondo de uma como que alavanca na parte central. Punha-se a página sobre a primeira taboa; colocava-se o papel molhado – molhado, heim?! – sobre a dita página e... zás!: puchava-se a alavanca e após enorme esforço, estava impressa a folha collocada. A impressão, bôa ou má, estava na razão directa da força empregada para mover-se a alavanca.
         Uma coisa louca. E depois a tiragem tinha que ser reduzida, do contrário era um fazer força dia inteiro mais incômmodo do que envergar-se barra de ferro à Roberto Ruhman.
         Isso foi, segundo me contaram, em 1906, mais ou menos.
         Nesse tempo, podia-se contar pelos dedos as casas do arraial. Poucas. Quasi todas – ou todas? – deixando à mostra os seus enormes esteios de braúna, madeira que dura uma eternidade. Pois à frente de algumas dessas casas – vivendas dos habitantes mais conspícuos – reuniam-se os que iam ouvir a leitura do “Itabapoana” do dia, cuja matéria consistia de versos humorísticos, contos ligeiros, anedoctas, piadas de almanack, porque naquelle tempo ainda não havia “motivo” para “chamar-se” a attenção dos poderes competentes”, cogitar-se de melhoramentos locaes, dado que cada morador se contentava com ter limpa a frente da sua casa e a vida corria mansa qual manso lago...
         - Mas, e depois?
         - Ah! depois, bem depois, quando a terra bonjesuense começava a vestir roupagens novas é que surgiu entre outro “Itabapoana”, segunda phase, dirigido pelo grande jornalista Menezes Wanderley, progenitor do meu collega Renato Wanderley.
         Menezes Wanderley fez um “Itabapoana” intelectual e materialmente bem feito e por uns cinco annos circulou nesta Bom Jesus, até que desappareceu com a ida de seu fundador para Friburgo, onde ainda se encontra emprestando o brilho de sua Penna aos jornaes daquella bonita cidade fluminense.
         - E depois?
       - Depois, “seu” Desdedit, appareceu o “Correio Popular", de Pompeu Tostes. Vida curta. Em seguida “O Álbum” redactoriado por Nelson Paixão e R. Wanderley. Quatro números apenas. Após, veio à lume, em terceira phase, o “Itabapoana”, sob a direcção de R. Wanderley. Um anno e tanto de existência.
         Pausa prolongada, até surgir “O Norte”, jornal bem feito, sob a direcção do Rvmo. Padre Mello, penna brilhantíssima. Foi pena: durou pouco.
        Grande pausa. Surgiu a seguir “Bom Jesus-Jornal”, sob a direcção de Osório Carneiro, tendo como redactores Octacilio Aquino, Renato Wanderley, Willis Cunha e gerência de José Tarouquella. Pouco mais de anno e sumiu-se.
         Depois tivemos “O Momento”, que num momento virou sorvete.
         - E depois?
         - Ah! depois veio “A Voz do Povo”, em formato esquimau; com novo alento cresceu mais e hoje está com este grande formato e uma tiragem de 2.500 exemplares. Dirigido com segurança por Osório Carneiro; sob a gerência do baluarte José Maria Garcia; neste jornal escrevem com assiduidade todos aquelles que já se habituaram às lides da imprensa: Rvdmo. Padre Mello, Octacilio Aquino, Renato Wanderley e Romeu Couto. Houve também época brilhante com José Côrtes Coutinho e Napoleão Teixeira, o primeiro actualmente advogando e exercendo o magistério em Friburgo e o segundo hoje tenente-médico do Exército.
         - E depois?
       - Não há mais depois. “A Voz do Povo”, aqui está e estará até a consummação dos séculos.
         - Amém.
                                                                           J. João



Jornal A Voz do Povo, Anno VI, n. 265, 04/02/1939. Acervo ECLB.