sábado, 15 de maio de 2021

PRAÇAS AMARAL PEIXOTO E GOVERNADOR PORTELA: BOM JESUS DO ITABAPOANA E SEUS CENTROS HISTÓRICOS


Praça Governador Portela e seu entorno. Década de 1920.
Praça Governador Portela vista do alto da Igreja, início da década de 1920. No local dos dois sobrados (seta amarela) foi construído, por volta de 1840, o rancho de Manoel da Silva Fernandes, um dos pioneiros do então Campo Alegre. Mais tarde ali seria construída a primeira casa, pelo Alferes Francisco da Silva Pinto. À esquerda (seta verde) nota-se o casarão que mais tarde daria origem ao atual Big Hotel. Dentre as árvores da Praça, em 1922 foi plantado o Pau-Ferro, para as comemorações do Centenário da Independência do Brasil. Acervo ECLB. Doação Maria Aparecida Dutra Viestel.





























O início do que é, hoje, o núcleo urbano do primeiro distrito de Bom Jesus do Itabapoana, nasceu de três ranchos levantados por um conjunto de três famílias que aqui se estabeleceram, na década de 1840, conforme escritos de Antonio Francisco de Mello, o Padre Mello, a partir de entrevistas que fez com antigos moradores locais. Procedentes de Minas Gerais, esses novos moradores eram Antonio José da Silva Neném, Manoel Gomes Alves e Manoel da Silva Fernandes, todos com suas respectivas famílias. A clareira aberta para ocupação dessas habitações foi denominada Campo Alegre (1)

Localizados no atual centro da cidade, duas dessas casas ocupavam área onde se situam hoje as praças Amaral Peixoto e Governador Portela, com seus respectivos entornos. 

A importância histórico-cultural desses espaços urbanos, que contam atualmente com cerca de 180 anos de história, bem como seu patrimônio arquitetônico e paisagístico, é inestimável, e merece atenção para sua preservação.

Praça Amaral Peixoto e seu entorno

Praça Amaral Peixoto e seu entorno. 2021.
Ao fundo, o Espaço Cultural Luciano Bastos, antigo Colégio Rio Branco, cuja construção se destaca no centro da cidade e foi construída no século XIX, acompanhando praticamente toda a história da cidade.
À direita o prédio da Rodoviária, com a Câmara de Vereadores nos altos.










O início:

Na década de 1840, o português Manoel Gomes Alves, casado com Dona Basília Maria do Carmo, irmã da esposa de Antonio José da Silva Nenén, provenientes de Rio Novo, MG, constroem sua casa no morro que abrange atualmente o Espaço Cultural Luciano Bastos, a Praça Amaral Peixoto, a Rodoviária e a Câmara de Vereadores. É uma das três primeiras casas no local que será a futura cidade de Bom Jesus.

Entre os anos de 1851 e 1853, ocorre a construção da Capela de Santa Rita, por iniciativa do fazendeiro local Francisco das Chagas de Oliveira França e sua esposa D. Francisca de Paula Castro. Em 1860 é criado o Curato do Senhor Bom Jesus do Itabapoana, e a Capela passa a ser uma filial da Freguesia de Nossa Senhora de Natividade de Carangola, município de Campos, RJ. 

A Capela dava então nome ao morro: Alto de Santa Rita. A área próxima a ela é denominada Largo da Matriz, e ao seu redor foram construídas casas de fazendeiros. Em 1862 Bom Jesus é alçada a Freguesia do Senhor Bom Jesus do Itabapoana, do mesmo município, e a Capela de Santa Rita passa a Matriz (1, 2).  

Na década de 1870, o mineiro Manoel Basílio Furtado passa por Bom Jesus do Itabapoana, dando informações de que a Igreja encontrava-se em mau estado de conservação (3). Com efeito, nesse mesmo período, iniciou-se a construção da atual Igreja Matriz (2), da qual falaremos mais adiante.

O Alto de Santa Rita era uma região central na então freguesia, pois por ali passavam os viajantes e comerciantes que faziam a travessia entre as margens esquerda e direita do rio Itabapoana:

[...] pode-se observar a importância histórica do alto de Santa Rita, onde foi construído um dos primeiros ranchos de Bom Jesus. Por aí passavam os transeuntes e víveres que eram transportados para o Espírito Santos, através de barcas e canoas aportadas no Porto das Pedras, onde estava fixada a família de Silva Neném. Também no alto de Santa Rita foi construída a primeira igreja, e nela, junto à capela, foram sepultados os primeiros habitantes locais. Em resumo, ali estava a praça principal, o largo da matriz, o centro religioso e a sede da paróquia até o ano de 1880 (2).


Vista na direção do Alto de Santa Rita, ainda vazio (seta amarela), onde se apresentavam companhias circenses e outros espetáculos. Ainda sem a construção da Rodoviária. Ao fundo, destaca-se o Ginásio Rio Branco (seta branca). Fonte: Livro Resgatando o Passado, de Helton Almeida e João Baptista Borges.


Vale ressaltar que ali foram enterrados os primeiros habitantes dessa incipiente Bom Jesus, pois era comum, na época, se enterrar os mortos próximos às capelas e igrejas (
2). Um grande eucalipto, ainda existente na década de 1930, guardava as lembranças desse primeiro cemitério local (4).


Diferentes nomes ao longo do tempo:

Largo da Matriz: como vimos, a Praça Amaral Peixoto, em seus primórdios, era conhecida como Largo da Matriz, tendo em vista estar ali situada a primeira Igreja de Bom Jesus.

Largo da Matriz Velha: 
a partir de 1880, com a construção da nova Igreja do Senhor Bom Jesus, passou a ser chamado o local de Largo da Matriz Velha.

Praça da República
: a partir de 1889, após a proclamação da República, a antiga Praça recebeu a denominação de Praça da República, nomeação que não durou muito tempo (5). 

Praça do Rosário e Praça de Santa Rita: Instalado o município de Itabapoana, em dezembro de 1890, algum tempo depois, em 1892, a Câmara votou pela mudança do nome da Praça para Praça do Rosário, com a justificativa de que se planejava construir, de frente para a praça, uma capela da irmandade existente. Provavelmente a capela não foi levantada, pois, em pouco tempo, voltou a ser conhecida como “Largo ou Praça de Santa Rita” (5).

Praça Amaral Peixoto: décadas depois, a Praça recebeu o nome de Praça Amaral Peixoto, em homenagem àquele que deu a Bom Jesus do Itabapoana sua autonomia definitiva, ocorrida em 24/12/1938 e com instalação em 01/01/1939.

Antiga placa da Praça Amaral Peixoto. Foto: 2021.


Memórias dos primeiros anos do século XX 

Em suas memórias, o músico Dercílio de Souza, nascido em 1902, conta sua primeira visão do local quando, criança, ia de mudança com a família, da extinta localidade de “Salgado”, próximo a Santo Eduardo, para São José do Calçado. Em uma das etapas da viagem, Dercílio conta:

[...] peguei no sono, quando me despertei, senti de novo a carroça parar. E, depois de sentado, fiquei surpreso, com um viveiro de pássaros de toda qualidade, que coisa linda! Entre todos, um maior, parecido perú, todo preto reluzente, de nome Mutum, depois de atraído pelos pássaros, virei para o lado direito, vi a subida, em que descemos, ao alto um casarão, que hoje é o Majestoso Ginásio Rio Branco. Não esquecendo de frisar, em Bom Jesus do Itabapoana, há setenta anos atrás (porque estamos aos fins de dezembro de 1978), aí permanecemos por alguns minutos, o motivo não sei, talvez apreciando o viveiro, e assim, momentos depois, continuamos a viagem, rumo a S. José do Calçado, levando no meu coração Bom Jesus do Itabapoana (6).


No artigo “Bom Jesus há meio século, publicado no jornal A Voz do Povo, na década de 1960, o historiador Antonio Dutra, nascido em 1898, recorda lembranças de seu tempo de infância, contando que


no largo de Santa Rita existia apenas o prédio do hoje Ginásio Rio Branco, que fora construído por José Carlos de Campos para sua residência e era então ocupado pelo Padre Mello, que ali morava em companhia da Dona Cândida, sua tia e de Dona Mariquinhas, sua irmã [...] (7, p..86)


Origem e transformações do prédio do Espaço Cultural Luciano Bastos:


José Carlos de Campos e a esposa Maria Carlota de Oliveira Campos. O casal, natural de Chapéu d'Uvas, distrito de Juiz de Fora, MG, por volta de 1875, construiu casa ao lado da Capela Santa Rita, no local onde hoje se encontra o Espaço Cultural Luciano Bastos. 

O Capitão José Carlos de Campos era um grande fazendeiro local e possuía terras na orla do rio Itabapoana, tanto do lado do Espírito Santo quanto do Rio de Janeiro (8)Sobre a possível data da construção da residência de José Carlos no largo de Santa Rita, estima-se que possa ter ocorrido na década de 1870, uma vez que registros de 1874 já apontam ser o fazendeiro proprietário de casas próximas à matriz (9)

Na década de 1920 a casa foi, por alguns anos, propriedade do Sr. José Tarouquela Almeida, que havia adquirido a chácara em 1923 (10).

Fachada do Colégio Rio Branco em 1935, vendo-se a antiga entrada pelo então Alto de Santa Rita, hoje Praça Amaral Peixoto.

Em 1930 o Colégio Rio Branco passou a funcionar no imóvel, após reforma do prédio para adaptação das instalações ao internato e externato educacional. O mensário "Rio Branco" assim registrou a mudança em edição de julho de 1930, sob o título "As novas instalações do Colégio Rio Branco":

No intuito de oferecer aos seus alunos melhor comodidade, acaba a Diretoria deste educandário de adquirir e adaptar o amplo e sólido edifício do Largo de Santa Rita n. 1, afim de para ele transferir o seu estabelecimento de ensino.

A futura sede do Colégio Rio Branco dispõe de inúmeras vantagens, tais como: confortáveis salas de aula amplamente ventiladas e batidas pelo sol; um espaçoso parque para recreio com grande número de árvores frutíferas; situada numa eminência, num local muito salubre, longe de qualquer bulício e ao mesmo tempo mais ao centro da cidade; enfim aparelhado com todos os preceitos da higiene e de acordo com a moderna pedagogia (11).


Desde 2011, com o encerramento das atividades do Colégio Rio Branco (veja aqui), funciona no local o Espaço Cultural Luciano Bastos (ECLB), guardando a memória do antigo educandário e do acervo cultural da região. Podemos afirmar, assim, que o prédio que abriga o ECLB tem origem centenária, sendo um dos mais antigos prédios situados à Praça Amaral Peixoto.

Em seu interior, ao longo de décadas, ocorreram diversos eventos relacionados com a história e memória do município, que ajudam a situá-lo em seu contexto mais amplo. Registramos a seguir alguns deles, a título de exemplo:

- Em 1927, após a inauguração da ponte de cimento sobre o rio Itabapoana, ligando as duas Bom Jesus, a do Estado do Rio de Janeiro e a do Espírito Santo, os governadores de ambos os estados visitaram o Colégio Rio Branco. 

- Em 1936, ocorreu na escola a reunião que daria origem ao Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus (mantenedor do Hospital São Vicente de Paulo), liderada pelo jornalista Osório Carneiro, cuja instituição existe até os dias atuais. 

- Em 20 de junho de 1939, poucos meses após a assinatura da emancipação do município, o Interventor Comandante Ernani do Amaral Peixoto, juntamente com o Prefeito José de Oliveira Borges, e outras autoridades, fizeram uma visita ao Colégio Rio Branco. (Veja aqui)

Visita do Interventor Amaral Peixoto ao Colégio Rio Branco, vendo-se, entre outros, o Prefeito José de Oliveira Borges, Olívio Bastos, José Mansur, Dr. José Vieira Seródio. Edifício do Colégio Rio Branco, no antigo Alto de Santa Rita, hoje Praça Amaral Peixoto.  

- Em 1942, foi ali que se deu a reunião de fundação do Aero Clube, importante marco cultural em Bom Jesus, na última metade do século XX. 

- Em agosto de 1957, os salões do Ginásio Rio Branco se abriram para recepcionar, com um banquete, o Vice-Presidente da República João Goulart, que fazia visita a Bom Jesus.

Do século XX às primeiras décadas do XXI:  

Se, nas primeiras décadas do século XX, o Largo de Santa Rita havia perdido sua centralidade na incipiente vida urbana de Bom Jesus, aos poucos, com o correr dos anos e o crescimento da cidade, o espaço vai sendo reocupado pelos habitantes locais, mudando novamente sua configuração.

Com a instalação do Colégio Rio Branco, na década de 1930, no antigo prédio residencial do Alto de Santa Rita, uma nova movimentação passou a ocorrer no largo, com o vai e vem dos estudantes do externato e com o importante papel histórico-cultural que o Colégio passou a cumprir na cidade, sendo local de diversas atividades para onde confluíam os moradores locais. Ali foi instalado o Tiro de Guerra e também ali ocorreram as primeiras turmas de datilografia. Uma vez que as máquinas de escrever estavam ainda nos seus primórdios e saber utilizar esse aparato tecnológico era promessa de futuro profissional, o curso se constituía em importante avanço na localidade e as provas e formatura eram um evento para os pais e familiares (12).

Anúncio no Jornal A Voz do Povo, 10/03/1934. Acervo ECLB.


Com o crescimento da cidade, casas residenciais foram sendo construídas ao redor do largo, principalmente na segunda metade do século XX. Muitas delas perduram até os dias de hoje.

Além de residências, bem próximo à Praça, é construído o novo Templo da Igreja Batista de Bom Jesus, inaugurado em 1964, na rua XV de novembro (13). Na praça e seu entorno, diversas pessoas transitam afluindo à Igreja para frequentar o culto, em especial aos domingos.

Antigo Largo de Santa Rita, que depois foi renomeado Praça Amaral Peixoto, tendo à frente o Colégio Rio Branco. Vê-se à esquerda a Igreja Batista.  Década de 1960. 


É também da segunda metade do século XX que se dá a construção da Rodoviária, já na denominada Praça Amaral Peixoto. Em janeiro de 1967, no andar superior da Estação Rodoviária, se instala a sede da Prefeitura Municipal, onde permaneceu por muitos anos (14). Tempos depois, a Câmara de Vereadores estabeleceu-se nos altos do prédio da Rodoviária, onde permanece até os dias atuais.

Em 15 de novembro de 1975, é inaugurado o busto de José de Oliveira Borges na Praça Amaral Peixoto, em homenagem ao primeiro prefeito do município de Bom Jesus do Itabapoana, cargo que ocupou de 1939-1945 e de 1954-1959 (8)

É possível observar, assim, que na segunda metade do século XX, a praça vai retomando sua importância política ao abrigar instâncias da municipalidade: a sede da Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores. A permanência do poder legislativo aponta para sua relevância como local de atuação política até os dias atuais, sendo possível observar, na praça e seu entorno, a intensa movimentação em dias de reunião dos vereadores, de convenções partidárias e outros atos políticos.

Praça Amaral Peixoto, com visão ao fundo da Rodoviária e Câmara de Vereadores (altos), no Edifício Ésio Martins Bastos. Foto: 2021.


No século XXI, a Praça Amaral Peixoto passou a receber, dentre seus transeuntes, novos escolares das escolas confessionais do Colégio Santa Rita de Cássia e do Centro Educacional Batista, dirigindo-se a seus diferentes locais de estudo. Dessas escolas, atualmente, ainda funciona no mesmo local o Centro Educacional Batista.

Também desde a instalação da Rodoviária, a Praça tem sido local de abrigo aos viajantes que esperam o horário de embarque nos ônibus. E para os que ali desembarcam, é ainda a região do antigo largo de Santa Rita quem dá a visão de primeiras boas vindas ao recém-chegado viajante.

E ainda hoje, como ocorreu há mais de um século com o músico Delcídio, muitos viajantes são atraídos por esse singular sítio urbano. 

É a Praça Amaral Peixoto e o vultoso prédio do ECLB, do lado oposto ao da rodoviária, quem chamam a atenção do viajante que passa por Bom Jesus ou ali chega de ônibus, após percorrer horas de estradas, dando-lhe as boas vindas à terra bonjesuense. 

Foi essa a chamada que teve, em 1977, o escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, Herberto Salles, quando visitou o antigo prédio histórico: “O Colégio Rio Branco é como a alma de Bom Jesus do Itabapoana”. 

Também é essa área a que toca o coração dos vários ex-alunos do Colégio Rio Branco, quando por ali passam, mantendo em suas recordações memórias de uma “cultura escolar” de seu tempo de estudos (15)

Praça Amaral Peixoto, com visão da rua José Carlos de Campos. Foto: 2021.

É possível perceber, assim, que além do importante registro histórico e arquitetônico, o espaço é permeado por vivências que, ao longo do tempo, mantém a população local em constantes relações de afeto e ressignificações com o conjunto dos bens culturais que compõem esse centro histórico.

Praça Governador Portela e seu entorno


Se a Praça Amaral Peixoto guarda, em sua singeleza, tanta história e memória, o que não dizer da ampla e central Praça Governador Portela que, desde fins do século XIX, passou a ser importante ponto convergente para a população local e dos arredores?

Localizada no centro de Bom Jesus do Itabapoana, podemos dizer que o precursor para a ocupação urbana nesse local foi Manoel da Silva Fernandes, o Silva Monarca, e sua família, que construíram seu rancho nas proximidades de onde, hoje, se inicia a Rua República do Líbano (1, 16). Tudo leva a crer que a escolha do local se deu, entre outros, pela proximidade com o córrego, possibilitando fácil acesso à água.

Posteriormente, na década de 1850, o Alferes Francisco da Silva Pinto construiu sua casa nos arredores do antigo rancho de Silva Monarca (7). Como as três famílias instaladas na década anterior haviam construído moradias consideradas como “ranchos” e “casebres”, ou seja, muito precárias, a casa do Alferes, construída com madeira de lei retirada do próprio local é considerada como a primeira construção efetiva do futuro núcleo urbano. Em 1862, a família do Alferes constrói, próximo à residência, aquele que pode ser considerado o primeiro chafariz da praça (8).

Já na década de 1870, os moradores de Bom Jesus avançavam para além do Alto de Santa Rita, em direção à futura Praça do Governador, onde se iniciava a construção de uma nova Igreja de pedra e cal, em local próximo onde residiu Silva Monarca.

A nova Matriz, atual Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Itabapoana, foi inaugurada em outubro de 1880, e seu Largo passou a ser chamado de Praça Municipal após a instalação do município de Itabapoana (Decreto nº. 150, de 24/11/1890), criado pelo Governador Francisco Portela (2).

Tempos depois, a Praça Municipal recebeu o nome de Praça do Governador, hoje denominada Praça Governador Portela, em homenagem àquele que deu a Bom Jesus do Itabapoana sua primeira e curta autonomia, uma vez que em 08.05.1892 o município foi extinto, voltando Bom Jesus à condição de distrito, desta vez, do município de Itaperuna (2). 

Séculos XX e XXI

Na primeira década do século XX, Bom Jesus concentrava, ao redor da Praça, um florescente comércio e serviço, como é possível perceber pelos anúncios de jornal da época: padaria, açougue, alfaiataria, farmácia, hotel, venda de fazendas, armarinhos, serragens e secos e molhados, compra e venda de gêneros, e inclusive escola particular e atendimento médico (8, 18). Mesmo com esse crescimento nas construções, a praça “com um chafariz no centro, era toda um gramado em que os muares pasciam calmamente noite e dia” (7, p.85).
 

Praça Governador Portela: tropa estacionada sob os eucaliptos. Início do século XX.
Acervo ECLB, d
oação Elcio Xavier.





No início da década de 1920, a Praça Governador Portela recebeu a primeira intervenção urbana: foi ajardinada com canteiros e passou a contar com iluminação elétrica. Em 1922, data do primeiro centenário da Independência do Brasil, Bom Jesus do Itabapoana era um "povoado pitoresco e florescente com iluminação pública, muito comércio, duas praças bem ajardinadas, a praça do Governador e a praça da Matriz, quatorze ruas, uma avenida arborizada, a Igreja de N. Sr. Bom Jesus, hoteis, farmácias e pequenas indústrias" (
19).

Foi no ano de 1922, durante as comemorações da Independência, que ocorreu o plantio de uma muda de pau-ferro, que hoje constitui um de nossos patrimônios naturais e se tornará centenária em breve, no ano de 2022. Sob a sombra de seus galhos se abrigaram, ao longo dos seus quase cem anos de existência, gerações e gerações que buscavam ali um abrigo dos ardores do sol em seus passeios diurnos. Também ali se abrigavam os motoristas e seus veículos de praça, aguardando a demanda de seus serviços para viagens e transportes de pessoas. Uma homenagem a esse jovem pau-ferro foi registrada em forma de poema por Padre Mello, que cantou suas benesses aos moradores locais, sonhando com sua permanência e vida futura(veja aqui).

"Carros de Praça" (os táxis de antigamente), sob a sombra do Pau-Ferro: por muitos anos a Praça Governador Portela foi o "ponto" dos "chofers de praça".


Ao longo do século XX, a Praça e seu entorno foram se modificando de acordo com as novas construções, reformas e intervenções urbanísticas que ali ocorreram, o que também se verificou nas décadas iniciais do século XXI.

O que temos nos tempos atuais, ao redor da Praça, são prédios de diversas épocas distintas, cada um com suas diferentes memórias e arquiteturas, de acordo com a época de construção. Garantir a permanência desses prédios históricos ajuda a cidade e seus moradores a preservar sua memória, fazendo com que a população local possa (re)conhecer sua própria história e construir afetos e/ou reflexão relacionados à memória e identidade coletivas. 

Dos vários imóveis e monumentos ainda existentes no entorno da Praça Governador Portela, faremos a seguir menção a alguns desses patrimônios históricos que ainda persistem como testemunho de uma história passada e persistente.


Big Hotel: um prédio mais que secular

O prédio onde hoje funciona o Big Hotel foi construído por volta de 1875 e palco
de alguns eventos importantes de nossa história. Dentre outros, já foi sede da Intendência,
na época do Império, e sede da Prefeitura, em nossa segunda autonomia. 


O atual Big Hotel é provavelmente um dos prédios mais antigos da praça e mantém estreita relação com a história política da cidade. Residência do Tenente José Teixeira e sua esposa D. Rosa Alves Teixeira, foi construído em 1875 e em seus salões foi entusiasticamente comemorada a Proclamação da República, em 1889, com um baile que mobilizou as famílias do Vale do Itabapoana, de maioria republicana (
20). Criado o município de Itabapoana em 1890, o antigo casarão foi alugado à viúva D. Rosa Alves Teixeira para tornar-se sede da 1ª Intendência, ocorrendo ali a solenidade de posse da mesma (2)

Em 1907, o prédio foi adaptado para ser um hotel, o Hotel Guimarães, de Manoel Ferreira Guimarães, que acumulava as funções de hoteleiro e fabricante de bebidas (18). Continuou hotel (hotel da Dona Altina) até que, com a criação do Grupo Escolar Pereira Passos, foi o prédio remodelado pelo governo estadual para sua instalação e funcionamento, até a construção do atual, voltando pouco depois a ser hotel. Em 1930, as forças revolucionárias que ocuparam Bom Jesus, instalaram ali seu quartel-general, transferindo para uma de suas salas o telégrafo nacional (7)
 
Foi também no mesmo sobrado, já como Grupo Escolar Pereira Passos, que em 1º de janeiro de 1939 se instalou solenemente o nosso município e se lavraram os primeiros atos de nossa Prefeitura, tendo como primeiro Prefeito José de Oliveira Borges. Foi ainda em uma de suas salas do andar térreo que o Partido Social Progressista lançou a candidatura de Gauthier Figueiredo (7).

O imóvel, que foi propriedade de Luiz Melo, depois passou a funcionar como Big Hotel, sob a direção de Pedro Teixeira, Isaac Rosa e Olga Tardin, até que foi comprado pelo casal Mário Sueth e Judith Dias Sueth (21). O Hotel continua em funcionamento até os dias atuais, recepcionando os visitantes de nossa cidade.


Igreja Matriz Senhor Bom Jesus do Itabapoana

Vista atual da Igreja do Senhor Bom Jesus do Itabapoana. Voltada para a Praça Governador Portela,
encanta por sua beleza arquitetônica. Foto: 2021.



Inaugurada em 1880 pelo padre José Guedes Machado, a Igreja Matriz do  Senhor Bom Jesus do Itabapoana já vinha sendo construída nos anos anteriores, a base de pedra e cal, com recursos dos moradores locais e do Governo Provincial (8). Com seus atuais 141 anos, sofreu sucessivas remodelações ao longo desse tempo.

Em 1906, em uma reforma interna orientada pelo "espírito de artista do Padre Mello", o altar-mor passa por "transformações radicais": "três singelos arcos em ogiva, mas de belíssimo efeito arquitetônico substituem com muito gosto o acachapado engradamento de estilo rococó que até então se pavoneava com os foros de altar-mor. Branco e ouro são a sua ornamentação" (17, p.30).
Externamente, considera-se como a primeira grande mudança em sua estrutura física, a construção da primeira torre, projetada também por Padre Mello, que possuía bons conhecimentos de matemática e engenharia. O início da construção dessa torre ocorreu em 1917, tendo nessa ocasião seu Padre idealizador realizado uma cerimônia solene de lançamento da pedra fundamental (22). Com seus 22 metros de altura, a torre foi considerada uma construção arrojada para a época(23).


A primitiva Igreja da Praça Governador Portela, inaugurada em 1880 pelo Padre José Guedes Machado, ainda sem a torre. Fonte: O Malho, ed. 1016.



Igreja Matriz e a construção da primeira torre, idealizada por Padre Mello.
 Foto: Álbum do Centenário da Independência do Brasil, 1922. Fonte: http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=Bib_Redarte&PagFis=4979&Pesq=

 


Igreja Matriz com suas duas torres. Foto: Jornal A Voz do Povo, de 03.02.1934.


As portas de madeira da Igreja, com seus belos entalhes, datam da década de 1950, encomendadas pelo pároco Ovídio Simón. Foram esculpidas pelos marceneiros espanhóis Francisco Fernando, Armando e Antônio Ruiz Lopes, junto com os bancos e os confessionários (24)


Detalhe dos entalhes da porta de madeira. Foto: 2021. 



Salão paroquial foi inaugurado em 1960. Foto: Arquivo Nacional.


Na década de 1970, ocorre uma grande remodelação da Igreja, visando melhorar sua estrutura e ampliar sua capacidade interna, sendo Vigário nessa época o padre Francisco Apoliano. A fachada construída por Padre Mello foi preservada, sendo o interior remodelado e ampliado. Ornamentos em pedra sabão na parte externa da igreja vieram de Congonhas, MG (25)

Igreja Matriz em obras, durante a reforma conduzida pelo Padre Francisco Apoliano, na década de 70. 
Fonte:http://onortefluminense.blogspot.com/2017/04/resgate-da-historia-da-igreja-matriz-de.html


No interior da Igreja, há dois objetos que constam no Inventário de Arte Sacra Fluminense, realizado pelo INEPAC em 2010: uma escultura em madeira policromada do Cristo Crucificado, originária do século XVIII/XIX, e uma Pia Batismal em mármore, do século XIX. (26)

Casarios do século XX

Com estilo de construção da primeira metade do século XX, alguns prédios e casas situados na Praça representam um período em que Bom Jesus ampliava sua configuração urbana. Contam, assim, através de sua arquitetura, um pouco da história local e sua transformação urbana.

Entorno da Praça Governador Portela, vendo-se à esquerda a residência do farmacêutico e político Pedro Gonçalves da Silva, primeiro Intendente de Bom Jesus do Itabapoana, conservada até hoje. No prédio ao lado funcionava a Farmácia Normal, que na década de 1950 foi demolido para construção da Rua República do Líbano. Acervo ECLB. 


No início do século XX, a casa do farmacêutico Pedro Gonçalves da Silva, o Coronel Pedroca, primeiro intendente do efêmero município de Itabapoana, era constituída de um único piso, provavelmente construído em meados do século XIX. Posteriormente foi construído um segundo piso, inaugurado em 1921, data que consta em seu frontispício e pode ser vista até os dias atuais. 

Durante muitos anos ali também funcionou a Farmácia Normal, o que ocorreu após a demolição do prédio que abrigava a farmácia originalmente, para abertura da rua República do Líbano (27). Esse prédio centenário, situado no nº 18, preserva importante memória histórica, e está localizado na esquina com a rua República do Líbano e persiste até os dias atuais, atraindo a todos que por ali passam por sua elegante e singela beleza arquitetônica. A professora Maria Aparecida Dutra Viestel, ao rememorar a trajetória de vida de seu avô, Pedro Gonçalves da Silva, e sua estreita relação com a história de Bom Jesus, indica:

A residência de meu avô foi estabelecida no local onde tinha sido edificada uma das três primeiras residências de Bom Jesus, nos idos da década de 1840, e que fora construída pelo alferes Silva Pinto. Na década de 1920, meu avô reformou-a, transformando-a em um sobrado onde consta o ano de sua conclusão: 1921 (28).

Prédio centenário preserva importante memória histórica. Localizado na esquina com a rua República do Líbano, persiste até os dias atuais, atraindo a todos que por ali passam por sua elegante e singela beleza arquitetônica.

Dois imóveis, que já existiam no início do século XX e foram posteriormente adquiridos e reformados, ainda na primeira metade daquele século, pelo português Manoel Seródio, persistem com suas encantadoras fachadas voltadas para a Praça (29,30).

Antiga casa da família Seródio. Foto: 2021.


Antiga casa da família Seródio. Foto: 2021.

 


Casario e prédios de diferentes épocas no entorno da Praça Governador Portela. A esquerda, no alto, galhos do quase centenário Pau-Ferro. Foto: 2021.


Outra referência arquitetônica é a bela residência situada no nº 83, chamando atenção por seus desenhos e formas na parte superior da fachada. Originalmente, foi propriedade do magistrado Emanuel Pereira das Neves, sendo, na década de 1950, adquirida e reformada pelo libanês Merhge Hanna Saad. Roberto Silveira, casado com Ismélia Saad, costumava frequentar a casa quando era Governador do Estado do Rio de Janeiro. Foi numa dessas visitas, durante a Festa de Agosto de 1960, que o Governador, acompanhado de ampla comitiva do governo estadual, inaugurou na Praça Governador Portela um novo jardim e um monumento à usina elétrica da Cachoeira do Inferno (31, 32, 33, 34, 35).

Comprada e reformada pelo libanês Merhge Hanna Saad na década de 1950, a casa situada na Praça Governador Portela se destaca por sua beleza arquitetônica. 


A casa serviu de residência oficial do Governador do Estado Roberto Silveira quando esteve em Bom Jesus do Itabapoana, sua terra natal, nos anos de 1959 e 1960.


Cine Teatro Monte Líbano: patrimônio cultural estadual

Já na segunda metade do século XX, o Cine Teatro Monte Líbano é inaugurado na Praça Governador Portela, trazendo nova atração para o entorno. O prédio, de três pavimentos e com capacidade para mil pessoas, foi construído em 1950 pelo libanês Mehige Hanna Saad. É o único patrimônio de Bom Jesus do Itabapoana, que sabemos, com registro no Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC). O tombamento provisório foi decretado em 2002, sob o número E-18/001.145/2002 (36). Durante décadas o Cine Teatro Monte Líbano foi uma grande referência cultural na cidade, e abrigou em seu prédio centenas e centenas de moradores locais e da região, que para ali se dirigiam para assistir a apresentação de filmes, peças teatrais, apresentações musicais e também formaturas de estudantes, dentre outros eventos.


Alunas do Ginásio Rio Branco em desfile cívico na Praça Governador Portela,
em frente ao Cine Monte Líbano. 1953. Acervo ECLB.




Uma Praça, muitas histórias e muitas memórias

Observamos, assim, que toda a área abrangida pela Praça Governador Portela e seu entorno carrega em si grande parte da história e memória de Bom Jesus, lembrando que nessa praça muitas das festas, festividades e grandes eventos, locais e nacionais, vêm acontecendo ao longo de todos esses anos de sua existência. 

O local passou a ser testemunha de eventos cotidianos e também de eventos extraordinários na vida das pessoas do lugar. Os eventos cotidianos se revestem das brincadeiras das crianças, do passeio das famílias, dos jogos de mesa dos idosos, dos flertes, paqueras e namoros que formaram e formam diversos casais. Assistir a tv. O cinema, o passeio na praça, a conversa no banco, os bares e lanchonetes, o sorvete e a pipoca, ou o simples descansar sob a sombra das árvores, em especial o quase centenário pau-ferro. Os noivos entrando e saindo da matriz para o casamento. As procissões, os desfiles, os pequenos e grandes shows, os comícios, as carreatas, os festejos de campeonatos esportivos, as campanhas políticas, os discursos e as carreatas, as comemorações dos políticos eleitos, os concertos das bandas de música, a folia de reis, a capoeira.


Desfile cívico do Ginásio Rio Branco na Praça Governador Portela. 1960. Acervo ECLB.

















Como buscamos destacar ao longo do texto, além dos aspectos arquitetônico e histórico das duas praças e seu entorno, esses espaços permanecem ativos na memória local, uma vez que, de geração em geração, permanecem em constante interação com a vida da população local e mesmo regional, tornando-se importantes centros de referência e memória afetiva para os moradores da região.

É possível, assim, perceber que esses sítios históricos se revestem de uma importância não apenas de um passado histórico, pois são, até os dias atuais, local de intensa movimentação e vida ativa da coletividade, não apenas dos habitantes desse centro urbano, mas também de toda a comunidade do município e região, constituindo áreas de referência para a população local e para visitantes ao longo de diversas gerações que por ali vivem e transitam, numa construção coletiva de ressignificação constante e construção de memória coletiva.


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Claudia Martins Borges Bastos do Carmo
Paula Aparecida Martins Borges Bastos 


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Referências

(1) REVISTA Comemorativa do Centenário da Paróquia do Senhor Bom Jesus do Itabapoana, Rio de Janeiro, Brasil. 1962.
(2) BASTOS, Luciano. De município a distrito: primeira emancipação de Bom Jesus do Itabapoana (1890-1892). Bom Jesus do Itabapoana, RJ, 2008.
(3) FURTADO, Manoel Basilio. Itinerario da Freguezia do Senhor Bom Jesus do Itabapoana á Gruta das Minas do Castello. Campos dos Goytacazes, RJ: Essentia, 2014.
(4) OS cemitérios em Bom Jesus. Blog Espaço Cultural Luciano Bastos. Disponível em: https://espacoculturallucianobastos.blogspot.com/2016/11/os-cemiterios-em-bom-jesus.html Acesso em: 02 jan 2021.
(5) MELLO, Padre. Prosa e Verso – um gênio da civilização e da cultura. Seleção e editoração, Delton de Mattos. Rio de Janeiro: Textus, 2005.
(6) SOUZA, Dercilio Baptista. Nas margens do Itabapoana: minha humilde história. 1978. Manuscrito. Acervo: Espaço Cultural Luciano Bastos.
(7) DUTRA, Antônio. Páginas memoráveis de Bom Jesus do Itabapoana editadas por Delton de Mattos. Rio de Janeiro: Textus, 2004.
(8) TEIXEIRA, Francisco Camargo. Bom Jesus do Itabapoana. 3 ed. Ampliada por Georgina Mello Teixeira. Bom Jesus do Itabapoana, RJ, 2005.
(9) LIVRO de notas da Freguesia do Senhor Bom Jesus do Itabapoana, município de Campos, 19 de dezembro de 1874.

(10) JOSÉ Tarouquela e Helton Almeida: uma história da imprensa bonjesuense de pai para filho. Blog O Norte Fluminense. Disponível em: http://onortefluminense.blogspot.com/2020/05/jose-tarouquela-e-helton-almeida-uma.html Acesso em: 31 jan 2021.
(11) Bastos, Luciano. Colégio Rio Branco. Folheto. 1980. Acervo Espaço Cultural Luciano Bastos.
(12) 1970: Colégio Rio Branco comemora seu cinquentenário (parte 2). Blog Espaço Cultural Luciano Bastos. Disponível em: https://espacoculturallucianobastos.blogspot.com/2020/08/1970-colegio-rio-branco-comemora-seu_5.html Acesso em 31 jan 2021.
(13) HISTÓRICO Primeira Igreja Batista Bom Jesus do Itabapoana. Manuscrito.
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(16) SILVA Monarca, um dos pioneiros da colonização de Bom Jesus. Disponível em: https://espacoculturallucianobastos.blogspot.com/2016/11/silva-monarca-um-dos-pioneiros-da.html Acesso em: 02 jan 2021.
(17) BASTOS, Luciano Augusto (Org.). Bom Jesus do Itabapoana em 1906: o primeiro jornal. Coleção Histórias de Bom Jesus,v.2. Bom Jesus do Itabapoana, 2009.
(18) BASTOS, Luciano. (Org.). Bom Jesus nas folhas do Itabapoana em 1907: o primeiro jornal. Coleção Histórias de Bom Jesus, v.3, 2010.
(19) VASCONCELLOS, C.R. Centenário da Independência do Brasil; Álbum do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Pimenta de Mello, 1022.
(20) XAVIER, Elcio. O Baile da Proclamação da República. In: O Norte Fluminense, Bom Jesus do Itabapoana, 2018.
(21) BIG Hotel: um hotel de grandes histórias. Blog O Norte Fluminense. Disponível em: http://onortefluminense.blogspot.com/2014/02/big-hotel-um-hotel-de-grandes-historias.html  Acesso em 03 jan 2021.
(22) A NOITE (RJ), Rio de Janeiro, 12/06/1917. 
(23) IGREJA Matriz Senhor Bom Jesus. Disponível em: https://www.bomjesus.rj.gov.br/site/igreja_matriz_senhor_bom_jesus_do_itabapoana-pagina-38-2-38 Acesso em 07 mai
(24) O HISPANO-BONJESUENSE. Disponível em: http://onortefluminense.blogspot.com/2012/12/da-serie-entrevistas-de-o-norte.html Acesso em 02 mar 2021.
(25) APOLINÁRIO, Edino. Resgate da história da Igreja Matriz de Bom Jesus do Itabapoana. Disponível em : https://sites.google.com/site/padreantoniofranciscodemello/home/4-resgate-da-historia-da-igreja-matriz-de-bom-jesus-do-itabapoana---edino-apolinario  Acesso em 02 mar 2021.
(26) GOMES, Rafael Azevedo Fontenelle. Inventário da Arte Sacra Fluminense. Rio de Janeiro: Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, Tomo II, 2010, 304p.
(27) O JORNAL, Rio de Janeiro, 06/10/1949.

(28) Pedro Gonçalves da Silva Jr. e a alma bonjesuense. Disponível em: http://onortefluminense.blogspot.com/2016/04/pedro-goncalves-da-silva-alma.html Acesso em 02 mai 2021.

(29) CALENDÁRIO Histórico-Cultural de Bom Jesus do Itabapoana (RJ). Disponível em : https://onortefluminense.blogspot.com/2019/12/calendario-historico-cultural-de-bom_12.html Acesso em: 03 mai 2021

(30) BISTRÔ Histórico é referência da culinária bonjesuense. Disponível em:  http://onortefluminense.blogspot.com/2019/04/bistro-historico-e-referencia-da.html  Acesso em: 03 mai 2021.

(31) PÉROLA Arquitetônica em Bom Jesus do Itabapoana é obra de magistrado de Niterói (RJ). Disponível em: https://onortefluminense.blogspot.com/2014/06/perola-arquitetonica-em-bom-jesus-do.html  Acesso em: 03 mai 2021.

(32) OS CEDROS do Itabapoana. Disponível em: https://onortefluminense.blogspot.com/2012/01/os-cedros-do-itabapoana.html Acesso: 03 mai 2021.

(33) ÚLTIMA HORA, Rio de Janeiro, 10/08/1960.

(34) JORNAL DOS SPORTS. Rio de Janeiro, 13/08/1960.

(35) DIÁRIO CARIOCA, Rio de Janeiro, 19/08/1960.

(36) CINE Teatro Monte Líbano. Patrimônio Cultural Bens Tombados. INEPAC. Disponível em: http://www.inepac.rj.gov.br/index.php/bens_tombados/detalhar/61 Acesso em 02 mar 2020.


Atualizado em 09/01/2022