terça-feira, 25 de outubro de 2016

Alunos do C. E. Santa Rita de Cássia em visita ao ECLB



Alunos do primeiro ano do Centro Educacional Santa Rita de Cássia visitaram no dia 21/10/2016 o Espaço Cultural Luciano Bastos, acompanhados das Professoras Juliana Vaillant Fragoso, Lucia Helena Diniz Souza e Jaqueline de Oliveira Guimarães.


                                


                                   



sexta-feira, 14 de outubro de 2016

D. Carmita, aluna, professora e diretora do Colégio Rio Branco


        
MARIA DO CARMO BAPTISTA DE OLIVEIRA – a D. CARMITA, um dos nomes mais importantes de Bom Jesus do Itabapoana na área da educação no século XX, iniciou os estudos no Colégio Rio Branco desde a sua fundação, em 1920, ali permanecendo até sua aposentadoria, em 1979, deixando um grande legado em nossa terra.
Na semana em que comemoramos o Dia do Professor, nossa homenagem e todo o nosso reconhecimento a uma vida dedicada ao ensino e ao Colégio Rio Branco.
Consta, no acervo do ECLB, uma concisa biografia, realizada em 1992, pelas alunas do 2º ano do Curso de Formação de Professores do Colégio Rio Branco, sob coordenação das Professoras Walesca Araújo Coelho e Keli Cristina Tardin dos Santos, que aqui trazemos para que se possa conhecer um pouco mais sobre ela.

  
Augusto Teixeira de Oliveira e Maria da Conceição Baptista de Oliveira, 
pais de D. Carmita, em fotografia pertencente à família

PROFª. MARIA DO CARMO BAPTISTA DE OLIVEIRA 
 D. Carmita

Nasce em 12/12/1908, no município de João Pessoa (ES). 
Seus pais: Augusto Teixeira de Oliveira e Maria da Conceição Baptista de Oliveira, de tradicional família bonjesuense.
Fundado o Colégio Rio Branco em 1920 pelo Prof. José Costa Jr., ela foi uma das primeiras alunas ali matriculadas. Em 1928, no mesmo Colégio, começou a lecionar ministrando aulas de História Geral e do Brasil.
Em 1939, convidada pelo sr. Olívio Bastos, Diretor Comercial do Rio Branco, assumiu a Direção Técnica do tradicional educandário, desenvolvendo uma atuação brilhantíssima que marcou época na história educacional bonjesuense.
D. Carmita – como era mais conhecida – fazia parte de uma família excepcional de educadores, todos, como ela, com seus estudos iniciados em 1920 no Colégio Rio Branco, como: Dr. Francisco Baptista de Oliveira (Dr. Chiquinho), Profª. Clarice Baptista de Oliveira Jesus, Profª. Maria José Baptista de Oliveira, Profª. Zilda Baptista de Oliveira Teixeira, Profª. Geny Baptista de Oliveira Silva.
Ao se afastar da Direção do Colégio Rio Branco, face sua aposentadoria, na década de 70, D. Carmita ainda dedicou alguns anos de sua preciosa existência ao Ensino oficial no Estado do Rio de Janeiro, lecionando no C.E. Padre Mello, quando era Secretário de Educação e Cultura do Estado o Prof. Dr. Delton de Mattos, seu ex-aluno.
Faleceu nesta cidade no dia 23/10/1980.



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A seguir, três ex-alunos do Rio Branco, o desembargador Ademir Paulo Pimentel, a Professora Therezinha Chalhoub de Oliveira e o desembargador Nivaldo Xavier Valinho, relembram a educadora.

Dr. Ademir Paulo Pimentel 
(04.10.1980, durante as comemorações do 60º aniversário de fundação do educandário)

"... e pude então voltar ao passado e me lembrar aquele dia em que meu pai levou-me ao 'Rio Branco' e disse: 'dona Carmita, de agora em diante o Ademir está entregue à senhora!'. Confesso que não me recordo a verdadeira reação, porque tomado daquele medo característico do adolescente, que de forma errada e distorcida, via em dona Carmita, ao contrário do que realmente era, a encarnação da violência. Se naquela época a olhava sob o clima de terror, hoje a reverencio como símbolo do amor, eis que a Deus, aos meus pais e a ela, devo o que sou, não desconhecendo outros que, em escala menor, constituiram-se em elementos construtores do meu caráter. Posso ter uma orelha um pouco mais esticada do que possuía antes de ingressar no 'Rio Branco'; posso não ter compreendido em tempo útil os castigos, as repreensões, os retornos à tarde para o estudo e até mesmo aqueles dias em que fiz dos gabinetes o 'refeitório' da não muito suculenta e agradável refeição. Mas uma coisa eu posso afirmar: sou homem, embora com as limitações naturais oriundas de minhas fraquezas humanas, porque fui criado com disciplina. E eu me recordo que naqueles tradicionais 'castigos', de uma frase não me esqueci: (também pudera! Eram mil vezes, quando não era possível o incômodo uso dos três ou dois lápis que facilitavam o serviço) 'a disciplina é o fator do progresso'. Alguns já levavam copiado de casa!

Nos sessenta anos do 'Rio Branco', não poderia, dona Carmita, silenciar-me. Quanto lhe devo! E quantos lhe devem um tributo imperecível de gratidão e que eu virtude das lutas da vida, nem sempre podemos demonstrar em atitudes o nosso sentimento! (...)

Portanto, dona Carmita, nos sessenta anos do 'Rio Branco', receba o nosso reconhecimento e nossa gratidão. Em meu nome e de milhares de outros, que espalhados pelo nosso Brasil, tiveram o seu caráter moldado pelo respeito, pela disciplina.
Obrigado, dona Carmita!"


Profª. Therezinha Chalhoub de Oliveira
(13.11.1987, na inauguração de seu retrato como patrono do CIEP D. Carmita)
"Sinto-me deveras honrada e feliz por ter sido aluna de D. Carmita. Com que gosto e entusiasmo discorria sobre fatos e datas de nossa História; sobre as notáveis e grandes civilizações narradas e descritas à luz da História geral; sobre a organização política e social do Brasil. Nas lições punha ordem e objetividade para nos ver logo adiante alcançar o domínio da matéria; era exigente quanto ao comportamento em salas de aula ou no pátio, certa de que o domínio das boas maneiras fortalece e purifica o temperamento."

Dr. Nivaldo Xavier Valinho 
(17.11.1995, nas comemorações do 75º aniversário de fundação do educandário)
"Nesta noite, meus amigos é preciso que voltemos no tempo 75 anos atrás; imaginemos uma Bom Jesus daquela época: um punhado de casas; um pequeno grupo populacional; uma pequena comunidade sequiosa de independência, de maioridade e, convenhamos, só o talento e a coragem de uns poucos visionários, poderiam ensejar à nossa terra tão grande incentivo à cultura, às letras e à educação; a fundação de uma Escola que viria marcar indelevelmente as gerações futuras de Bom Jesus.(...)

Mas, a História do Colégio Rio Branco não se dissocia da História de Bom Jesus: os mesmos momentos de ousadia; iguais tormentos de crises, mas sem esmorecimentos porque amparados um e outro no que esta terra possui de mais singular, ante os demais rincões brasileiros: a força de sua comunidade. Bom Jesus possui esta virtude ímpar, que atravessa os tempos; seu povo sempre soube quando unir-se sob uma mesma bandeira, quando mais alto se descortina o interesse de todos.

Deparando intransponíveis exigências do MEC nas altas taxas para os educandários reconhecidos, o Rio Branco soçobrava, perdendo sua oficialização, mas logo encontrou amparo na sobrevida quando uma JUNTA INTERVENTORA, constituída pelos valorosos homens da comunidade, OLIVIO BASTOS, JOSÉ DE OLIVEIRA BORGES (então Prefeito) e JOSÉ MANSUR, passou a administrá-lo, restabelecendo sua oficialização e garantindo sua continuidade, sempre mantida a qualidade de seu ensino.

Iniciou-se aí uma administração duradoura, comandada por OLIVIO BASTOS, e a era de uma Diretora que marcou a vida estudantil de gerações de bonjesuenses: MARIA DO CARMO BAPTISTA DE OLIVEIRA – a D. CARMITA. Tinham tudo para fracassar numa convivência profissional: ele, quase um lord; um inglês por formação, dada sua convivência com os construtores da estrada de ferro: discreto, paciente, mas indomável; D. CARMITA, toda ímpeto, dedicação integral e diuturna ao Colégio; disciplinadora inflexível.

Essa convivência, entretanto, varou décadas. “Seu Olívio” passou à história como o proprietário compreensivo e de grande visão administrativa. D. Carmita soube adequar sua missão às diretrizes de Olívio Bastos, sem abdicar de sua forte personalidade e do temperamento dominador, que entretanto, visavam o progresso do Rio Branco e o futuro de seus alunos.

Certo, porém, quanto a ela, que nenhum de nós, ex-alunos da geração D. CARMITA, não consegue permanecer silente em qualquer sala daquela Casa sem perceber seus passos firmes ao longo dos corredores; ainda hoje, esta sensação ocorreu-me, na sentimental visita feita à antiga Escola.

Reverenciamos a figura de D. CARMITA pelo tanto que dedicou ao Colégio Rio Branco e ao nosso aprimoramento educacional. Sem a visão de futuro que ela inegavelmente possuía, quantas e quantas vezes me rebelei a cada “indicação voluntária” que me era feita para declamações, teatros, grupos de canto, monólogos, etc. etc. nas festivas reuniões do “Grêmio Humberto de Campos”, atividades que mais tarde me valeriam – e muito – na vida profissional a que a vocação me conduziu. Assim comigo, igual a tantos e tantos outros colegas.

Possuía D. CARMITA o dom de descobrir em cada qual uma virtude às vezes oculta, que, trabalhada, se transformava numa qualidade desconhecida do próprio aluno."

                               ***
                             

Abaixo, trecho do artigo do jornalista Sílvio Fontoura no jornal A Notícia, de Campos dos Goitacazes, em 16/12/1943, noticiando a comemoração, no Colégio Rio Branco, do aniversário da educadora.
   










A seguir, a ex-aluna e professora do Rio Branco, a então normalista Neumar Monteiro homenageia a mestra no jornal escolar A Voz do Estudante.

Prof.ª e poetisa Neumar Monteiro
(1966, A Voz do Estudante)


   


Dr. Luciano Bastos, Maria das Graças Couto, Leny Borges Bastos,Prof.ª Maria do Carmo Baptista de Oliveira, Prof.ª Olívia Freitas.



Sala da antiga Secretaria do Colégio Rio Branco, preservada pelo Espaço Cultural Luciano Bastos, tendo ao fundo fotografia da aluna, professora e diretora Maria do Carmo Baptista de Oliveira. Foto Diadorim Ideias/Cris Isidoro




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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Irmãs pianistas se apresentam no ECLB

   



As irmãs e pianistas Ana Luiza Xavier e Eliza Xavier herdaram o amor pelo piano da avó Marise Xavier, diretora da Escola de Música Cristo Rei, e se apresentam no próximo dia 28 de Outubro, Sexta-feira, a partir das 19h, no Espaço Cultural Luciano Bastos. 
Esperamos você!




Trilogia das Cores de Kieslowski no ECLB






O Espaço Cultural Luciano Bastos e Cineclube Debates do IFF exibem a Trilogia das Cores, de Krzvsztof Kieslowski.


Nos dias 27 de outubro, 24 de novembro e 08 de dezembro, será exibida a Trilogia das Cores, do diretor polonês Kieslowski, inspirada nas cores da bandeira francesa e em seus ideais. Com a exibição de um filme por mês, esta mostra faz parte do projeto "I Ciclo de Exibições Cineclube Debates - Espaço Cultural: a arte da vida na Trilogia das Cores".

 As cores azul, branco e vermelho compõem o cenário e se relacionam à trama de cada filme da trilogia, que são: A Liberdade é Azul (Trois Couleurs: Bleu, 1993), A Igualdade é Branca(Trois Couleurs: Blanc, 1993) e A Fraternidade é Vermelha (Trois Couleurs: Rouge, 1994).




 O primeiro filme da trilogia, “A Liberdade é Azul”, recebeu o Leão de Ouro (melhor filme e melhor atriz, com memorável interpretação de Juliette Binoche), será exibido no dia 27 de Outubro (Quinta-feira), às 19 horas. Entrada gratuita. Classificação indicativa: 18 anos.


O segundo filme da trilogia é "A Igualdade é Branca", premiado com Urso de Prata (melhor diretor), será exibido no dia 24 de Novembro.





O terceiro filme da trilogia, "A Fraternidade é Vermelha", com várias indicações, entre elas para o Oscar (melhor diretor, melhor fotografia e melhor roteiro original), será exibido no dia 08 de Dezembro.



Como já é de costume, após a sessão, bate-papo sobre o filme, tendo como mediador o Professor Rafael Tardin.




Sobre os filmes  
(sinopse: Rafael Tardin)

A Liberdade é Azul 
Data: 27/10/2016
Às 19h
Local: Espaço Cultural Luciano Bastos


Julie, interpretada por Juliette Binoche, se depara com a liberdade após a morte de seu marido e de sua filha em um acidente de carro. A protagonista decide, então, se desfazer de todos seus bens, mantendo apenas o necessário para viver com conforto. Ela se muda para um apartamento longe de todos seus conhecidos e de qualquer lembrança sobre o ocorrido. Essa atitude seria uma fuga ou uma extrema liberdade em relação a tudo?

Seu marido era um reconhecido compositor, porém Julie compunha grande parte de suas músicas sem levar créditos por isso. Porém, ela não se demonstra incomodada com essa situação, e aparentemente, ela não faz questão de ter seu nome nas músicas. Assim, percebe-se que mesmo antes de sua perda, Julie já não era apegada a valores e bens convencionais.

Julie, logo no início do filme, é questionada por não estar chorando. A personagem não sofre do jeito que se espera de uma pessoa que passa por uma perda grande como a dela. Ela abraça sua dor em silêncio, sem grandes demonstrações de desespero. Julie aceita sua liberdade com resignação.

A obra mostra uma visão de liberdade diferente da que estamos acostumados: ela envolve solidão e falta de envolvimento emocional com objetos e pessoas, além de nem sempre ser uma questão de escolha.

Lançamento:1993 (1h40min)
Direção: Krzysztof Kieslowski
Elenco Juliette Binoche, Hélène Vincent, Emmanuelle Riva

Gênero: Drama
Nacionalidades Suíça, Polônia, França.


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A Igualdade é Branca 
Data: 24/11/2016
Às 19h
Local: Espaço Cultural Luciano Bastos

O segundo filme da trilogia é sobre um cabeleireiro polonês, chamado Karol (Zbigniew Zamachowski), que se casa com uma francesa, chamada Dominique (Julie Delpy). Karol passa por situações horríveis depois que sua esposa pede divórcio pelo fato de o casamento dos dois não ter sido consumado. O que acontece com Karol se dá não só pelo extremo azar do personagem, mas também pela maldade gratuita da maioria das pessoas que passam pelo caminho dele. 

Seria a delicadeza interpretada como fraqueza em nossa sociedade? Encontrar uma pessoa numa situação pior que a sua é justificativa para humilhá-la? Essa crítica à sociedade é explicitada no filme, que mostra que quando alguém se demonstra vulnerável, a tendência da maioria das pessoas é abusar dessa situação. 

E é por isso que o protagonista decide ganhar dinheiro e se vingar de sua ex-esposa. Karol não deixa de ser uma pessoa extremamente sensível, mas mesmo sofrendo, ele segue com seus planos. Apenas a partir do momento que ele começa a se impor, as pessoas passam a respeitá-lo. Mesmo assim não é uma situação de igualdade, pois Karol é respeitado após se tornar superior aos outros. 

A pergunta que fica é: a igualdade tem espaço numa sociedade tão competitiva e individualista como a nossa?



Lançamento 1994 (1h 31min)
Direção: Krzystof Kieslowski
Elenco: Julie Delpy, Zbigniew Zamachowski, Janisz Gajos
Gêneros: Drama, Comédia, Romance
Nacionalidades Polônia, França, Suiça


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A Fraternidade é Vermelha 
Data: 08 de Dezembro
Às 19h
Local: Espaço Cultural Luciano Bastos

O último filme da trilogia conta a história de uma estudante e modelo chamada Valentine, interpretada por Irène Jacob. Em uma noite, ao se distrair trocando as estações de rádio de seu carro, Valentine acaba atropelando uma cadela. Através da coleira ela localiza seu dono e vai atrás dele. É assim que a personagem acaba conhecendo um juiz aposentado, que demonstra muita apatia e infelicidade. 

Depois, através de outro acaso, Valentine acaba indo de novo na casa desse juiz e descobre que ele ouve a conversa de seus vizinhos. A primeira reação dela é sentir asco, mas ao desenrolar a história, os dois se tornam amigos. 

Percebe-se que as reações do juiz e de Valentine ao ouvirem as conversas de telefone eram diferentes. O juiz as usava para reafirmar sua descrença na sociedade. Já Valentine acreditava que aquela era apenas uma face das pessoas, que poderiam ser boas em outros aspectos de suas vidas. Essa visão otimista acaba contagiando o juiz, que muda seu jeito de viver a partir da convivência com Valentine.

Lançamento 1994 (1h 39min)
Direção: Krzystof Kieslowski 
Elenco: Irène Jacob, Jean-Louis Trintignant, Jean-Pierre Lorit
Gêneros: Drama, Romance 
Nacionalidades Polônia, França, Suiça






Roda Literária João Cabral de Mello Neto





O universo poético de João de Cabral de Melo Neto invadiu o ECLB durante a 3ª Roda Literária realizada no dia 06 de outubro. Os participantes fizeram uma viagem pelo sertão do nordeste brasileiro, caminharam pelas pontes de Recife sobre o rio Capibaribe, e também chegaram aos encantamentos de Sevilha, na Espanha.E em todas essas viagens literárias que, apresentadas através de palavras concretas e baseadas no real cotidiano da vida, os leitores perceberam e destacaram a presença de temas universais, construídos com uma sonoridade própria, que encantou a todos, trazendo um rico debate de ideias a partir dos temas propostos por esse grande mestre da poesia. 

Luana Borges Scarpini, que atuou na organização do evento, conta um pouco sobre a noite:

"Conversar sobre poesia é maravilhoso, quando a poesia é brasileira, é melhor ainda! Nós saimos da Roda cheios de brilho nos olhos e sempre sai algum devaneio durante as leituras dos poemas, é legal ver a visão de outras pessoas sobre diversos assuntos. A boa música acompanhou o som da chuva, que fez a cortina pra nossa pela. João Cabral deixa grandes obras pra nós, brasileiros nos atentarmos à história passada e atual do nosso país."

Aline Mangaravite participou pela primeira vez e conta a experiência:

"A roda literária sobre João Cabral foi a primeira da qual participei, e participei ativamente! Ajudei na organização, o que também nunca tinha feito e só isso já teria sido uma experiência das mais ricas! Pesquisar e conhecer melhor o autor escolhido e sua obra! Mas muito além disso fiz novos amigos! Infelizmente a chuva atrapalhou um pouco no dia do encontro e não fomos muitos mas os que foram tenho certeza que, tanto quanto eu, se divertiram bastante. A literatura tem esse poder de unir, de nos ajudar a relacionar com o próximo! Espero poder participar e ajudar a organizar muitas outras rodas literárias no ECLB! Ideias não faltam! Surpresas em Dezembro! Um certa Pessoa ... não sei..."






















Luis Otávio brindou a todos com trecho musicado de Morte e Vida Severina










Participantes tecem uma teia ao lerem o poema "Tecendo a Manhã" 








O ambiente nordestino do autor aparece no varal que remete à literatura de cordel e às xilogravuras






TECENDO A MANHÃ

Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.


João Cabral de Melo Neto


Todos gostaram tanto do evento que ao final já agendaram a próxima Roda Literária, que ocorrerá no dia 07 de Dezembro. O autor escolhido foi Fernando Pessoa, sugestão da Izabela Azevedo, com aprovação unânime dos presentes!