sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Estudantes participam de oficina na programação da “Primavera dos Museus”, do ECLB

                                            

Nesta quinta-feira, 21 de setembro, aconteceu mais uma tarde da 17ª Primavera dos Museus, que teve início na terça-feira, 19, no Espaço Cultural Luciano Bastos. Dessa vez recebemos os estudantes das turmas do 8º ano fundamental e 3º ano do Ensino médio do Colégio Estadual Padre Mello e os professores Wallace Mello e Marcos Cândido Mendonça, para participar de uma Oficina de Grafismo indígena, ministrada pelo artista plástico e fotógrafo Roulien Boechat.

Na biblioteca do ECLB, os participantes puderam conhecer sobre o grafismo e a pintura corporal indígena e seus significados, e ainda tiveram a oportunidade de praticar os desenhos, numa conscientização de que cada etnia possui uma identidade específica, que se reflete nos desenhos. Agradecemos também a participação na oficina da memorialista Maria Cristina Borges.

Além da Oficina, os participantes puderam também visitar a Exposição “Amazônia: do Presente e do Futuro”, que permanece no ECLB até o dia 29 de setembro.

As visitações ocorrem de terça a sexta-feira, das 9h às 11h30min e das 13h às 16h30min.


Alunos do Colégio Estadual Padre Mello participaram da programação
 da 17ª Primavera dos Museus no ECLB
Roulien Boechat e Maria Cristina Borges






terça-feira, 19 de setembro de 2023

Grafismo indígena é tema de oficina da 17ª Primavera dos Museus no ECLB

                               

Dentro da programação da 17ª Primavera dos Museus, realizada pelo ECLB, aconteceu na tarde desta terça-feira, 19, a Oficina de Grafismo indígena com o artista plástico Roulien Boechat.
Professoras de arte e artesãs tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre a cultura e costumes indígenas e a importância do grafismo para os povos indígenas.
A programação da 17ª Primavera dos Museus no Espaço Cultural Luciano Bastos segue até esta quinta-feira, 21, com Contação de histórias indígenas.
A exposição “Amazônia: do Presente e do Futuro” segue até o dia 29/09 no Espaço Cultural Luciano Bastos.


segunda-feira, 18 de setembro de 2023

17ª Primavera dos Museus inicia amanhã no Espaço Cultural Luciano Bastos




Começa no dia 19/09 a 17ª Primavera dos Museus no Espaço Cultural Luciano Bastos! Participe!
Confira nossa programação:
19/09/2023 – 13h
Oficina de Grafismos
Os participantes aprenderão o significado dos grafismos para os povos indígenas, com o objetivo de reforçar a importância do respeito às diferentes culturas.
Público-alvo: interessados em geral.
21/09 – 13h
Contação de Histórias
A atividade trará histórias da cultura indígena, buscando promover o reconhecimento da cultura dos povos indígenas entre os participantes.
Público-alvo: estudantes do Ensino Fundamental.
19 a 29 de setembro de 2023
Exposição “Amazônia: do Presente e do Futuro
Atividades gratuitas, ministradas pelo artista plástico e fotógrafo da Exposição “Amazônia: Do Presente e do Futuro”, Roulien Boechat.


Espaço Cultural Luciano Bastos funciona de terça a sexta-feira, 
das 9h às 11h30min e das 13h às 16h30min.
Praça Amaral Peixoto 13, Bom Jesus do Itabapoana, RJ.

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Espaço Cultural Luciano Bastos integra a 17ª Primavera dos Museus



O Espaço Cultural Luciano Bastos participa da programação da 17ª Primavera de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus, que acontecerá de 18 a 24 de setembro, com o tema "Memórias e Democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas".

Todos os anos, durante uma semana, os museus brasileiros participam da Primavera dos Museus com uma programação especial. Este ano o tema escolhido ressalta a importância dos museus na promoção da inclusão social e da diversidade, fundamentais à democracia.

Como parte da programação da 17ª Primavera dos Museus, o ECLB participa com uma programação com Exposição, Oficinas e Contação de Histórias.

A exposição audiovisual “Amazônia: do Presente e do Futuro”, do artista plástico e fotógrafo Roulien Boechat, composta a partir de sua visita a diversas aldeias e comunidades indígenas da Amazônia, segue até o dia 29/09. 

Nos dias 21/09 e 23/09, a partir das 13h, serão ofertadas Contação de histórias e Oficinas de Grafismos Indígenas, ministradas por Roulien Boechat, descendente da etnia Pataxó e pesquisador de suas raízes.

Programação:

19/09 – 13h às 16h
Contação de Histórias indígenas

A atividade trará histórias da cultura indígena, buscando promover o reconhecimento da cultura dos povos indígenas entre os participantes.
Público-alvo: estudantes do Ensino Fundamental.

19/09/2023 – 13h às 16h
Oficina de Grafismo indígena

Os participantes aprenderão a desenhar e pintar grafismos de diferentes etnias indígenas, reforçando a importância do respeito às diferentes culturas.
Público-alvo: interessados em geral.


19/09 a 29/09 - 9h às 11h30min e das 13h às 16h30min
Exposição “Amazônia: do Presente e do Futuro” 

A visitação ao ECLB pode ser feita de terça a sexta-feira, das 9h às 11h30min e das 13h às 16h30min.



Roulien Boechat, artista plástico e fotógrafo, descendente da etnia Pataxó.

Graduado em História, pós-graduado em História da Arte, especialista em História em Quadrinhos, Roulien Boechat é artista plástico e fotógrafo. Apaixonado por suas raízes, estudou Antropologia cultural e seguiu com suas viagens de pesquisas sobre sua ancestralidade.

"História e memória, não só como historiador e fotógrafo, mas sim como 'parente', através das memórias de minha avó, todas vivenciadas no interior da Bahia, isso por volta de 1920, chegando em Bom Jesus por volta de 1974, trazida por meu pai, veio morar e tomar conta de mim. Desde então ela me contava suas histórias como indígena e como foi “tirada” de seu povo para ser doméstica já em Salvador: sua aldeia Pataxó, em Cabrália, Porto Seguro, foi invadida, e todos sem onde morar, foram para Salvador-BA.

Interessado em conhecer mais sobre sua história, seu povo, fui até Belém-PA, visitando e registrando aldeias, como as dos Tembés, do Rio Guará, no Pará, e em quase todo território do Amazonas, entre estradas de terra vermelha, rios e comunidades Quilombolas e Ribeirinhos, fiz um trabalho de pesquisa e registros fotográficos.

De minha ancestralidade e de onde veio metade de minha família, nasceu essa ideia de exposição audiovisual, entre fotos e sons da terra, entre livros, poesias indígenas e registros visuais
."




sábado, 9 de setembro de 2023

HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO E CAPELA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO: UMA HISTÓRIA QUASE CENTENÁRIA EM BOM JESUS DO ITABAPOANA.

Capela Nossa Senhora do Rosário e Hospital São Vicente de Paulo. Foto: Paula Bastos, 2023.

   por Paula Aparecida Martins Borges Bastos

    

        O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), com seus quase 100 anos de existência, a completar-se em 2025, localizado em área urbana central em Bom Jesus do Itabapoana, veio sofrendo transformações ao longo do tempo, promovendo alterações na paisagem, na medida em que seu porte foi se ampliando e sua estrutura hospitalar se tornando mais complexa e com maior capacidade de atendimento. Dessa estrutura, a chamada “parte antiga” do Hospital se destaca por guardar as memórias e vestígios de uma construção coletiva, que se mantém ao longo de gerações. Em especial, a Capela Nossa Senhora do Rosário e a fachada da “parte antiga” do Hospital, ajudam a contar um pouco da história do Vale do Itabapoana e, por que não dizer, da história regional, uma vez que a promoção da saúde realizada pelo Hospital sempre se mostrou receptiva e dedicada ao atendimento de pacientes de várias localidades, tornando-se progressivamente uma referência na região.

Os primórdios       

        Não há como dissociar a história do Hospital São Vicente de Paulo e a Capela de Nossa Senhora do Rosário de uma história regional e nacional, envolvendo os caminhos por que vem trilhando a saúde pública no país ao longo dos últimos séculos.        

        Até o século XIX, a região do Vale do Itabapoana se valeu, no cuidado com a saúde de seus habitantes, em grande parte de curandeiros(as) e benzedeiras(os), com seu amplo conhecimento sobre o uso de ervas e plantas medicinais nativas e suas propriedades sobre o corpo. O termo “puaia”, incorporado ao léxico da fala regional, ao longo de gerações e que perdura até os dias atuais é um aspecto que bem remete a essa memória (1)

Com o crescimento populacional na região, a partir da segunda metade do século XIX, e a conformação de pequenos lugarejos e vilas, a atuação de médicos e farmacêuticos começou a se fazer mais presente, ainda que de forma tímida e localizada, de acordo com a moradia de cada um desses profissionais.

Algumas epidemias, como a de varíola, de forte impacto na região, atraíam a atenção de autoridades públicas, com o envolvimento de médicos e assistentes (2), pois nessa época, “a noção de saúde pública estava restrita ao combate às epidemias” (3).

No início do século XX, mudanças começaram a ser implantadas pelo Estado em relação à saúde e à assistência hospitalar no país, a partir da criação, em 1919, do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), sob a direção de Carlos Chagas (4). Em um de seus discursos no Rio de Janeiro, ainda em 1918, o médico sanitarista já defendia a ampliação de novos hospitais, não apenas na Capital do país, uma vez que “no interior grassam endemias mortíferas, com ausência absoluta de quaisquer medidas necessárias. Hospitais regionais, nas zonas de endemias intensas, viriam atender a uma das indicações sanitárias e de assistência pública mais urgentes em nossos sertões” (5).

É possível perceber, assim, que a construção de um hospital em Bom Jesus do Itabapoana tende a convergir com um movimento que avança em nível nacional. Em maio de 1922, as obras parecem já estar em andamento, projetando-se um “pequeno hospital, com duas enfermarias” (6). O recurso, provavelmente oriundo de doações locais, parece não ser suficiente, sendo necessário recorrer ao apoio estatal, e em dezembro de 1923, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro autoriza o Poder Executivo a auxiliar “com dez contos de reis (10:000$000) a ultimação das obras do Hospital S. Vicente de Paulo, em Bom Jesus do Itabapoana, no município de Itaperuna, abrindo-se para isso o necessário crédito” (7). Para além do poder político regional, uma das leituras para essa aprovação é ter sido o Hospital percebido como de interesse do Estado, no apoio à saúde da população fluminense, o que possibilitou contar com dinheiro público para a finalização de sua obra inaugural.

De caráter filantrópico, o Hospital esteve, em sua concepção, construção e condução, sob o encargo de uma instituição religiosa, a Conferência Vicentina de Bom Jesus, presidida pelo médico Diogo Cabral de Mello, tendo por intuito atender “os pobres que lhe estão confiados” (6). O movimento em torno da efetivação do Hospital contou também com a importante colaboração da Superiora do Colégio Sagrado Coração de Jesus (8), educandário que vinha funcionando, em Bom Jesus, desde 1900 (9).

1925: A inauguração

O ano de 1925 marca a inauguração do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). A cargo da Associação Vicentina, o HSVP era tratado na época como Santa Casa. A primeira equipe administrativa era composta do Presidente, Dr. Diogo Cabral de Mello; Vice-Presidente, João José Teixeira de Siqueira; secretário, Damião Teixeira de Siqueira; tesoureiro, Angenor Barroso (10).

Uma das imagens mais antigas do Hospital São Vicente de Paulo.
Jornal O Norte Fluminense, 26/02/1995. 

A referência ao ano de sua criação se encontra na atual logo do Hospital, demonstrando a importância e o peso que marcam sua trajetória ao longo do tempo .
Logo do Hospital, em 2023

Segundo jornais da época, os festejos da inauguração foram realizados em 06/01/1925 (8, 10)O administrador da Diocese, Monsenhor Henrique Mourão, embarcou especialmente para o evento, chegando ao meio dia em Bom Jesus, vindo de Campos. O início do ato se deu com uma “procissão formada de inúmeras pessoas de todas as classes”, conduzindo imagens dos santos que iriam ficar nas dependências da Santa Casa (8).

Após a benção do Monsenhor, formou-se uma mesa para a solenidade. Fizeram uso da palavra os religiosos Padre Mello e Monsenhor Mourão, os médicos Dr. Cabral de Mello, Presidente da Associação de São Vicente, Dr Agenor de Barros, clínico local e o doutorando em medicina Cesar Ferolla, além do advogado Octacilio de Aquino, não necessariamente nessa ordem. Uma proposta de impressão dos discursos, com venda do livro para melhoramentos da Santa Casa, foi feita por Padre Mello, porém não temos conhecimento se tal obra chegou a ser publicada. O evento também contou com a animação de uma orquestra, regida pelo maestro Leopoldo Muylaert (8).

Devido a dificuldades financeiras em manter as despesas rotineiras, o regular funcionamento do hospital parece ter se iniciado, efetivamente, apenas em 1927, quando o Hospital se encontrava completamente mobiliado e com “toda a roupa necessária”, sem dívidas e com recurso em caixa para as primeiras despesas (11).

Fachada atual da parte mais antiga do HSVP preserva aspectos originais da época de sua inauguração, em 1925.
No lugar da antiga porta de entrada, agora existe uma janela. Foto: Paula Bastos, 2023.
 

Janelas que guardam memórias da origem do HSVP.
Foto: Paula Bastos, 2023.

A numeração da rua Tenente José Teixeira foi modificada, permanecendo a lembrança do número antigo na fachada do HSVP. Atualmente, o Hospital corresponde ao nº 473. Foto: Paula Bastos, 202

O Hospital e a expectativa de emancipação política

        A década de 1920 foi marcante no desenvolvimento de Bom Jesus do Itabapoana, quando um importante movimento de emancipação político-administrativa se organizava e fortalecia, de forma a construir as condições efetivas para deixar de ser um distrito de Itaperuna. Nesse contexto, era necessário criar os aparatos institucionais que poderiam ser considerados condição básica para a conformidade de um novo município. O hospital vinha, nesse sentido, fortalecer essas estruturas, encontrando-se pronto para inauguração já em fins de 1924.

O caminho trilhado nessa direção vinha se consolidando, com a nomeação do médico Dr. Jeronimo Tavares, residente em Bom Jesus, como deputado estadual. Foi ele um dos proponentes do projeto aprovado pela Assembleia, de doação de recursos públicos ao Hospital, em 1923 (7). Nesse momento, alinhado com o interesse da saúde pública, havia também um forte movimento político em torno de sua liderança. Assassinado em dezembro de 1924, Jeronimo Tavares não chegou a estar presente na inauguração do hospital, porém foi considerado, em jornal da época, “um dos fundadores do Hospital de S. Vicente, de Bom Jesus do Itabapoana e (que) pleiteava, agora, a elevação dessa localidade à categoria de villa” (12). Sua morte foi um grande baque na expectativa local em alcançar a emancipação, porém o Hospital continuou se mostrando uma força a mais nessa direção. Assim apontou Octacílio de Aquino, ao afirmar que “Retardam para outros dias a organização do Município que Bom Jesus centralizasse. A consciência do seu direito, porém, não lhe comprime a seiva do coração generoso. Funda um Hospital” (12). Na mesma direção caminhou Cesar Ferolla, futuro médico do HSVP: “é com o maior e sincero prazer que vemos Bom Jesus dotado de mais uma das maiores instituições que poderíamos imaginar” (10).

Em julho de 1927, o Presidente do Estado do Rio de Janeiro (título equivalente ao de Governador, atualmente), Feliciano Sodré, esteve em Bom Jesus para a inauguração da ponte de cimento sobre o rio Itabapoana, ligando os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.  No dia do evento fez uma visita ao Hospital, que nessa época já se encontrava sob a Direção do Dr. Cesar Ferolla e contava com “um corpo de jovens médicos, do qual faz parte um filho do Sr. Ministro da Marinha” (14). Essa visita pode ser lida como uma demonstração do interesse e força política que cercavam a instituição.

A crise financeira das primeiras décadas

O Hospital São Vicente de Paulo, durante a década de 1920, contava com grande parte de suas despesas sendo cobertas por doações, o que gerava continuamente uma instabilidade financeira. Em 1927, um jornal local noticia que uma lei recentemente aprovada pelo Congresso Federal aportava ao Hospital, anualmente, uma parte do imposto sobre bebidas alcóolicas na Alfândega, o que pode ter sido o fator decisivo para a decisão de sua abertura regular apenas nesse ano. A Câmara Municipal também havia aprovado uma verba para o hospital, aguardando ainda sua efetivação (11). 

Junto com a crise econômica de 1929, que se alastrou por vários países no mundo, a crise do café, forte produto agrícola da região, afetou também o Vale do Itabapoana na década de 1930. A situação financeira do Hospital, dependendo basicamente de doações da sociedade, não deixou de sentir seus reflexos. Aliado a tudo isso, um subsídio que era encaminhado pelo Governo Federal ao HSVP também havia sido interrompido em 1930. Para tentar reverter esse quadro, os diretores da Conferência Vicentina de Bom Jesus enviaram, em 1932, um apelo à esposa do Presidente Getúlio Vargas, Sra. Darcy Sarmanho Vargas, para que o Governo Federal retornasse com o subsídio que era encaminhado ao Hospital São Vicente de Paulo e que nos últimos dois anos havia sido cortado (15). A necessidade de apoio financeiro dos Hospitais filantrópicos parece ser generalizada, pois, meses depois, o Presidente da República publica o Decreto n° 21.639, de 18/07/1932, concedendo auxílio a quase cem instituições do país, grande parte delas voltada para o atendimento à saúde. O Hospital São Vicente de Paulo foi uma das 13 instituições do Estado do Rio de Janeiro a ser beneficiada, com o montante de 500$0 (16).

Criação do Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus

         Em 1935, com a precariedade cada vez maior da situação financeira, os Vicentinos acabaram tendo que fechar as portas do Hospital. Mediante essa situação, deu-se um movimento local encabeçado por Osório Carneiro, em 1936, para “organizar uma sociedade que se incumbisse da administração do hospital, garantindo seu funcionamento” e atuar “pelo progresso do Distrito, engajado através de diversas lideranças, na luta emancipacionista”. Essa campanha era feita através do jornal “A Voz do Povo” e em reuniões. A primeira delas ocorreu em 26 de julho, no Colégio Rio Branco, seguida de outras em diferentes lugares como o Cine Bom Jesus e o Grupo Escolar (17,18).

O farmacêutico Aníbal Guimarães ficou incumbido de “organizar e modelar a sociedade; e em 2 de agosto foi fundado o Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus e eleita sua primeira diretoria, tendo ocupado os principais cargos Antônio Correia Escalda, Olívio Bastos e Felipe Luiz Maron indicados pelo Osório” (17).

Primeira Diretoria do Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus - 1936. Da direita para a esquerda: Olívio Bastos (Tesoureiro); Antonio Corrêa Escalda (Presidente); Felipe Luiz Maron (Vice-Presidente); Ésio Bastos (Secretário); Altivo Casemiro de Campos (Conselheiro). Acervo: ECLB.

Em 15 de novembro de 1936, o Estatuto do Centro foi aprovado em Assembleia. Este recebeu reformas posteriores em 1956, 1963, 1972, com seu artigo 1º indicando ser o Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus “uma sociedade civil de caráter filantrópico, assistencial, ação, divulgação e apolítica, tendo por finalidade trabalhar pelo progresso do Município de Bom Jesus do Itabapoana, e incentivar o desenvolvimento da região” (19).

Estatuto do Centro Popular, de 1936, com as reformas de 1956, 1963, 1972. Acervo Luciano Bastos

Em 22 de novembro de 1936, ocorre, oficialmente, a transmissão do Hospital da Conferência Vicentina para o Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, fazendo-se a assinatura do seguinte termo (20):

Aos vinte e dois dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e trinta e seis, presentes a Diretoria da Conferência São Vicente de Paulo desta localidade, do Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus e pessoas gradas, especialmente convidadas, verificou-se a trasladação da posse do referido hospital da Conferência Vicentina ao Centro Popular, falando por ocasião da entrega o presidente daquela sociedade, Sr. João José Teixeira de Siqueira, que empossando a diretoria do Centro lhe fez entrega das chaves do próprio, fazendo votos para que o Centro, na sua meritória missão seja o mais feliz possível. Recebendo o referido hospital falou o Sr. Antônio Corrêa Escalda, presidente do Centro Popular, que encarecendo a realização dos Vicentinos, agradecia a todos o apoio que até agora tem sido prestado ao Centro, concluindo por declarar reaberto o Hospital São Vicente de Paulo, que aquela hora em diante era integrado à sua santa missão de minorar os sofrimentos do alheio. Nada mais havendo a tratar foi declarada encerrada esta sessão solene lavrando-se a presente ata que vai pelas duas diretorias assinadas e por todas as pessoas presentes a tal acontecimento. Bom Jesus do Itabapoana, 22 de novembro de 1936.

Passa assim, o Hospital, a tornar a abrir suas portas em atendimento aos doentes, em especial aos indigentes (20). Para garantir recursos ao Centro Popular, o “Presidente Antônio Corrêa Escalda, grande exportador de café, instituiu a taxa de um tostão (100 réis) sobre a saca do produto exportado e de um vintém (20 réis) sobre todas as importações pelo comércio em geral e foi esse tostão e esse vintém juntos que custearam as despesas fundamentais do Centro Pró-Melhoramentos de Bom Jesus” (17). 

Jornal O Norte Fluminense, 09/08/2006. Acervo: ECLB.

Em pouco mais de um ano após a posse do  Centro  Popular,  em 03/03/1938, um novo pavilhão foi inaugurado, havendo na programação a celebração de missa no Hospital, discursos e visita às novas construções, contando também com a banda de música local, sob a regência do maestro Ramon Rodrigues. Dentre os presentes, estiveram o representante do Diretor da Saúde Pública do Estado, o representante do prefeito de Campos, o prefeito do município de Itaperuna e o representante do prefeito de Calçado (21), o que dá uma dimensão da abrangência do atendimento hospitalar à época. Recordemos que nesse período está próximo de se concretizar o sonho da emancipação, e essa inauguração pode ser lida tanto como um reforço ao movimento em andamento, tanto como uma demonstração afirmativa do poder e organização local. A presença de representantes de municípios vizinhos demonstra o peso político de que o ato em questão se revestia.

Bom Jesus do Itabapoana finalmente consegue sua definitiva autonomia, através do Decreto nº 633, de 14/11/1938, ocorrendo a instalação do Município em 1º de janeiro de 1939. Dois fatos significativos também irão marcar o ano de 1939 para o Hospital São Vicente de Paulo. O primeiro deles se dá em 28/08/1939, quando as Irmãs de Caridade da Congregação de Jesus Cristo Rei passam a assumir “a direção interna e o serviço de enfermagem” (22). Durante muitos anos, a atuação das Irmãs de Caridade será o esteio na atenção e cuidado da saúde dos pacientes atendidos pelo Hospital.

Irmãs  de Caridade da Congregação de Jesus Cristo Rei atuaram ativamente no Hospital São Vicente de Paulo
por muitos anos, tanto na enfermagem quanto na direção interna. Acervo Luciano Bastos.

O segundo fato se dá em 08/11/1939, quando o Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus passa a ser considerado de utilidade pública, em virtude dos relevantes serviços prestados, dentre os quais, na condução do Hospital São Vicente de Paulo. O ato se deu através do Decreto Executivo nº 1, assinado pelo prefeito José de Oliveira Borges.

Decreto Municipal nº 1, de 1939. Acervo Luciano Bastos

Eventos beneficentes, dinâmicas da sociedade e apoio financeiro ao Hospital

O primeiro diretor do HSVP, Dr. Cabral, perspicaz quanto à necessidade de garantir apoio amplo da sociedade com doações para a manutenção da instituição filantrópica, em seu discurso durante a inauguração do Hospital, em 1925, pede “para a Santa Casa o amparo das senhoras e senhorinhas” (8). Garantir o envolvimento feminino nessa causa era, certamente, contar com um conjunto de pessoas que poderiam ser decisivas na arrecadação financeira para o Hospital, seja na promoção de eventos beneficentes, seja na influência ou atuação direta sobre o destino do recurso familiar em doações ao hospital.

Em 1927, a Diretoria do Hospital promoveu ativamente convite para a inscrição de sócios efetivos que fizessem uma contribuição mensal, além de solicitar donativos como roupas, mantimentos, entre outros (11).

Para manter em funcionamento a instituição, além de contar com donativos de pessoas abastadas da região, a diretoria do Hospital passou também a promover e estimular a organização de eventos beneficentes. Os eventos começaram simples, como simples era a vida urbana em Bom Jesus do Itabapoana na década de 1920. Um deles teria ocorrido no Cine Bom Jesus, em 1928, com um festival de arte, que contou com declamações e outras atividades literárias (23). 

Com o passar dos anos, a emancipação política e as melhorias urbanas, além do incremento de classes economicamente favorecidas e a ampliação de serviços e comércios na cidade, deu-se uma prosperidade que possibilitou novos formatos de eventos beneficentes. Os bailes, muito populares naquela época, passaram a ser uma excelente forma de angariar recursos, por atraírem um público amante da música e da dança. Além disso, muitos se tornavam um verdadeiro evento social, com determinados grupos sociais se empenhando em participar como forma de distinção.

Um desses bailes, promovido pelo Centro Popular Pro-Melhoramentos de Bom Jesus em benefício do Hospital, ocorreu no salão do Sr. Salim Elias, situado na Praça Governador Portela, em julho de 1945.

Convite a Luciano Bastos para evento beneficente em prol do HSVP.
Nessa época, o patrono de nosso Espaço Cultural contava com 17 anos. Acervo Luciano Bastos

A partir de 1947, o Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus passou a promover, anualmente, a campanha da “Rainha da Festa de Agosto”, que depois passou a ser chamada de “Rainha da Primavera”. 

Luciano Bastos, patrono de nosso Espaço Cultural, esteve envolvido no apoio ao Centro Popular Pró-Melhoramentos desde jovem.
Na campanha da Rainha da Festa de Agosto de 1945, primeira de muitas que se realizarão depois, o jovem de 19 anos participou ativamente,
o que lhe valeu uma carta de agradecimento por parte do Presidente do Centro. Acervo Luciano Bastos

Os recursos obtidos na Campanha eram direcionados ao Hospital São Vicente de Paulo e essa Festa se manteve por muitos anos, conseguindo apoiar diversas melhorias no Hospital. Consistindo o número de votos de cada candidata a um valor equivalente em dinheiro, o concurso mobilizava as jovens concorrentes, seus familiares, amigos e admiradores. Além disso, eventos festivos eram promovidos durante todo o período da campanha, em especial na contagem dos votos e no grande baile da Coroação da Rainha. O nome de pessoas abastadas apoiadoras de cada jovem participante muitas vezes era divulgado nos jornais como forma de distinção e também incentivo a que outros doadores se manifestassem (25, 26, 27).

Jornal O Norte Fluminense, 22/09/1957

Jornal O Norte Fluminense, 06/10/1957
   Jornal O Norte Fluminense: 19/10/1958

Essas ações, além do caráter festivo e simbólico no envolvimento das pessoas em torno à causa institucional, se configuravam importantes para o HSVP, pois, como instituição filantrópica, estava continuamente a necessitar de doações de particulares para funcionar com qualidade e conseguir incrementar melhorias.

Os jornais: aliados da causa

        Os jornais locais funcionaram, no século XX, como grandes aliados no estímulo à mobilização social em prol do Hospital São Vicente de Paulo. Em 1927, “O Liberal”, no sentido de estimular doações, afirmava “Estamos certos também que as nobres famílias bonjesuenses lembrarão sempre de oferecer ao hospital roupas, mantimentos, etc., tratando-se de uma instituição pobre” (11). Cabe destacar, também, que os envolvidos na publicação dos jornais eram, muitas vezes, os mesmos envolvidos com as atividades de apoio ao Hospital. 

Doadores

 Uma das estratégias usadas por seus mantenedores, iniciada nos tempos da Conferência Vicentina, e que se prolongou por décadas, já sob a direção do Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, era a divulgação do nome de seus benfeitores nos jornais locais, muitas vezes constando inclusive o valor da doação. Dessa forma, o doador se dignificava perante a sociedade, como pessoa altruísta e benemérita, ganhando o reconhecimento de seus pares.

Em 1932, o Jornal “O Momento” publicou longa matéria com uma entrevista ao Sr. Sinhozinho Teixeira, Provedor do Hospital. Sobre o pagamento da mensalidade dos contribuintes, afirmava o Provedor que nem todos estavam em dia, mas ressaltava que, entre muitos que faziam doação espontânea, estava “o sr. Altivo Casemiro de Campos, que além do portão e de muitos outros donativos, mandou ainda aumentar a sua mensalidade de 5$000 para 10$000, o que prova a boa vontade que nutre aquele conceituado cavalheiro para com a nossa casa de caridade”. Outros também auxiliavam, como o sr. Alexandre José Assad, que ofertou seis cobertores. D. Francisca Soares, por sua vez “é uma alma nobre, também não se esquece do nosso Hospital. Não tem conta os favores que a distinta senhora tem prestado ao nosso humilde estabelecimento”, e seguia nominando mais benfeitores (27).

Além disso, havia o estímulo a que outros trilhassem o mesmo caminho, conseguindo, assim, ter seus nomes estampados nos jornais. Essa é a tática, por exemplo, explicitamente indicada em “A Voz do Povo”, em 1940, quando indicava que “Daremos nesta folha, a relação das pessoas que atenderem o apelo das Irmãs”. O apelo em questão era das Irmãs que conduziam o Hospital, solicitando doação de material para a Capela Nossa Senhora do Rosário (28).

Pacientes

             Quem tinha seus nomes gravados nos jornais da época, também, eram os pacientes. Apesar de não ocorrer em grande maioria, a menção a alguns pacientes internados em quarto particular foi detectada, podendo ser interpretada como uma forma de publicidade social e prestígio para o Hospital.

Em 1932, Octávio Gonçalves Neves, 30 anos, branco, casado, colono do sr. Joaquim Dutra de Moraes, dos Quebrados, estava em um leito particular após ter sido  operado às pressas, por ter chegado ao Hospital em estado “lastimável”, com uma hérnia estrangulada. A cirurgia, realizada pelo “dr. Abelardo e seu competente auxiliar”, constou de anestesia geral (clorofórmio) com operação feita pelo “processo de Bassini” (29).

Em 1958, a notícia foi de um paciente com vesícula supurada, que necessitou passar por delicadas cirurgias, estando em um dos quartos particulares. Seu nome e o dos médicos que o atenderam foram publicados, além de indicar estar o paciente recebendo diariamente muitas visitas dos amigos (30). Ao noticiar que determinadas pessoas conhecidas do grupo social com maior poder aquisitivo da sociedade confiavam sua saúde ao HSVP, estavam passando um recado a seus pares de que ali havia condições adequadas para tratamento.

A grande maioria dos citados nos jornais, porém, era de pacientes que recebiam assistência gratuita. Em alguns casos, havia inclusive a indicação do nome, seguido de breve descrição e situação de cada internado no hospital (29, 30, 31). Essas matérias podem ser interpretadas como uma prestação de contas aos benfeitores e à sociedade em geral, demonstrando o bom uso do recurso no atendimento aos necessitados e a importância da manutenção da Instituição.

E quem seriam esses pacientes beneficiados pelo Hospital em suas primeiras décadas de existência? O discurso de Cesar Ferolla, durante a inauguração do HSVP indica o público a que se destina o atendimento hospitalar. Em meio a um tom romantizado, uma lógica que procura convencer os fazendeiros e empresários locais sobre a conveniência e a pertinência de ser um provedor da Santa Casa: trabalhador curado e com saúde é trabalhador que produz:

(...) o hospital está aí, ergue-se majestoso, na grandiosidade e orgulho de si mesmo; coesos, havemos de sustenta-lo, seja com o modesto auxilio de cada um, seja com o serviço gratuito dos facultativos.

Os nossos pobres terão vigor e saúde; aptos para o trabalho, com a maior boa vontade, cultivarão a terra para o nosso bem estar, quer sob formidáveis aguaceiros cantando numa melodia de encanto e doçura, aquelas canções lindas, comoventes e tradicionais dos nossos sertões, desenhando na face um meio sorriso de gratidão e afeto” (10).

Essa não era uma especificidade exclusiva do hospital em questão, pois que o trabalhador pobre passou a ser, a partir da virada do século XX, o principal público paciente dos hospitais filantrópicos. Estes, tendo que contar unicamente com sua força de trabalho para sobreviver, ao ficarem doentes, não conseguiam se sustentar, precisando assim recorrer à assistência hospitalar (32). Essa necessidade era ainda maior para o pobre sem apoio familiar, pois quando doente, não tinha quem lhe garantisse assistência em casa, restando apenas o recurso à filantropia (3).

Pacientes do Hospital São Vicente de Paulo. Acervo Luciano Bastos. 

Alguns casos de pacientes do HSVP que tiveram sua identificação publicada em jornais ajudam a ilustrar esse perfil. Em julho de 1932, dentre os internados no Hospital estavam Eliza Devilla, francesa, 46 anos e Euphrasia Antonia, 51 anos, viúva; dentro os que haviam tido alta estavam Balduína Maria do Rosário, 80 anos e Antonio Ferreira Braga, 66 anos, viúvo (29).

          Décadas depois, em 1958, o Hospital ainda era local onde desassistidos e pessoas sem família eram acolhidas. Esse é o caso, por exemplo, do Sr. Alfredo Avelar, branco, 68 anos, considerado “atoleimado”, sem morada certa, internado há vários meses no hospital e abandonado pelos três filhos. Outro caso é o da Sra. Emilia Mathias de Araujo, “preta, 72 anos", solteira, “encostada” no Hospital havia 11 anos (30).  

Capela Nossa Senhora do Rosário

Interior da Capela Nossa Senhora do Rosário, com uma das Irmãs de Caridade do Hospital no cuidado com as imagens.
Fonte: Acervo Ricardo Teixeira - Facebook.

        A relação entre Hospital e instituição religiosa, no Brasil, foi instituída desde os tempos da Colônia, e durou até o século XX. Esse estreito relacionamento entre assistência à saúde e filantropia explica, assim, a existência de grande número de hospitais que possuem capelas, e “o predomínio de igrejinhas católicas nos complexos hospitalares do país” (33). Nesse contexto se insere a Capela de Nossa Senhora do Rosário, construída em virtude da estreita relação de religiosos católicos envolvidos na condução do HSVP, de fins filantrópicos, em suas primeiras décadas de existência.

      Muito provavelmente a função de capela teria funcionado em instalações simples, dentro do Hospital, uma vez que para ali foram as imagens levadas em Procissão no ato de sua inauguração, em 1925 (9). Contribuiu para isso, provavelmente, o fato de que na época das obras do Hospital, o Padre Mello, pároco local, estava fortemente mobilizado para a construção de uma das torres da Matriz, não conseguindo se envolver em angariar recursos para outra finalidade (8).

Interior da Capela Nossa Senhora do Rosário. 2018. Sob os cuidados da Congregação Vicentina, é possível observar que ao longo dos anos a preservação se mantém. A arquitetura e seus aparatos religiosos, como altar e santos apresentam poucas alterações em relação ao século passado. É muito provável que algumas dessas imagens sejam as mesmas que em 1925 foram levadas em procissão para o local, durante a inauguração do Hospital. Fonte da imagem: Blog jornal O Norte Fluminense, 2018. 

Essa situação parece ter perdurado ao longo dos próximos anos, pois durante a inauguração de novas dependências do HSVP, em 1938, “às 8 horas da manhã foi celebrada missa no Hospital, assistida por elementos de destaque em nosso meio” (21). Dois anos depois, em 1940, o jornal “A Voz do Povo” (28) publica a seguinte nota sobre a Capela do HSVP:

Lacuna de há muito notada em nosso Hospital vem de ser agora sanada, com o início da construção de sua capela, cuja pedra fundamental, como é do conhecimento de todos, foi lançada solenemente no dia consagrado ao santo padroeiro daquela casa de caridade.

A construção que está sendo feita sob os auspícios das reverendíssimas Irmãs de Jesus Christo Rei, em boa hora contractadas pelo Centro Popular, para a direção de nosso Hospital, vem sendo custeada por meio de donativos do mundo católico local.”

    Dentre os donativos, eram esperados “tijolos, telhas, cal, cimento, ladrilhos, madeira". Tudo leva a crer que muito rapidamente se concretizou a obra, de forma que podemos estimar que a Capela como a conhecemos hoje, provavelmente data dos primeiros anos da década de 1940.

Capela Nossa Senhora do Rosário e Hospital São Vicente de Paulo, vendo-se também
as Irmãs de Caridade na frente da entrada do Hospital. Acervo: ECLB.

          Apesar de atualmente as dependências estarem separadas, com a Capela estando sob os cuidados da Congregação Vicentina, Capela e Hospital têm sido considerados, pelos moradores, como um conjunto, não sendo raro menção à "Capela anexa ao Hospital" ou mesmo "Capela São Vicente de Paulo".

Arquitetura e instalações

        O hospital “é um espaço que foi evoluindo ao longo dos séculos, aliando suas diversas funções ao conceito arquitetônico próprio de cada época, fazendo parte de nosso patrimônio cultural, mas ainda hoje pouco enfatizado na sua contextualização” (34). Assim ocorre com o Hospital São Vicente de Paulo, um patrimônio cultural com quase cem anos de existência, que vem sofrendo diversas modificações ao longo do tempo.

Na década de 1920, o HSVP estava composto “de dois salões com 15 leitos destinados a doentes pobres; diversos quartos particulares, ótimas instalações sanitárias, serviço de cozinha, sala de operações com mesa e aparelhamento dos mais modernos e anexo um pavilhão destinado ao isolamento de doentes que o necessitarem” (10). A partir de fotografias antigas do Hospital, é possível pressupor que sua construção tenha se baseado nas orientações gerais comuns para os Hospitais da época, dentre as quais a conformação de pavilhões paralelos e separados por pátios com jardins (35).

Uma descrição do Hospital, em 1928, auxilia na compreensão de sua disposição interna: “logo à entrada, encontra-se a ‘sala de visitas’ que tem comunicação com o compartimento destinado às consultas (...), seguindo-se-lhes os quartos particulares muito espaçosos”. Há também duas enfermarias (uma para os homens e outra para as mulheres), uma sala de operações, sala dos curativos, sala de esterilização, “com um ótimo autoclave de Chamberlein” e outras dependências. O quarto para isolamento de pessoas com doenças contagiosas encontrava-se em um pavilhão, ao fundo do Hospital, onde havia também uma sala do necrotério (36).

Em 1932, o Provedor do Hospital São Vicente de Paulo, Sr. Sinhozinho Teixeira, informava ter havido, recentemente, a construção de um muro e pretender instalar futuramente, “na entrada, um bem cuidado jardim”, além de “um calçamento na entrada do edifício” (27). Nenhuma obra de porte estava prevista, e possivelmente isso se devia às instabilidades financeiras que rondavam a instituição.

Em 1938, agora sob a Direção do Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, o novo pavilhão inaugurado era composto de quartos particulares, novo necrotério, sala de operações, esterilização, entre outros. No mesmo ano deu-se início à construção de uma enfermaria para os “menores indigentes” (21), ficando pronta em 1939, de forma que o Hospital passou nessa data a contar com três enfermarias: masculina, feminina e infantil, havendo 10 leitos em cada uma delas (37).

Hospital São Vicente de Paulo. O "bem cuidado jardim" e "calçamento na entrada do edifício", previstos em 1932
para realização futura, parece já terem sido realizados. Acervo: ECLB.

É também em 1939 que ocorre a finalização dos apartamentos para as Irmãs de Caridade, que nesse ano começaram a trabalhar no Hospital. A obra teria sido feita com recursos doados pelo Coronel João Ferreira Soares (22).

A ala infantil do Hospital foi inaugurada em 1939, mesmo ano em que as Irmãs de Caridade recebem apartamentos para moradia,
de forma a realizar os trabalhos de enfermagem e a direção interna do Hospital.

Em fins de 1939, há notícia de que o Hospital tem 26 leitos disponíveis para indigentes (38). Em 1950, esse número parece não ter sofrido alteração, pois uma matéria de jornal indica que “os leitos disponíveis, para indigentes, em nosso hospital, continuam os mesmos, desde que foi reaberto, advindo daí a deficiência que se nota nesse setor” (39).

Em 1951, uma nova Clausura para as irmãs que atuavam no Hospital foi inaugurada no mês de maio, situada no terceiro pavimento do edifício da Maternidade do HSVP. Para a solenidade, o Centro Popular, sob a direção do Dr. Oliveiro Teixeira, convidou “todas as autoridades de Bom Jesus e a sociedade em geral” (40). 


A antiga porta do Hospital foi convertida em janela, passando a haver uma única entrada, ao centro, entre os dois prédios
de características similares. Foi construída uma rampa de acesso pelos dois lados e com intensa jardinagem ao redor. Fonte: Blog jornal O Norte Fluminense, 2018.

Em 1957 teriam sido realizadas a construção do salão de recepção e a remodelação da frente do Hospital (24).

Em 1958, a enfermaria dos homens contava com 18 leitos e a das mulheres 17, além da maternidade e infantil. Possuía quatro quartos particulares e seis apartamentos dotados de todas as instalações sanitárias, estando um deles ocupado pela Enfermeira Chefe do Hospital, Srta. Alides Pinto (30). Seriam esses apartamentos os ocupados anteriormente pelas Irmãs de Caridade?

Em 1959, o Hospital contava “com 63 leitos, sendo 53 gerais, 4 de cirurgia, 6 de obstetrícia e ginecologia, 1 de ortopedia e traumatologia”. Nessa época, o Centro Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, buscando garantir a autossuficiência financeira, tinha por projeto “a ampliação do Hospital com a construção de um novo pavilhão, com 18 leitos, que serão destinados a pensionistas e que proporcionarão a renda necessária para auxiliar a manutenção dos serviços gratuitos mantidos pelo nosocômio” (24).

É possível observar, assim, que o HSVP veio constantemente ampliando suas instalações ao longo de suas primeiras décadas de existência. Nesse período, mudanças também ocorreram em nível nacional. Em 1930, Getúlio Vargas instituiu o Departamento Nacional de Saúde, dentro do Ministério da Educação e Saúde. E em 25/07/1953, ocorreu o desmembramento, com a criação do Ministério da Saúde através da Lei n° 1.920 (41, 42).

As últimas décadas do século XX

        Na segunda metade do século XX, o HSVP continuou atendendo a população, sempre sob a condução do Centro Popular Pro-Melhoramentos de Bom Jesus, contando com verbas públicas, atendimentos privados e também doações. 

Como instituição filantrópica que é, observaremos que, ao longo do tempo, o Hospital apresenta momentos de forte expansão e outros de difíceis crises. As diferentes conjunturas em que tais processos se desenvolvem ao longo do tempo fazem com que diferentes aspectos devam ser abordados na tentativa de explicar tais eventos. O que é certo, porém, é que a comunidade de Bom Jesus sempre percebeu a importância de se garantir um efetivo funcionamento do Hospital, se orgulhando a cada conquista que a área da Saúde faz no sentido da melhoria, ampliação das especialidades e universalização de atendimentos.

A universalização, aliás, é um dos grandes marcos na área de saúde do Brasil e que terá reflexo também no HSVP. Antes de 1988, quando foi promulgada a Constituição Federal que instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS), “o sistema público de saúde prestava assistência apenas aos trabalhadores vinculados à previdência social e aproximadamente 30 milhões de pessoas tinham acesso aos serviços hospitalares, cabendo às entidades filantrópicas o atendimento aos demais cidadãos” (42).

Em 1989, o HSVP “transformou-se num nosocômio modelo, daí a demanda sempre crescente por parte dos que necessitam de socorros médicos e hospitalares, atraindo doentes de todo o Vale do Itabapoana, municípios do Sul Capixaba e distritos de Campos”. Nessa época o Hospital já possuía condições de atendimentos mais complexos, inclusive com funcionamento de UTI, que aguardava o credenciamento junto ao INAMPS (43).

            Essa ampliação de pessoas atendidas pelo HSVP, muitas delas vindas de outros municípios, se confirma na pesquisa realizada por Andrade, em 2005.  Quando comparou os dados de atendimento de 1970 e 1999, percebeu que nos dois anos comparativos, o número de pacientes saltou de 1.502 para 4.256, ampliando o atendimento para além da micro região e também expandindo para pessoas da região sul capixaba (44).

Andrade recorda que a história inicial do Hospital São Vicente de Paulo "confunde-se com os primeiros movimentos da sociedade civil do município na campanha para a reabertura daquele estabelecimento". E agrega: "Ao longo do tempo, o Centro Pró Melhoramento veio confirmar o empenho da diretoria em melhorar o hospital, tanto em termos de compra de equipamentos como em expansão física, esmerando-se para acompanhar os mais modernos avanços da medicina" (44).

O Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, em seus quase 90 anos de existência, teve em sua diretoria a participação de diversas pessoas da comunidade, de variadas classes e profissões, todas com a função de se dedicar ao bem comum.  Luciano Augusto Bastos, patrono de nosso Espaço Cultural, atuou como Presidente do Centro Popular Bom Jesus nos biênios 1993/1994 e 1995/1996, nesse último realizando a comemoração dos 70 anos de existência do Hospital São Vicente de Paulo.

Jornal O Norte Fluminense, 07/03/1993

Luciano Bastos informa aos colaboradores do Centro Popular sobre sua Presidência no biênio 1993/1994.
Acervo Luciano Bastos.

Jornal BJ-Notícias, 15 a 28/02/1995

Jornal O Norte Fluminense, 26/02/1995. Nos jornais de 1925 pesquisados, os festejos da inauguração estão indicados
como tendo ocorrido no dia 06 de janeiro daquele ano.
 

O século XXI: passado, presente e futuro

        A Capela Nossa Senhora do Rosário, com sua singela e permanente presença ao lado da “fachada antiga” do Hospital, compõe com este um conjunto da paisagem que remete à história urbana de Bom Jesus do Itabapoana. Sua edificação, aparentemente sem alterações significativas ao longo do tempo, é um testemunho singular da arquitetura local das primeiras décadas do século XX, constituindo uma das mais antigas capelas da área urbana da sede. Sob a condução da Conferência Vicentina, ao longo de todas essas décadas de existência, missas e outros eventos religiosos têm ocorrido no local. Em 2018, um ato realizado no interior da Capela Nossa Senhora do Rosário, fez uma homenagem aos seus 93 anos existência, com presença de representantes da Congregação Vicentina (45, 46).

Interior da Capela Nossa Senhora do Rosário. 2018.
Fonte: Blog Jornal O Norte Fluminense, 2018.

Capela Nossa Senhora do Rosário. 2018.
Fonte: Blog Jornal O Norte Fluminense, 2018.
Anúncio de Missa na Capela Nossa Senhora do Rosário. 2022.
Fonte: Paróquia Senhor Bom Jesus - Facebook, 26/12/2022

Quanto ao Hospital São Vicente de Paulo, mesmo com todas as alterações e expansões ocorridas ao longo do tempo, a chamada “fachada antiga”, aquela que atesta sua arquitetura de fundação e primeiros anos de funcionamento, continua preservada até os tempos atuais. Situada na Rua Tenente José Teixeira, entre a Capela e a atual entrada do Hospital, essa fachada constitui um importante testemunho histórico de nosso século XX.

Fachada Antiga do Hospital São Vicente de Paulo. As cores verdes predominam, com jardim e iluminação noturna de destaque, em 2013.
Foto: HSVP - Facebook, 2013

O conjunto arquitetônico composto pela "fachada antiga" do Hospital e da Capela guardam as marcas do estilo eclético, movimento arquitetônico importante do século XIX e que durou até o início do século XX (47). Veja mais detalhes aqui

Conjunto arquitetônico na Rua Tenente José Teixeira: Capela e fachada antiga do Hospital preservam memórias
e histórias do Vale do Itabapoana no século XX. Foto: Paula Bastos, 2023.

Em um importante e detalhado estudo sobre as recentes alterações do HSVP e seu efeito sobre o entorno, Lettieri e Rego destacam o crescimento do Hospital na capacidade de atendimento à população regional, aliado às melhorias na infraestrutura. Ressaltam, porém,  que como todo edifício urbano, os hospitais devem pensar não apenas em seu interior, mas também em sua relação com o espaço externo, ou seja, o pedestre, o transeunte, o morador da cidade. As autoras ressaltam que “é válido reforçar a ambiguidade do grande potencial transformador do hospital, que podendo impactar a paisagem na qual se insere de maneiras positivas e/ou negativas, pode acrescentar ou subtrair valor, afetivo e econômico, ao seu entorno” (48). Por isso a importância de se pensar a calçada, os espaços verdes de sombra, os locais de deslocamento do pedestre, o entorno e a paisagem.

Capela e fachada antiga do HSVP: visão atual. Iluminação noturna do Hospital continua, porém sem jardim. Foto: Paula Bastos, 2023. 

Além disso, tendo em vista as alterações em contínuo por que vem passando o Hospital, é importante destacar que sua fachada da "parte antiga", juntamente com a Capela Nossa Senhora do Rosário, na rua Tenente José Teixeira, constituem um registro cultural que remete à história e memória de Bom Jesus do Itabapoana e suas edificações da primeira metade do século XX. É dever da geração atual garantir que a permanência desse conjunto arquitetônico se mantenha como direito à memória para as gerações futuras, pois como afirma Sanglar, "O hospital informa sobre a sociedade na qual ele está inserido. É um microcosmo da sociedade" (4). 


*** 

Agradeço à minha irmã, Claudia Bastos do Carmo, pelo apoio na pesquisa bibliográfica.

É permitida a reprodução do conteúdo deste blog em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.


Referências

(1) “Puaia” remete à poaia, planta também conhecida como ipecacuanha, nativa da Mata Atlântica, que foi amplamente utilizada por suas propriedades terapêuticas nos séculos XVIII e XIX no Brasil e outras partes do mundo. Desde o século XX tem sido empregada na região como uma expressão linguística: “passar puaia”, “comer puaia”.
Para saber mais sobre o tema: BASTOS, P.A.M.B. Lenda ou registro popular? O Norte Fluminense10/06/2011; TUPINI, M.T.; VARGAS, E.F.M. Da planta para a língua: uma análise das representações sociais sobre a puaia em Bom Jesus do Itabapoana. Cadernos do CNLF, v. XIX, n.12, 2015. Disponível em: http://www.filologia.org.br/xix_cnlf/cnlf/12/007.pdf Acesso 03/09/2023. Também é possível ver alguns exemplos de seu uso na língua no vídeo a seguir: https://www.instagram.com/p/ClHmBaUPW7r/

(2) Notícias sobre uma epidemia de varíola na região, na década de 1870, podem ser conferidas em: BASTOS, C.M.B. Padre João Mendes Ribeiro à luz de documentos históricos. Disponível em: http://espacoculturallucianobastos.blogspot.com/2020/11/padre-joao-mendes-ribeiro-luz-de.html  Acesso 27/08/2023

(3) RODRIGUES, K. Como eram os hospitais há um século, bem antes do SUS. 09/09/2021. Disponível em: https://www.coc.fiocruz.br/index.php/pt/todas-as-noticias/2028-como-eram-os-hospitais-ha-um-seculo-bem-antes-do-sus.html Acesso: 22/08/23.
(4) SANGLARD, G. Hospitais: espaços de cura e lugares de memória da saúde. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.15. n.2. p. 257-289. jul-dez. 2007. Disponível em https://www.scielo.br/j/anaismp/a/QGY6dbBx3HmRRcjPGDHjjxj/# Acesso 22/08/2023.
(5) CHAGAS, C., 1918, apud SANGLARD, G., Hospitais: espaços de cura e lugares de memória da saúde. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.15. n.2. p. 257-289. jul.- dez. 2007.
(6) A União, Rio de Janeiro, Ano XIII, n. 37, 07/05/1922.
(7) O Fluminense, Niterói, Ano 46, n. 12.482, p.1, 21/12/1923.
(8) A Cidade, Bom Jesus do Itabapoana, Ano 1, n. 2, 08/01/1925.
(9) Monitor Campista, Campos dos Goytacazes, Ano 64, n. 197, 28/08/1900.
(10) Nossa Terra, Bom Jesus do Itabapoana, Ano 2, nº 3, 06/01/1925.
(11) O Liberal, Bom Jesus do Itabapoana, Ano 1, n. 15, 13/03/1927.
(12) A Noite, Rio de Janeiro, Ano XIV, n. 4.696, 19/12/1924
(13) A Cidade, Bom Jesus do Itabapoana, Ano 1, n. 1, 01/01/1925,.
(14) O Paiz, Rio de Janeiro, Ano XLIII, n.15.613, 20/07/1927.
(15) O Momento, Bom Jesus do Itabapoana, n. 13, 30/04/1932.
(16) Decreto nº 21.639, de 18 de Julho de 1932. Concede auxílios a instituições, em diversos Estados. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-21639-18-julho-1932-498843-publicacaooriginal-1-pe.html Acesso: 25/08/2023.
(17) DUTRA, A. Páginas Memoráveis de Bom Jesus do Itabapoana. Editadas por Delton de Mattos. Textus, Rio de Janeiro, 2004.
(18) O Norte Fluminense, Bom Jesus do Itabapoana, 07/10/1984. Na primeira reunião estiveram presentes 34 participantes.
(19) Estatutos. Centro Popular Pró-Melhoramentos de Bom Jesus, 1972.
(20) O Norte Fluminense, Bom Jesus do Itabapoana, 18/11/1984. Nesse evento estiveram presentes mais de 50 pessoas.
(21) A Voz do Povo, Bom Jesus do Itabapoana, Ano V, n.221, 05/03/1938.
(22) O Norte Fluminense, Bom Jesus do Itabapoana, 09/08/2006.
(23) Bom Jesus-Jornal, Bom Jesus do Itabapoana, ano 1, n. 6, 03/05/1928.
(24) Projeto de Lei 636/1959, que autoriza o Poder Executivo a abrir, pelo Ministério da Saúde, o crédito especial de Cr$ 5.000.000,00, como auxílio ao Hospital São Vicente de Paulo, no município de Bom Jesus do Itabapoana, Estado do Rio de Janeiro. Contém Documentação completa do Projeto, além de Estatuto e Relatórios do Centro Popular Pró-Melhoramentos de 1957 e 1958, bem como Planta de Projeto de Ampliação do Hospital. O parecer da Comissão de Orçamento e Fiscalização Financeira, bem como da Comissão de Finanças, foram contrários à aprovação do Projeto, que foi indeferido. 
Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1206700&filename=Dossie-PL%20636/1959 Acesso 27/08/2023.

(25) A Voz do Povo, Bom Jesus do Itabapoana, n.1.148, 31/08/57;
(26) O Norte Fluminense, Bom Jesus do Itabapoana, 28/09/57.
(27) O Momento, Bom Jesus do Itabapoana, n. 11, 16/04/1932.
(28) A Voz do Povo, Bom Jesus do Itabapoana, 26/10/1940.
(29) O Momento, Bom Jesus do Itabapoana, n. 21, 02/07/1932.
(30) A Voz do Povo, Bom Jesus do Itabapoana, 01/03/1958.
(31) O Momento, Bom Jesus do Itabapoana, n. 10, 09/04/1932.

(32) SANGLAR, G.; CLAPER, J.R. Pretos e pardos nas instituições de assistência à saúde no Rio de Janeiro (1850-1917): um estudo sobre o louco-pobre. Tempo, Niterói, v.27, n.2, 2021. Disponível em:
(33) AMBIENTES ecumênicos em hospitais. História (SM pág. 32). Revista Ser Médico, ed. 46, 2009, CREMESP. Disponível em: https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=403 Acesso 22/08/2023.
(34) BADALOTTI, C.M.; BARBISAN, A.O. Uma breve história do edifício hospitalar – da Antiguidade ao Hospital Tecnológico. Revista Científica Tecnológica, v.3, n.2, 2015. Disponível em: https://uceff.edu.br/revista/index.php/revista/article/view/100 Acesso 03/09/2023.
(35) CAMPOS, E.S. História e Evolução dos Hospitais. Publicado pela Divisão de Organização Hospitalar, do Departamento Nacional de Saúde. Ministério da Saúde, 1944, reedição de 1965.
(36) Bom Jesus-Jornal, Bom Jesus do Itabapoana, n.7, 10/05/1928.
(37) O Boletim, Bom Jesus do Itabapoana, Ano I, n.1, 03/10/1939
(38) O Boletim, Bom Jesus do Itabapoana, Ano I, n.9, 06/12/1939
(39) O Norte Fluminense, Bom Jesus do Itabapoana, n. 146, 08/01/1950.
(40) A Voz do Povo, Bom Jesus do Itabapoana, 26/05/1951.
(41) HISTÓRIA. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/conaes-comissao-nacional-de-avaliacao-da-educacao-superior/97-conhecaomec-1447013193/omec-1749236901/2-historia  Acesso 22/08/2023.
(42) 25/7: Aniversário de criação do Ministério da Saúde. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/25-7-aniversario-de-criacao-do-ministerio-da-saude-2/ Acesso 26/08/2023.
(43) O Norte Fluminense, Bom Jesus do Itabapoana, n. 1.800, 25/06/1989.
(44) ANDRADE, M.A.A. Transformações em curso no perfil econômico e sócio-espacial de cidades de pequeno porte: o exemplo de Bom Jesus do Itabapoana no noroeste fluminense. In: Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina, USP. São Paulo, SP, 2005, p.909-917. Disponível em: http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal10/Geografiasocioeconomica/Geografiadeltransporte/02.pdf Acesso 10/08/2023
(45) VICENTINOS celebram os 93 anos da Capela de Nossa Senhora do Rosário e do Hospital. O Norte Fluminense, Bom Jesus do Itabapoana, 01/01/2018. Disponível em: https://onortefluminense.blogspot.com/2018/01/vicentinos-homenageiam-0s-93-anos-da.html  Acesso: 20/08/2023.
(46) MEMÓRIA: a Capela de Nossa Senhora do Rosário. O Norte Fluminense, Bom Jesus do Itabapoana, 06/08/2023. Disponível em: http://onortefluminense.blogspot.com/2023/08/memoria-capela-de-nossa-senhora-do.html Acesso: 20/08/2023.
(47) LETTIERI, A.P.P.C. Breve descrição das Fachadas do Hospital São Vicente de Paulo e Capela Nossa Senhora do Rosário. Disponível em: http://espacoculturallucianobastos.blogspot.com/2023/09/breve-descricao-das-fachadas-do.html  Acesso: 09/09/2023.
(48) LETTIERI, A.P.P.C.; REGO, A.Q. Covid-19 e transformações na paisagem: o Hospital São Vicente de Paulo, Bom Jesus do Itabapoana/RJ.  Paisagens Híbridas, v.3, n.1, p.92-123, 2003. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/ph/article/view/57554 Acesso 03/09/2023.