segunda-feira, 2 de maio de 2016

Gratidão a Luciano Bastos e ao Colégio Rio Branco

Matéria publicada no jornal O Norte Fluminense (04/10/2014)


Paulo Fernando Jordão e o reencontro com as dependências do antigo Colégio Rio Branco: "parte de minha formação moral e acadêmica devo ao dr. Luciano Bastos e ao Colégio Rio Branco"


Paulo Fernando Jordão é bonjesuense filho de Nilton Jordão e Nenê Carapina.

Formado em Ciências Contábeis e com o curso de Pós-Graduação em Consultoria de Investimentos, atualmente ele exerce o cargo de gerente da Caixa Econômica Federal no interior da empresa Vale do Rio Doce, sediada em São Luís do Maranhão, para onde se mudou há cerca de 26 anos.

De férias em Bom Jesus, fez questão de visitar as instalações do antigo Colégio Rio Branco, hoje transformado no ECLB, onde cursou os 1º e 2º graus.

Recepcionado pelos filhos de Luciano Bastos - falecido em 08/02/2011 - Claudia Bastos, sua ex-professora e diretora do ECLB, e Gino Martins Borges Bastos, Paulo Fernando diz que sempre acompanha as notícias de Bom Jesus do Itabapoana pelo blog de O Norte Fluminense. "Possuo uma dívida moral com o dr. Luciano Bastos e com o Colégio Rio Branco", salienta.

E continua: "Sou filho único. Minha mãe me criou lavando roupa. Graças ao dr. Luciano Bastos fiz todos os meus estudos no Colégio Rio Branco sem pagar nada. Recordo-me que, certa vez, a prefeitura deixou de dar bolsa para o educandário, mas o dr. Luciano disse à minha mãe: - fique tranquila porque, mesmo assim, seu filho não ficará sem estudo. A doação de bolsas aliada aos ensinamentos morais que recebi do dr. Luciano Bastos, me faz sentir com um dívida moral com ele", assinalou.

"Estudei o 1º grau e o curso Técnico de Contabilidade no Colégio Rio Branco. Casei-me com uma maranhense que veio a Bom Jesus e, depois, resolvi morar no Maranhão. Tenho dois filhos maranhenses: Débora, que estuda arquitetura, e Paulo Guilherme, que cursará engenharia. Quando cheguei no Maranhão, trabalhei inicialmente na Golden Cross. Posteriormente, fui aprovado em concurso público da Caixa Econômica Federal".

E prossegue: "Recordo-me que, certa vez, fui designado para trabalhar no município de Caxias, onde ocorreu a Balaiada, que foi a única revolta autenticamente popular no país. Duque de Caxias passou ser assim conhecido por sua atuação neste município maranhense. Resolvi, então, junto com amigos, visitar o Memorial da Balaiada. Ao chegar lá, fui informando datas e nomes dos personagens do conflito. Um dos amigos me perguntou: - Como você sabe isso? Eu respondi: - aprendi isso tudo em minha cidade de Bom Jesus do Itabapoana, na 6a. série do Colégio Rio Branco. Em meus estudos aprendi sobre todos os conflitos do país, como Sabinada na Bahia, Guerra dos Farroupilhas no Rio Grande do Sul. Até hoje tenha na memória os nomes de 170 capitais do país. Mas quando observo os estudantes de hoje, verifico que houve um retrocesso na educação", lamenta. "Hoje, vemos que a legislação, a pretexto de proteger crianças e adolescentes, estabelece o impedimento de que a família e a escola tenham uma atuação mais rigorosa com os mesmos. Ocorre que quando os mesmos alcançam a maioridade, a legislação simplesmente os abandona e aí, já não se pode mais fazer nada por eles. Não seria melhor resolver os problemas das crianças e adolescentes desde o início?" questiona.

Paulo se recorda de seus professores:"Teresa do Pitota, Rita de Cássia, Marli Silveira, Claudia Bastos, Deusdedith, dra. Nísia Campos, 'seu' Hildebrando, Maria Áurea, 'seu' Héliton Dias Pimentel, Norma, 'seu' Clênio e Caubi. Registro que os ensinamentos jurídicos do professor Caubi foram relevantes, de modo especial, em minha vida profissional".


A TEMIDA SALA DE VIDRO

A sala de vidro: "como ela ficava próxima da sala da direção e da secretaria, isso a tornava temida"

"A sala de vidro era a sala temida porque ficava próxima às salas da diretoria e da secretaria. Quando dava 7h30min, o portão de entrada dos alunos era fechado imediatamente. O dr. Luciano Bastos dizia: - Benedito, fecha o portão! - A partir de então, o aluno que chegava atrasado e tinha medo de ser repreendido pelos pais, procurava um meio de entrar na sala de aula sem ser percebido pela direção. Caso conseguisse ultrapassar a porta de entrada, tinha de percorrer na ponta dos pés o assoalho, pois este fazia barulho quando a sola do calçado tocava o mesmo. Seja como for, contudo, o aluno acabava, depois, recebendo, na caderneta, um carimbo vermelho de 'falta', através da funcionária Rosélia, e os pais acabavam repreendendo o estudante. Estudei os 2o. e 3o anos do curso de Técnico de Contabilidade nesta sala de vidro. Além disso, quando algum aluno mostrava indisciplina e, por conta disso, apresentava mal resultado nas provas, recordo-me que a secretária Norma chegava para o mesmo e dizia: - sua mãe não merece isso. Se não mudar, vou levar o caso para o dr. Luciano. E dizer para o aluno que ele iria ser levado para o dr. Luciano era como dar um xeque-mate no mesmo. O Colégio Rio Branco era como se fosse a razão de vida do Dr. Luciano Bastos, que não agia por causa de dinheiro, mas atuava motivado por um ideal", ressalta.

Claudia Bastos, Paulo Fernando Jordão, Gino Martins Borges Bastos e a foto de Luciano Bastos ao fundo


O Colégio Rio Branco funcionou entre 1920 e 2010

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