Ocorreu dia 1º de junho, às 19h30min, na Sala da América Latina do Espaço
Cultural Luciano Bastos, a concorrida abertura da 1a. MOSTRA DE
ARTE CONTEMPORÂNEA, das arte-educadoras Márcia de Oliveira Rangel
Paulista e Valéria Narde.
Valéria Narde e Márcia Paulista |
Sob o título DICOTÔMICOS, as artistas,
em sua estreia, conceberam seu trabalho em três aspectos. "Os
paralelepípedos reunidos são uma metáfora do ser humano insensível,
endurecido pela vida. Por este motivo, o lado onde se encontram as
pedras está abandonado pelo público, que se sente atraído, por sua vez,
pelos elementos naturais e artificias que mexem com o sensorial,
dispostos no outro canto da Sala", explica Valéria.
Por outro lado, "a lâmina de água ao seu redor aponta para um espelho que permite que cada um possa olhar para si próprio e, dessa forma, encontrar o caminho onde possa ser capaz de sentir o cheiro dos elementos, apalpar formas suaves, sentar-se em objetos macios e divertir-se com os mesmos, ou seja, tornar-se naquilo que deveria ser. As pessoas que adentram na exposição, vão se concentrar espontaneamente no lado sensível da obra", complementa Márcia.
Instalação Artística “DICOTÔMICOS”
Por Márcia Paulista
A Arte
Contemporânea é de difícil interpretação porque nem todos a concebem como Arte.
Estamos ainda atrelados à arte clássica, onde estilos deveriam ser seguidos e
os suportes eram limitados. No No Brasil, já em 1922, na Semana da Arte
Moderna, os artistas começam a manifestar sua insatisfação com modelos
pré-concebidos de arte e apresentam seus trabalhos com estilos inusitados,
escandalizando alguns artistas tradicionais. Em meados de 1960, Marcel Duchamp
revoluciona completamente o conceito do que é arte, transformando objetos do
uso cotidiano em obra de arte.
Em
“Dicotômicos”, nome dado a nossa instalação artística, apresentamos a Arte
Contemporânea através de elementos escultóricos que se prestam a estimular
reflexões no público. E esperamos que esse público espectador da obra torne-se
um partícipe para que assim, verdadeiramente, a obra se complete, se realize de
fato.
Vimos que no dia
da abertura desta Mostra de Arte Contemporânea, as pessoas que lá estiveram,
entraram, olharam, não entenderam nada ou quase nada, mas de pouco a pouco, a
partir da manipulação dos elementos (“pingos”, por nós conceituados) eles puderam
sentir a suavidade desses elementos, a impregnação das cores e os aromas que
deles emanavam. Acreditamos, que a logo a seguir começaram a entender a razão
ou o conceito que a obra quis traduzir. E do outro lado da sala, vimos outro
elemento escultórico formado por pedras (paralelepípedos) empilhadas em forma
de um edifício, contornada por água, onde tornava-se dessa forma, uma ilha. É
uma metáfora simbolizando o homem contemporâneo, apressado, insensível,
endurecido, frio diante da vida, impassível diante da dor, do sofrimento... não
reage mais aos estímulos sensoriais, e o que é pior, isola-se, torna-se “ilha”,
impedindo ou dificultando o acesso ao seu próximo. Aí está a explicação das
expressões contidas no banner que esteve afixado na parede: cor e
não-cor, tangível e não-tangível, ruído e silêncio, presença e ausência... é a
dicotomia da obra, razão pela qual intitulamos este trabalho “DICOTÔMICOS” que teve como curador o Prof. Ms da UFES Marcos
Martins.
Esta instalação
estará ainda aberta ao público na terça e quarta-feira próximas, dias 5 e 6 de
junho, nos horários de 9h às 11h e 13h às 16h.
É uma ótima oportunidade para
toda a comunidade conhecer, e principalmente para professores levarem seus
alunos a dialogar sobre a Arte que aliás, é uma disciplina que está sendo muito
cobrada em avaliações de larga escala, principalmente nos exames do ENEM.
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