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Na foto: Maria das Graças do Couto, Luciano Bastos, Dr. Francisco Baptista de Oliveira, Maria do Carmo Baptista de Oliveira (D. Carmita), Mário Bittencourt, Dr. João José Assad, Vera Lúcia Barbosa Gomes Araújo.
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No ano de 1970, o Colégio Rio Branco comemorou cinquenta anos de fundação, e diversas atividades foram realizadas. Entre elas, uma homenagem aos Ex-Diretores da escola, no dia 21 de setembro, que contou com a presença de ex-diretores, professores, funcionários, alunos e ex-alunos.
O diretor do Colégio Rio Branco, Luciano Bastos, deixou registrado:
"A Solenidade
Foi iniciada pelo Dr. Luciano Bastos, que disse do significado do ato quando o Colégio Rio Branco presta justa homenagem a ex-Diretores que no passado tudo fizeram e deram de sim, com idealismo e amor, pela causa do Ensino e pelo educandário. Após, foram descerrados os retratos dos Ex-Diretores: Sr. Mário Bittencourt, pela sua neta Kátia Tavares Bittencourt; sr. Carlos Marques Brambila, pela sua sobrinha Emília da Conceição Brambila Kely; sr. José de Oliveira Borges, pela sua neta Maria Lúcia Borges dos Santos; saudoso sr. José Mansur pela sua filha Maria da Penha Mansur e finalmente o retrato do saudoso sr. Olívio Bastos, pelo seu neto Gino Martins Borges Bastos.
A seguir usou da palavra o sr. Mário Bittencourt, que emocionado relembrou saudoso os primeiros anos de fundação do Rio Branco, dizendo do pioneirismo do educandário, o primeiro a dar cadernetas de reservistas na região; o primeiro em abrir Escola de Datilografia; o primeiro em trazer bancas examinadoras do Colégio Pedro II, etc. Foi um pronunciamento eloquente e muito aplaudido por todos."
A Voz do Estudante, Agosto/1971
Discurso do Professor Mário Bittencourt
Ainda ecoam entre nós as maravilhosas comemorações do cinquentenário do Colégio, A “Voz do Estudante” homenageia a figura do sr. Mario Bittencourt, um dos fundadores do Colégio Rio Branco, publicando o discurso pronunciado pelo mesmo, no dia 21 de setembro de 1970, quando da inauguração da galeria de fotos dos ex-diretores do nosso educandário. Este discurso foi de improviso, estando o orador bastante comovido, e este registro é extraído dos arquivos do Colégio, onde contém a fita gravada da solenidade:
“Em primeiro lugar eu tenho uma mensagem. Uma mensagem de carinho e de amor ao Colégio Rio Branco. Um abraço de saudade pelo cinquentenário, completando hoje. Um abraço daquela que trabalhou convosco, Colégio Rio Branco, que orientou os vossos passos durante a infância. Essa é a mensagem de minha senhora, a Doca, para vós, Colégio Rio Branco.
As maiores provas de amor são aquelas que as pessoas não a esquecem. E é por isso Colégio Rio Branco, nós que vivemos juntos há quarenta anos passados e em quarenta anos passados já é tempo bastante para dois companheiros de serviço esquecer perfeitamente um do outro. Mas só o amor, a amizade sincera, é que lembram e eu fui lembrado por vós.
Colégio Rio Branco, fostes o pioneiro da instrução neste torrão; fostes o pioneiro porque fostes o primeiro a dar à mocidade de Bom Jesus, diplomas de Datilografia; fostes o pioneiro porque fostes o primeiro em todo o território do município de Itaperuna a dar à mocidade de Bom Jesus, cadernetas de reservistas; e fostes o primeiro a conseguir Bancas examinadoras do Departamento Nacional de Ensino a vir aqui em nosso torrão, em nossa cidade, e fazer exames da mocidade bonjesuense e fostes o primeiro em todo o território do município de Itaperuna, na época, que enviastes alunos a exames no Colégio Pedro II e até Ginasios oficiais de Belo Horizonte. E fostes o primeiro porque nascestes, CRB, com uma estrela e esta estrela iluminou e tem iluminado o vosso caminho; o vosso espirito alcantilado pôde enxergar longe o caminho do dever, até que completastes hoje mais uma etapa de 50 anos de trabalho.
E o maior amor que tenho por vós é que não deixastes a bandeira que recebestes nos dias de 1920, esta bandeira que ainda empunhais até hoje: a bandeira do trabalho, a bandeira da honestidade, a bandeira do civismo, a bandeira de um Brasil melhor, de um Brasil pra frente, que é a bandeira da nossa paz.”
(Jornal "A Voz do Estudante", Agosto de 1971)
Inauguração do Retrato do Professor Mário Bittencourt por sua neta Katia Tavares Bittencourt.
Breve histórico
O Colégio Rio Branco foi fundado em 1920, pelo Prof. José da Costa Júnior. Nesse período, mantinha os cursos em regime de semi-internato, internato e externato, para ambos os sexos.
A escola cresceu e em 1930 transferiu-se para o Alto de Santa Rita, hoje Praça Amaral Peixoto, no centro da cidade, sempre se desenvolvendo e ajudando Bom Jesus a se desenvolver. Em 2010 completou 90 anos de serviços educacionais no Vale do Itabapoana, encerrando em 2011 suas atividades.
Na foto, de 1923, estão ao centro os Diretores José da Costa Júnior e Mário Bittencourt, reunidos com alunos os alunos e professores do Colégio Rio Branco, em frente à antiga sede, na rua Aristides Figueiredo.


O PROFESSOR MARIO BITTENCOURT
O Professor Mario Bittencourt nasceu em 27 de setembro de 1895 na fazenda Maravilha, localizada na cidade de Macuco – RJ, berço da tradicional família Bittencourt, conhecida como “Uma família de educadores”.
Filho de José Victorio de Oliveira Bittencourt (Nhonhô) e Alice Siqueira Bittencourt, casou-se, em 1921, com Deolinda Costa Bittencourt e tiveram quatro filhos: Dr. Mario Bittencourt Junior, Dr. José Costa Bittencourt, Prof. Clovis Costa Bittencourt e a Profª Maria José Bittencourt Guimarães.
O menino Mário, apaixonado pela leitura, encontrou, nos livros, grande inspiração e entusiasmo para se tornar um educador. As salas de aula e uma vontade nata de ensinar, podemos dizer, o seduziram completamente. Homem de caráter ilibado, esposo dedicado e amoroso, pai digno e amigo, foi seu espírito empreendedor e sua determinação que se somaram à paixão pelo ensino para dar origem a esta grande obra que é o Colégio Bittencourt de Campos.
Iniciou seus estudos em Macuco. Já em 1914 fez cursos preparatórios no colégio Pedro II no Rio de Janeiro e, em 1916, iniciou o Curso de Direito na Faculdade de Campos. Faltando pouco para se diplomar, foi surpreendido com o fechamento da faculdade. Mas foi lecionando matemática que se tornou um mestre por excelência, levando-o a se render à arte do magistério e fazendo com que se dedicasse sua vida à educação.
Qualidade no ensino, competência e respeito aos alunos foram características marcantes desse grande mestre. Mais que transformar seus alunos em profissionais do futuro, procurou formar cidadãos que percebessem criteriosamente a realidade social, cientes dos seus direitos e responsabilidades, preparando-os para enfrentar e vencer os desafios da vida.
No dia 27 de dezembro de 1991, aos 96 anos, o saudoso mestre Mario Bittencourt nos deixou, ficando a sua obra como um imenso legado do grande educador que foi.Fonte: https://issuu.com/colegiobittencourt/docs/100_anos