sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Jovens Talentos apresentam trabalho realizado no ECLB


Os bolsistas Jovens Talentos Larissa, Fillipy e João Paulo, alunos da E.E. Euclides Feliciano Tardin, estiveram presentes na XIX Jornada Jovens Talentos Norte / Noroeste Fluminense, que ocorreu no IFF-campus Bom Jesus, no dia 27 de novembro, com a participação de estudantes de diversos municípios da região.

Os três atuam em projetos de preservação do acervo do ECLB, sob orientação de Paula Bastos (IFF).


Larissa Aparecida Cabral das Neves

Larissa apresentou o trabalho "Acervo digital de narrativas orais para preservação da memória", projeto que desenvolve desde 2017: são entrevistas, palestras e homenagens relacionadas ao Colégio Rio Branco (CRB), originalmente gravadas em fitas cassetes e que agora estão disponíveis em formato digital MP3, possibilitando melhor preservação do material sonoro e disponibilização para consulta desse precioso acervo. 

Fillipy Ambrósio da Silva e João Paulo Soares de Souza

O trabalho de Fillipy e João Paulo, "Acervo digital de fotografias para preservação da memória", envolve a digitalização de fotografias relacionadas com o antigo Colégio Rio Branco. Até o momento foram digitalizadas mais de 350 fotografias abarcando os anos de 1998 a 2000: são alunos, funcionários e professores retratados em diversos eventos e atividades escolares. 

Parabéns aos alunos pelo importante trabalho que desenvolvem na preservação da memória do antigo Colégio Rio Branco!

sexta-feira, 27 de julho de 2018

DIA DA IMPRENSA BONJESUENSE SERÁ COMEMORADO NO DIA 1º DE AGOSTO




Jornal A Voz do Povo, Jornal O Norte Fluminense, Instituto de Letras e Artes de Carabuçu e o Instituto Bonjesuense de Letras e Arte - Patrono Dr. José Ronaldo do Canto Cyrillo, convidam para, na próxima quarta-feira, 1º de agosto, às 19h30min, no Auditório D. Carmita do Espaço Cultural Luciano Bastos, a solenidade em comemoração ao Dia da Imprensa Bonjesuense.



A data de 1º de agosto de 1906 ficou gravada na história de nossa cidade como o dia em que circulou o primeiro jornal bonjesuense, Itabapoana.



Sobre o Itabapoana:

"Há 112 anos, no dia 1º de agosto de 1906, entrava em circulação o primeiro jornal de nossa cidade, Itabapoana, nascido do ideário do Coronel Pedroca, tendo na sua redação Sylvio Fontoura.

112 anos do jornal ITABAPOANA
No dia 1º de agosto de 1906 nasceu o nosso primeiro jornal

O primeiro jornal de Bom Jesus do Itabapoana/RJ - ITABAPOANA - foi criado pelo jornalista Sylvio Fontoura, campista que, atendendo convite do seu conterrâneo Pedro Gonçalves da Silva Jr. (Coronel Pedroca), aqui fixou residencia com a esposa e filhos. Dirigiu o semanário na sua primeira fase de circulação - 1º de agosto de 1906 a 29 de dezembro de 1907. Ao jornalista se uniu o Coronel Pedroca secretariando e colaborando com a folha Francisco Teixeira de Oliveira ocupou o cargo de gerente. O "Itabapoana" contou com Joaquim Ouropretano Mineiro do Brasil como tipógrafo e impressor. Este teve o menino Oto Paranhos como seu auxiliar. Este teve o menino Oto Paranhos como seu auxiliar."


Sylvio Fontoura (1948).
Foto: acervo Dr. Welligton Paes/ Herbson Freitas - Academia Campista Letras.




quarta-feira, 20 de junho de 2018

Argentinos visitam o ECLB



O blog do jornal O Norte Fluminense registrou, no dia 19/06, uma visita ao Espaço Cultural Luciano Bastos, que a seguir reproduzimos:

http://onortefluminense.blogspot.com/2018/06/argentinos-visitam-o-eclb.html


Os argentinos Aspitio Natalio Paola e Sua Pablo Monzón, de Córdoba, Argentina, visitaram hoje o ECLB (Espaço Cultural Luciano Bastos).

Em passeio por nossa cidade, eles estiveram acompanhados da bonjesuense Maria Aparecida Tavares Provette.

O prédio e acervo do antigo Colégio Rio Branco, fundado em 1920, estão preservados no ECLB. 

Em 1997, o acadêmico da Academia Brasileira de Letras, Herberto Sales, esteve no educandário e deixou assinalado que " o Colégio Rio Branco é como a alma de Bom Jesus do Itabapoana".

O ECLB mantém várias relíquias, além de seu acervo: o Museu da Imprensa, que conta com o maquinário do jornal O Norte Fluminense, incluindo a máquina francesa Alauzet, do século XIX; os primeiros jornais de Bom Jesus do Itabapoana, incluindo o nosso primeiro jornal, "Itabapoana", publicado em 1906; um Auditório, com piano, para apresentação de espetáculos; biblioteca, com obras raras, e sala de exibição de filmes.

O ECLB é local de frequentes visitas e constitui referência para a nossa história, promovendo a  cultura em suas diversas áreas.


  
Herberto Salles, da Academia Brasileira de Letras: " O Colégio Rio Branco é como a alma de Bom Jesus do Itabapoana" (1997)


























segunda-feira, 14 de maio de 2018

Feliz aniversário, Professora Vera Lucia Barbosa Gomes Araújo!


















Professora Vera Lúcia Barbosa Gomes entre alunos concludentes do curso Ginasial, 1972. Veja mais sobre a turma aqui.



Registramos hoje o aniversário da querida Professora Vera Lucia Barbosa Gomes Araújo, desejando Felicidades!





Em 1962, a então aluna da Escola de Professores do Ginásio Rio Branco recebeu prêmio de Honra ao Mérito, pelo seu excelente desempenho escolar. Durante a solenidade estavam presentes os orgulhosos e emocionados pais Manoel Lici Gomes e Antonia Barbosa Gomes; e a diretora Maria do Carmo Baptista de Oliveria, d. Carmita.




Em 1966, aos 18 anos,  Vera iniciou sua vida profissional como secretária e professora de Português no curso ginasial do Colégio Rio Branco. onde lecionou até o ano de 1973. Ocupou também o cargo de Diretora técnica, ao lado do Diretor Dr. Luciano Augusto Bastos.



No ano de 1967 o jornal A Voz do Estudante, editado com reportagens e artigos feitos pelos alunos do Rio Branco, noticiava o aniversário da Professora Vera, bem como o do Professor Heliton Dias Pimentel, no dia 29 de maio.


A jovem professora de Português logo se tornaria uma das pessoas mais queridas e lembradas na história do Colégio Rio Branco.


Nós do Espaço Cultural Luciano Bastos desejamos à querida Professora Vera um Feliz aniversário ao lado da família e amigos!





Vera, feliz ao lado do marido José Ronaldo Araújo, também ex-aluno do Rio Branco, e dos filhos Aline e Luiz Ronaldo, reside atualmente em Niterói, RJ.



















segunda-feira, 7 de maio de 2018

Carro de boi na Praça de Bom Jesus: Entra setenta!


Fotografia de Marc Ferrez

A crônica "Entra setenta" foi publicada no jornal Itabapoana, em 10 de março de 1907. Narra, após "fadigas e perigos de toda a sorte", num "memorável lusco-fusco vespertino de fevereiro", a chegada a Bom Jesus de um carro de boi transportando uma máquina para preparar milho e arroz. Num "arrojo sem nome" do empreendedor Chico Teixeira, a máquina foi instalada na "única e simplória casinha tosca" da recém inaugurada Avenida Padre Mello. 

Primeiro jornal de Bom Jesus, o "Itabapoana" foi publicado nos anos de 1906 e 1907 e constitui rica fonte de pesquisa para a história e memória de nossa região. O jornal faz parte do acervo do Espaço Cultural Luciano Bastos e está disponibilizado para leitura em livro (dois volumes) pelo Dr. Luciano Augusto Bastos. 


ENTRA SETENTA!


Foi a expressão do Arthur ao ver entrar entrar na praça do Governador, naquele memorável lusco-fusco de fevereiro, puxada por vigorosos bois-vermelhos, a máquina do Chico – Entra setenta!
E o Arthurzinho, cheio de si, de aguilhada em punho, brandia-a para a junta de coice e gritava: boi Pimpão! boi Chibante...!
Tinha sido uma luta aquela puxada! Ah! não fossem eles, o Arthurzinho e o Sinhô, carreiros na hora, e ela havia de ficar lá mesmo, que os caminhos não estavam para graça e ninguém mais queria história com aquele trem pesado por esses morros abaixo, por essas buraqueiras que mais pareciam a goela do tinhoso!
Em verdade a empreitada foi de um arrojo sem nome porque as estradas, que ainda estão de arrepiar a pele, nessa ocasião, após uma chuvarada de meses e com alguns dias de sol, canicular, atolavam até os chifres, os pobres animais, e o carro, a cada momento, pendia para o abismo e com ele levaria de certo aos trancos e barrancos aquela boiada boa!
Eh! boi Chibante! boi Pimpão! E vagarosamente, arrojadamente, lá vinham, à beira de escarpas abruptas. Ladeando despenhadeiros horríveis, enterrando nos tremedais, descendo morros íngremes, subindo dificultosamente os morros, aquelas juntas de lama; e no alto do cabeçalho, firme, de pé, como um comodoro no seu navio em perigo, o Arthurzinho brandia a aguilhada energicamente! Eh! boi Japão!
Foram dias e dias de fadigas e perigos de toda a sorte mas, afinal, naquele memorável lusco-fusco vespertino de fevereiro, chegava a Bom Jesus a máquina do Chico, e o Arthur, ao ve-la atravessar a praça, pulando e batendo palmas, gritava estentoricamente: - Entra setenta!
E cá está ela afim de ser assentada na única e simplória casinha tosca da nossa avenida. Brevemente o seu apito, agudo no começo e no fim do dia, servirá de relógio público, e se tratará de deixar as travesseiras ou se entrará nas trevas da noite... enquanto não houver lampião nas ruas.
A montagem em Bom Jesus de aparelhos para prepararem milho e arroz, é, como se sabe, um empreendimento do Chico Teixeira que, fazendo para seu proveito, sempre dá o seu empurrão no adiantamento local e dá trabalho a um bom número de operários.
É pois justo que abracemos o Chico; mas em vez de lhe dizer muitas coisas bonitas, que afinal não valem nada, o melhor é gritarmos como o Arthur: - Entra setenta!


sexta-feira, 6 de abril de 2018

Waldelia Couto: ex-aluna do Ginásio Rio Branco

      Waldelia Couto: ex-aluna do Ginásio Rio Branco (1951-1954 / 1958-1961)


Waldelia Couto, nascida em Bom Jesus no dia 18 de abril de 1938, é filha do alfaiate Waldemar da Silva Moço e de Magnolia Couto. Trabalhou no comércio e se aposentou como comerciante. Viúva, tem uma filha, a professora e policial Maria Angélica Couto. 

Hoje, Waldelia mora numa aprazível residência onde cuida com carinho de suas plantas e animais. É ali que ela nos recebe e relembra, com saudade e emoção, o período em que estudou no Ginásio Rio Branco. Era 1951, a mãe havia falecido precocemente, estudava o 1º semestre no internato do Colégio de Muqui, ES, e o pai decidiu matriculá-la no Rio Branco, onde permaneceu até 1954, retornando em 1958 para o Curso Técnico em Contabilidade, concluído em 1961.

ECLB: Onde fez o curso primário?
WaldeliaIniciei o curso primário com d. Mariquinha Baptista, irmã de d. Carmita, muito rigorosa. Minha lembrança mais antiga são as redações, que iniciavam sempre assim: "Vejo um quadro...". Os quadros na parede eram ilustrados com figuras como: uma menina num lago, flores e animais.

ECLB: Quais são as melhores recordações que tem do Ginásio Rio Branco? 

Waldélia: Lembro-me com saudades da nossa turma do ginásio, bem agitada, das aulas na sala de vidro. Entrávamos na escola, as meninas por um lado, meninos pelo outro. Nosso uniforme era blusa branca, de manga curta, com laço azul; a saia era azul, reta nos quadris, duas pregas e comprimento até o joelho. Além das matérias tradicionais, havia aulas de francês, latim e canto orfeônico.



ECLB: Como eram as aulas de Educação Física?
Waldelia: Chegávamos cedinho e descíamos para o pátio, sentando na escada, aguardando quietinhos a professora, d. Judith Arantes, pois não podíamos ficar andando livres pelo pátio. Nosso uniforme era uma blusa de tecido e bombacha. Ao terminar a aula, íamos para casa tomar banho, café, e retornávamos para as aulas.
Quando se aproximavam as comemorações do 7 de Setembro, D. Judith treinava as apresentações de ginástica rítmica e dança. No dia do desfile tínhamos que marchar muito bem pelas ruas, e ao terminar, havia concentração em frente ao Ginásio, com apresentações cívicas. Uma colega, Olívia, sempre cantava nessas ocasiões. 


ECLB: Quem eram os seus professores do curso ginasial?

Waldelia: A professora de Francês era Solange, filha do dr. Colombino Teixeira. Sempre gostei muito de línguas, por isso meu pai pagava aula particular com o professor Orlando Azeredo, que havia sido diretor do Instituto Euclides da Cunha. Lembro de D. Solange lendo Ovídio em francês para nós. Iniciávamos as aulas cantando o Hino da França. Mais tarde, tive também aulas de francês com dr. Helio.

O professor Deosdeth foi o responsável pelo meu interesse em Geografia, ele tinha um método agradável de ensinar. Eu adorava suas aulas, estudar no mapa mundi todas as capitais do mundo, os rios e seus afluentes. 


D. Carmita era nossa Diretora e, ao mesmo tempo, professora de História. Os alunos tinham que trazer, no dia seguinte à aula, um questionário sobre o tema dado. Se não soubesse no dia seguinte, ela rasgava os escritos, e tinha que escrever de novo. 

Dr. Chiquinho era o professor de Português e de Matemática e costumava me chamar para escrever no quadro negro, pois eu tinha uma letra muito bonita. Mas um dia escrevi algo errado e quando ele bateu na porta de vidro irritado cheguei a estremecer; a partir desse dia, não quis mais ir ao quadro negro. 

D. Sally Wanderley era a professora de Canto Orfeônico. Lembro até hoje uma das músicas que cantávamos: “Vento que balança as palhas do coqueiro...” Nas reuniões do Grêmio, havia muitas apresentações musicais e declamações, feitas na sala principal do Ginásio - onde hoje é a biblioteca do ECLB. Lembro muito de uma colega que se apresentava cantando músicas italianas, como “Santa Lucia”. No final do ano, havia a temida prova oral, D. Sally soprava o diapasão e o aluno tinha que cantar afinado; e na prova escrita, havia ditado, e biografia dos músicos. 

Dr. Helio, professor de Latim. Ao entrar na sala, subia no tablado onde estava a mesa, e sempre ajeitava a gravata antes de assinar o ponto. 

Maria Stella Valinho era professora de Trabalhos manuais e Yolanda Ferolla era professora de Desenho. D. Nilza Paris Scott (esposa de Aurélio Damião) era professora de Matemática e Trabalhos manuais. 

ECLB: Lembra-se de outros funcionários do Rio Branco?
Waldelia: Lembro de D. Ruth Fragoso Silveira na Secretaria. Lembro também de Eli, o funcionário da limpeza, que estava sempre passando o pano no chão de madeira, deixando-o clarinho; era muito requisitado por d. Carmita. Não poderia deixar de citar os temidos Chefes de Disciplina: d. Lenita e sr. Rosendo.

ECLB: Pode apontar alguns colegas da época em que estudou?
Waldélia: Dentre os colegas de ginásio e comércio, relembroCelia Lumbreras, Maria Alexandrina Bastos, Aldany Ferreira, Celma Alves, Julia Moreira, Clair Ribeiro (filha do Pastor Ribeiro, da Igreja Batista) e Afonso Rezende. No curso Técnico de Contabilidade, Izany Baptista e Pepita (Josefa Hernandes, sobrinha do pai de Tino Marcos) e Fernando Osório (filho de Osório Carneiro).


Waldelia: formatura do curso ginasial em 1954


ECLB : Você se lembra de algum fato pitoresco de sua época de estudante no Rio Branco? 

Waldelia: Me lembro de alguns fatos da época de ginásio. Nas aulas de educação física, quando jogávamos uns contra os outros, não era permitido comemorar alto, sob o risco de levar castigo. Num dia em que fizemos muita algazarra, o chefe de disciplina, sr. Rozendo, reuniu os alunos e deu uma longa lição de moral. Ouvimos todos quietos. Quando ele terminou, alguns meninos não resistiram e gritaram em coro: “Ah, ah, ah”. 



Num dia de arguição com Dr. Helio, professor de Latim, valendo nota, comentei com o colega Wanderley que não estava preparada. Ele me disse para não se preocupar, virou para o professor e disse: “Dr. Helio, eu não acredito em Deus!” – ele, católico praticante, ficou horrorizado e iniciou uma lição sobre o assunto, o tempo passou, e... não houve arguição. 


Durante uma aula de trabalhos manuais com D. Nilza Paris Scott (esposa de Aurélio Damião), estávamos todas bordando, em silêncio. De repente, uma das colegas começou a cantarolar baixinho. D. Nilza logo perguntou “Quem está cantando?” A turma gelou. Era a colega Yeda, que se levantou, admitiu ter sido ela e levou "bronca". 

ECLB: Onde estudou após terminar o ginásio?
Waldelia: Após o curso ginasial no Rio Branco fiz o Curso Científico no Colégio de Calçado, lá deixei boas amizades.

Waldelia e colegas do curso Científico no Colégio de Calçado

ECLB: Entrou logo depois do Científico para o Rio Branco?
Waldelia:  Não imediatamente. Após me formar em Calçado, consegui meu primeiro emprego no Colégio Zelia Gisner, de Adelia Bifano. Registrava notas, entregava diários de classe e cadernetas; além disso, vários professores pediam para datilografar trabalhos em casa, pois escrevia muito bem.
Um dia, encontrei com Boanerges Silveira, pai de Roberto Silveira, pedi e ele conseguiu uma bolsa de estudos para o Ginásio Rio Branco. Passei então a trabalhar e paralelamente frequentar o curso noturno de Técnico de Contabilidade, e me formei em 1961.




ECLB: Conte um pouco sobre a sua vida profissional.
Waldelia: Aos 18 anos passei a trabalhar na Gráfica Gutenberg, com carteira assinada, onde permaneci cerca de três anos. Aprendi com os 
irmãos Esio e Luciano Bastos, a ser organizada e disciplinada, eram muito exigentes e honestos; sempre ajudavam os funcionários quando eles precisavam. Todas as noções relativas ao comércio aprendi com eles.
Quando o gerente, sr. Joaquim Gonçalves (tio de Celso Pedrosa) foi embora, passei a realizar mais funções, ajudando a atender viajantes, separar a mercadoria que chegava e organizar os produtos nas prateleiras de acordo com as seções: brinquedos, material escolar, prata, ouro, lingerie (marca Etan e Valisere), presentes.
A grande marca de cosméticos da época, Helena Rubenstein, mandava algumas vezes uma representante para fazer demonstração dos produtos de maquiagem, muito apreciada pelas freguesas.

Gráfica Gutenberg: anúncio em jornal de 1961

Lembro de um fato interessante: um dia veio um fiscal de Itaperuna, e após o serviço permaneceu muito tempo na loja, sem pressa de ir embora. Aproveitei e vendi um piano para ele.


Quando saí da Gráfica, fui convidada para trabalhar como contadora no antigo Armazém do José Bastos. Não me adaptava ao escritório, pois era junto com o atacado, sempre cheio de sacos de cebola e batata. Sugeri a José Bastos a venda de roupas e ele achou que era viável. E lá fui eu para a minha primeira compra em São Paulo, acompanhando d. Ceni, uma senhora de Itaperuna. As vendas foram um sucesso. Separou-se então um espaço no Armazém para a venda de roupas, com uma porta dando para a rua José Eid.

Mais tarde, passei a trabalhar por conta própria, vendendo roupas em minha própria casa. Contando com o auxílio das amigas Eunice e Terezinha Almeida, que ajudaram na propaganda, e com muita dedicação ao negócio, as vendas foram um sucesso. Depois abri uma loja em frente à minha casa: a "Loja da Waldelia", que vendia presentes em geral: bijuterias, louça,  roupas, brinquedos... Foi a primeira loja de Bom Jesus a ter vitrine de vidro - de noite as pessoas até paravam para admirar.


ECLB: Gostaria de deixar aqui registrado alguma mensagem para os ex-alunos ou para o ECLB?


Waldelia: Agradeço a vocês por terem lembrado de mim, e aos meus queridos colegas mando saudades daquele tempo, que apesar de tudo foi o mais feliz da minha vida.


O Colégio Rio Branco foi fundado em 1920 e encerrou suas atividades em 2010, após noventa anos de atividades educacionais. O Espaço Cultural Luciano Bastos busca preservar a história e a memória do Colégio Rio Branco e de Bom Jesus do Itabapoana. Foto: Mapa de Cultura do Rio de Janeiro / Diadorim Ideias













        



terça-feira, 3 de abril de 2018

Padre Mello é o tema de Mesa redonda no ECLB

Padre Mello (27/04/1863 - 13/08/1947)


Em homenagem aos 155 anos de nascimento do Padre Antonio Francisco de Mello, no dia 02 de abril, o Centro de Estudos Portugueses Antonio Ignacio da Silveira realizou, no Espaço Cultural Luciano Bastos, uma mesa redonda a fim de promover uma reflexão sobre a vida do sacerdote açoriano, apresentando e discutindo questões sobre aquele que, durante cerca de cinquenta anos, viveu entre nós.

A mesa-redonda foi mediada pela dra. Nísia Campos, presidente do ILA, tendo como convidados, o Ir. Ederaldo do Carmo, sobrinho-neto do homenageado, e o pesquisador dr. Antonio Soares Borges. Participaram da mesa dr. Gino M. Borges Bastos, diretor do jornal O Norte Fluminense, dr. Sebastião Freire Rodrigues e dra. Lucília Stanzani.

Ir. Ederaldo do Carmo, sobrinho-neto de Padre Mello, dra. Lucília Stanzani, dr. Gino M. Borges Bastos, dra. Nísia Campos e dr. Antonio Soares Borges.


O pesquisador Antonio Soares Borges doou ao ECLB manuscritos do padre açoriano, onde está relatada a história de Bom Jesus do Itabapoana.


Dr. Sebastião Freire Rodrigues

Momento de emoção: Ir. Ederaldo trouxe o teodolito com que Pe. Mello realizava as medições de terra da região, doando-o ao ECLB.




Ao final, foi lançada a segunda edição do livro Obras Selecionadas de Padre Mello, da Editora O Norte Fluminense. 

O livro é o sexto volume da Coleção Literatura Bonjesuense



A Escola de Música JEMAJ, dirigida por Anízia Pimentel, apresentou lindas canções portuguesas durante o evento.