domingo, 28 de junho de 2015

O canto do carro de boi do Sr. Felisberto Gomes de Souza

"Prefiro o carro de boi ao automóvel; é mais musical..." já nos disse Carlos Drummond de Andrade.

Mas qual a magia, qual o encantamento do canto de um carro de boi? Todos que viveram em épocas em que carro de boi era uma realidade por esse mundão de nosso interior brasileiro podem ter uma história ou um "causo" sobre esse tema, tal é a força dessa "imagem sonora" na memória de nossas tradições. 

'Felisberto Gomes de Sousa, fazendeiro em Bom Jesus do Itabapoana, Rio de Janeiro, registra a sua própria observação: "Se o carro, rodando em boa estrada, para de cantar por qualquer motivo, os bois não puxam direito. Ao contrário, cantando continuadamente, as correntes ficam esticadas e quase não é preciso que o carreiro estimule os animais; nessa hora canta também o carreiro as suas quadras."'

O texto acima está no livro de Bernardino José de Souza (1885-1949): Ciclo do Carro de Bois no Brasil. Para escrever esse farto material, o autor recolheu depoimentos, imagens e descrições sobre o carro de boi, sua tecnologia e seu uso, recebendo informações de todo o Brasil, dentre as quais do Sr. Felisberto, de Bom Jesus.


Placa de Carro de Boi utilizado em Bom Jesus do Itabapoana em 1953
Acervo: Espaço Cultural Luciano Bastos

Em um tempo não tão distante assim, carro de boi era emplacado e recenseado, e constava em muitas posturas públicas municipais, de forma a que se pudesse ter um controle sobre o "tráfego", já que era popularmente utilizado como um importante meio de transporte.

O carro de boi, inseparável companheiro do trabalhador em épocas passadas, permanece presente e homenageado em diversas festas que preservam uma tradição importante de nosso Brasil. Em nossa região podemos citar a Festa de Carro de Boi em Raposo, distrito de Itaperuna (RJ) e a Festa do Carro de Boi em São José do Calçado (ES). 

Apesar das diversas transformações por que passou o interior brasileiro, algo permanece vivo em nosso imaginário e nossa memória: o ruído de um carro de boi a trafegar pelas vias públicas, sejam elas agrícolas ou nem tanto assim...

Algumas dicas para conhecer um pouco mais sobre essa tradição:

Ciclo do Carro de Bois no Brasil (1958). Autor: Bernardino José de Souza:
http://www.brasiliana.com.br/obras/ciclo-do-carro-de-bois-no-brasil  

O Canto do Carro de Boi: 

Carro de Boi "Cantando":
https://www.youtube.com/watch?v=8RTVEwR1u-Q

Tradição do carro de boi é mantida no interior de Minas: 
https://www.youtube.com/watch?v=28K4WR7ytg8

O carro de boi:
http://site.ntelecom.com.br/users/pcastro1/carrodeboi.htm

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Comandante Amaral Peixoto visita o Colégio Rio Branco - 20 de junho de 1939


Na foto a visita do Interventor Amaral Peixoto ao Colégio Rio Branco, vendo-se, entre outros, o Prefeito José de Oliveira Borges, Olívio Bastos, José Mansur, Dr. José Vieira Seródio. Edifício do Colégio Rio Branco, no antigo Alto de Santa Rita, hoje Praça Amaral Peixoto. Na época, havia Internato e Externato. 


        Há 76 anos, em 20 de junho de 1939, o Colégio Rio Branco recebia a ilustre visita do Comandante Amaral Peixoto.

          Nesse dia, cinco meses após instalação do Município de Bom Jesus do Itabapoana, o então Interventor do Estado do Rio, Comandante Ernani do Amaral Peixoto, que foi o emancipador de Bom Jesus, assinando o ato que nos tornou município independente, esteve em visita à nossa terra, ocasião em que visitou o Colégio Rio Branco.

        No Colégio Rio Branco, Amaral Peixoto foi saudado pelo Dr. Abelardo Vasconcellos, Inspetor Federal, em nome do educandário. No almoço ali realizado falou o Prefeito José de Oliveira Borges e a seguir o Dr. Cesar Tinoco e Dr. Paulo Barreira de Faria, Juiz-Pretor do nosso Termo Judiciário, agradecendo em nome do homenageado o Dr. Ruy Buarque, Secretário do Educação e Saúde.


            Termo de Visita
        Transcrevemos o Termo de visita assinado pelo Comandante Amaral Peixoto na sua visita ao Colégio Rio Branco, assinado também pelos Secretários de Governo que integraram a comitiva oficial.

     “Em Bom Jesus do Itabapoana é com imenso prazer que deixo as mais lisongeiras impressões desta grande obra educativa, fruto do esforço e da dedicação de um pugilo de brasileiros dignos e competentes. No setor da educação o nosso país muito precisa, sem dúvida, da iniciativa e do trabalho das classes liberais, isto é, dos homens de todas as profissões liberais. Aqui temos um grande e belo exemplo. Faço os melhores votos pela constante eficiência e prosperidade desta instituição em prol da grandeza e da felicidade das gerações futuras.”
      a) Ernani do Amaral Peixoto, Alfredo Neves, Secretário do Governo, Rubens Farrulla, Ruy Buarque – Secretário de Educação e Saúde.


* Fonte: Jornal O Rio Branco (setembro de 1998) e Jornal O Norte Fluminense (24/04/2005).





sexta-feira, 12 de junho de 2015

Nandyara de Almeida Rezende, ex-aluna do Colégio Rio Branco e Diretora do CIEP de Natividade, RJ traz alunos para visita ao ECLB










      Nandyara de Almeida Rezende nasceu em Bom Jesus, morou em Laje de Muriaé e hoje é Diretora do CIEP de Natividade, RJ. Aluna do Colégio Rio Branco, fez o terceiro ano do curso Normal (manhã) e do curso Técnico em Contabilidade (noite) em 1984. Além de ser filha de uma ex-aluna, sua irmã também estudou na escola. 
      Pedimos que ela compartilhasse algumas lembranças do seu período no Colégio. Confira o que ela contou:

      “O Colégio era muito exigente com o capricho do uniforme: saia comprida e blusa amarela. A disciplina era rígida e o ensino muito bom. Tínhamos que estudar muito. 

   "Foram muitos professores, mas como gostava muito de Contabilidade, as aulas do Prof. Bendia foram as que mais marcaram."

     "Me lembro da escada que havia atrás do Colégio, que dava para a quadra, onde tirávamos as fotos no final do ano. Nesse local ficava a sala do curso de Datilografia. Todo Contador tinha que ter esse curso, disso dependia seu futuro. Tenho guardado com carinho meu Diploma de Datilografia, uma relíquia. Diploma que essa meninada de hoje nunca vai ter”, disse.

     “Nossa formatura foi no Aero Clube. Comentei com minhas colegas que não poderia participar da formatura por não ter como fazer um vestido de festa. Elas me ajudaram e pude, eu mesma, costurar meu vestido, que ficou muito bonito. Fiquei muito feliz nesse dia, pois minha família, que é de Bom Jesus e morava em Laje de Muriaé, veio para a formatura.”, contou.

        "Encontro até hoje com alguns de meus colegas, outros não vejo há 20, 30 anos. Minha turma teve rendimento muito grande, dela saíram professores, advogados, bons profissionais em várias áreas.

        “Quando soube da morte do Dr. Luciano, me preocupei da escola fechar, chorei muito. “E a escola, como vai ficar?”, pensei. Depois soube que ia continuar sendo mantida. Eu fico muito feliz e emocionada de não ter acabado, de estar tão bem conservado!”, contou ainda Nandyara, encerrando:

       "Foi nessa Escola que aprendi a boniteza do ensinar, o exemplo dos meus Professores e do Diretor Dr. Luciano ficarão guardados para sempre".

       No dia 10 de junho, Nandyara de Almeida Rezende veio acompanhada das Professoras Adriana Medeiros Lopes e Lilia Renata Queiroz, visitar o Espaço Cultural Luciano Bastos, trazendo um grupo de alunos do Ciep 468, de Natividade, RJ, onde é Diretora. A visita foi articulada pela Prof. Maria Beatriz, Diretora do CCMB, de Laje de Muriaé, RJ.
       Confira as fotos da visita:























Colégio Rio Branco: Festa Junina 2001



























        Em junho de 2001, na Festa Junina do Colégio Rio Branco, apresentação da turminha da Professora Rosilane, na foto com os alunos Sebastião Neto, Mabel, Matheus, Luiz Carlos, Alexandre. Em pé: Nicoly, Kenia, Bruna, Milena, Brícia, Gabriela, Tania, Larissa Lúcio e Fernanda com seu pai Antonio Gualhano.




quarta-feira, 10 de junho de 2015

Memória Junina: O São João no Colégio Rio Branco


     As festas juninas em Bom Jesus sempre foram marcantes e inesquecíveis para os que delas participaram. No Colégio Rio Branco, elas foram tema de redação desde a sua fundação, em 1920, sendo alguns dos textos publicados nos jornais literários da escola.
     Em 1930, o jornal O Rio Branco publicava Festa de S. João, redação feita por Lucette C. Couto, estudante do curso de Admissão do Colégio Rio Branco.
    



Festa Junina, quadro de San Bertini



         Em junho de 1943, o Jornal do Estudante publicava As Festas de Junho, redação feita pela aluna Dilah Firmo Ferolla, do 3º ano Ginasial do Colégio Rio Branco.








Em junho de 1966, o Jornal A Voz do Estudante publicava FESTA JUNINA, escrito pela aluna Maria Helena Batista Nunes, do 3º ano Normal - tarde.















terça-feira, 2 de junho de 2015

Faleceu o Dr. Nivaldo Xavier Valinho, ex-aluno do Colégio Rio Branco

   
     Faleceu nesta segunda-feira, 01/06, em Vitória, o Dr. Nivaldo Xavier Valinho, ex-aluno e ex-professor do Colégio Rio Branco. O enterro foi realizado nesta terça-feira, 02/06, em Bom Jesus do Itabapoana. Nossos sentimentos à família desse grande ser humano.

   Na foto, Dr. Nivaldo Valinho e familiares durante a comemoração dos 80 anos do Colégio Rio Branco, em 11 de agosto de 2000, ocasião em que foi inaugurada sua foto na Galeria Histórica de Retratos de Ex-Alunos que, por seus estudos, trabalho, dedicação e idealismo, inscreveram seus nomes na História bonjesuense.


Dr. Nivaldo Xavier Valinho com seus familiares durante a inauguração de seu Retrato na Galeria Histórica do Colégio Rio Branco



Inauguração do retrato do Desembargador Dr. Nivaldo Xavier Valinho - ex-aluno - por sua esposa Therezinha Xavier.




        Pequena Biografia
        
      Nivaldo Xavier Valinho nasceu em Pirapetinga de Bom Jesus, em 13 de maio de 1935, filho de João Valinho e Maria Madalena Xavier Valinho. Casado com Terezinha Martha de Almeida Valinho, deixou três filhos: Maurício, Maria das Graças e Raquel de Almeida Valinho. 
       Após cursar o primário no Grupo Escolar Pereira Passos, ingressou no Colégio Rio Branco, onde fez o Curso Ginasial e o Curso Técnico em Contabilidade, sendo ali, mais tarde, Professor. Foi membro da Academia Bonjesuense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo.
     Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Niterói, da UFF, obteve o primeiro lugar no concurso público de provas e títulos para o cargo de Juiz Substituto do Espírito Santo. Desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, do qual recebeu Medalha do Mérito Judiciário. Aposentado, residia em Vitória, onde veio a falecer.
     

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Recital de Piano encanta público no ECLB


      O pianista Luís Otávio Barreto se apresentou na última sexta, 29 de maio, no Auditório do Espaço Cultural Luciano Bastos.
      O Recital contou a participação especial do músico Eric Affonso (piano, violão, escaleta), autor de vários arranjos para a audição e também com a apresentação da pianista Ana Luíza Xavier. 
    O repertório, muito bem escolhido, incluiu composições brasileiras como Tico-tico no Fubá (Zequinha de Abreu), Luar do Sertão (Luiz Gonzaga), Lua Branca (Chiquinha Gonzaga), dentre outras.
    O ECLB se orgulha de receber esses talentosos jovens bonjesuenses, que têm, em comum, a mesma paixão, a música.
         Confira as fotos:

Luis Otávio Barreto


Momento especial: os dois pianistas tocam a quatro mãos a música Tico-tico no Fubá

Músico versátil, o jovem Eric Affonso dá aulas de violão, guitarra, teclado, baixo e escaleta, e compôs arranjos especialmente para o concerto. 

A pianista Ana Luiza Xavier fez uma participação especial durante o Recital


Eric Affonso ao violão

Eric Affonso e Luís Otávio Barreto após recital no ECLB

O Recital reuniu aprecidadores da boa música